Red Light District

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"Salaryman: gíria usada para designar trabalhadores, geralmente de baixo escalão, em empresas grandes que fazem jornadas de trabalho extensas."

Ah sim, esse era o jeito perfeito de resumir Kageyama Tobio.

Veja bem, trabalhar como uma mula na frente do computador em uma revista não era o trabalho que ele sonhou, mas eventualmente ele iria chegar em algum lugar não é mesmo?

Querendo ou não, este era o modo mais "fácil" de chegar até onde ele queria. Um dia ele ainda seria editor chefe da seção esportiva... Ao menos era isso que ele dizia todas as noites para si mesmo antes de dormir. Mas ele sabia que podia ser bem pior. Afinal o que ele, um mero recém formado, poderia achar de melhor? Não era como se o emprego dos sonhos fosse cair no colo dele, não, não, não.

Contudo, isso não o impedia de ficar extremamente cansado e estressado. E Kageyama era bastante conhecido por ser um cara sério no trabalho, agora imagine uma pessoa séria e estressada. Extremamente assustador.

Era neste estado de estresse que ele se encontrava no momento.


Distrito Comercial, 15:45

O som de dedos batendo nos teclados era uma música de fundo quase harmoniosa, os papéis sendo virados, dobrados, grampeados e classificados faziam parte dessa rítmica sinfonia do trabalho. Eventualmente uma pessoa andava de um lado ao outro carregando e trazendo mais papéis, imprimindo ou rasgando alguns deles. E se você suspirasse iria facilmente sentir o cheiro de café e papel recém impresso no ar.

Aquele era o ambiente da seção esportiva de um dos conjuntos de revistas mais famosos do país. Neste curioso habitat era onde Kageyama Tobio, a figura escarrada e estereotipada de um salaryman trabalhava.

—Mas que porra?... —Kageyama folheou a página, checando as informações nela contidas e suspirou. Ele estava muito perto de cometer um assassinato contra algum infeliz estagiário que havia cometido o crime de ferrar com todo o layout de uma das páginas de uma entrevista. Kageyama suspirou alto, e se recostou na cadeira, pondo a mão na testa.

—Hm? O rei está bravinho de novo. —Tsukishima riu, passando pelo moreno de olhos azuis, fazendo uma veia saltar na testa dele. Ele adorava cutucar a onça com vara curta.

—Fujam para as colinas! —Tsukishima continuou ao ver que ele havia pego a isca, levando uma papelada para a mesa de um dos colegas. Kageyama olhou para o loiro, cogitando a possibilidade de lançar o grampeador como uma bola de vôlei na testa de Tsukishima.

—Ok, ok, agora chega. Tsukishima você é grandinho demais pra isso não acha? —Sugawara apareceu de mais umas de suas ronda pelo andar e repreendeu Tsukishima, que só rolou os olhos. Este era o típico amigo diplomata, o amigo apartador de brigas. Sugawara Koushi, o psicólogo do departamento. Ele olhou para Kageyama e suspirou.

—Tobio, eu tô começando a ficar preocupado com você. —Ele deu um aperto no ombro do moreno. —Você tem estado mais sério e ranzinza que o normal.

—Isso devia me fazer rir por acaso? —Kageyama respondeu de forma grossa, esfregando a ponte entre os olhos. Sugawara não se afetou e respondeu com humor:

—Nah, mas você devia fazer algo sobre isso. Vai começar a afetar o seu trabalho e suas relações sociais. —Koushi continou, sendo o bom profissional que ele era.

—Como se ele tivesse alguma relação social. —Atsumu riu, pondo a cabeça pra fora do outro lado da mesa. Kageyama suspirou alto juntando todo o resquício de sua pouca paciência. Do lado dele, Tanaka ficou empolgado com a conversa e logo abriu a boca pra comentar:

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