Parte 4

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Rengoku começou a ler:

"Quando Kyojuro recebeu uma convocação pessoal de Oyakata-sama, ele presumiu que seria um encontro um a um, já que receber uma mensagem dirigida a você - sem menção a ninguém - parecia implicar em uma audiência singular. Quando foi saudado por Madame Ubuyashiki e conduzido pela propriedade, ele percebeu rapidamente que não estava vendo Oyakata-sama sozinho.

- Espere aqui por um momento, Oyakata-sama deve estar pronto para você em um momento.

Embora a Madame não fosse de sangue Ubuyashiki, parecia que seu temperamento era o mesmo que toda a família possuía. Ela sorriu levemente, de natureza maternal, antes de deixar Kyojuro onde estava. Ele mal podia imaginar para que ela tendia, a lista sendo muito longa para ser considerada.

Atrás da porta, ele estava sentado ao lado, ele podia ouvir os murmúrios calorosos de Oyakata-sama falando com outra pessoa - provavelmente outro pilar. A outra voz era difícil de identificar, suave como a de Kocho, mas mais baixa que a de Muichiro. A única voz com a qual ele não estava familiarizado era a de Tomioka, e considerando a duração em que ele estava falando, Kyojuro mal conseguia envolver sua cabeça em torno dela.

Tomioka não era necessariamente uma pessoa má, mas era mais difícil de conviver. Ele não era de palavras, nem de aparência ou participação. Kyojuro podia entender alguém sendo tímido, e ele podia entender a situação do jovem Muichiro, mas Tomioka era alguém com quem ele lutava muito. Ele sempre tentou estender a mão - envolver o outro de alguma forma - mas seus avanços foram recusados ​​na melhor das hipóteses, e encontraram o silêncio na pior. Por natureza, Tomioka não era um homem rude ou mesquinho: ele nunca havia ofendido nenhum dos hashiras, nem falado mal, ou refletido mal em seu mestre ou nos outros assassinos. Quando era forçado a falar, ele falava apenas com as palavras mais educadas e evitava o confronto ao máximo com todos que conhecia. Mas por causa disso, ele saiu tão brusco. Parecia que ele não queria participar porque essas coisas estavam abaixo dele. Em vez de parecer hesitante e assustado, ele parecia extremamente orgulhoso."

- Eu disse que era o que parecia. - gritou Sanemi irritado.

- Só porque parece não significa que seja verdade. - disse Shinobu.

"Tomioka estava bem, Kyojuro pensou, nada mais e nada menos.

Essa avaliação foi mudando lentamente, entretanto, quando ele ouviu a voz ligeiramente levantada atrás da porta.

-Não."

- Agora, uma questão importante é: por que ele negaria uma missão?- disse Obanai.

- Sim, pelo que vimos até agora, Tomioka-san é gentil e quer salvar pessoas. - disse Kanroji.

- Vamos ter que ler pra saber. - disse Uzui. Pelo que ele entendia até agora, Tomioka parecia alguém forte que aguentaria muito então esse era seu ponto, sua linha a não ser cruzada.

"Era Tomioka, tom plano, mas palavras fortes. Kyojuro sabia o suficiente sobre espadas para reconhecer que uma espada sem corte, golpeada com força suficiente, era perigosa. Isso fez os cabelos de sua nuca se arrepiarem.

- Não, eu não vou.

Tomioka foi mais insistente dessa vez, o que quer que eles estivessem falando sobre tocar um acorde dentro dele. Talvez estivesse perto da chama de Tomioka - ou como quer que aqueles respiradores de água a tenham descrito. As vozes de dentro da sala morreram, apenas um murmúrio suave ondulando pela propriedade silenciosa.

- Kyojuro, - Oyakata-sama disse em voz alta. - Por favor junte-se a nós.

Com facilidade Kyojuro se levantou e abriu a porta. Ele se curvou, é claro, antes de entrar, e veio se sentar de joelhos ao lado de Tomioka. Que estava com o rosto vermelho e olhando resolutamente para o chão, como se quisesse que ele o engolisse inteiro. Ele nem mesmo vacilou, ou mesmo reconheceu a presença de Rengoku."

Todos os lados de Giyuu TomiokaOnde histórias criam vida. Descubra agora