O d i á r i o
O Natal naquele ano foi tão divertido quanto sempre foi com Regulus. Draco gostou de ter seu pai por perto novamente por alguns dias, e recebeu sua antiga rotina - acordar cedo, ajudar no jardim, brincar, ajudar com o almoço, brincar mais um pouco, estudar, brincar, ajudar com o jantar, ler e ir dormir - de braços abertos. Com todos os acontecimentos malucos em Hogwarts ultimamente, a tranquilidade de sua moradia era bem vinda.
A manhã de Natal despontou fria e branca. Uma fina camada de neve cobria o terreno e o telhado da casa. Haviam alguns presentes entregues a Draco de seus amigos, e ele enviou Stella para dar os seus de volta. Hagrid dera a ele uma caixinha com bolos de chocolate - que Draco sabiamente deixou Regulus colocar no fogo para amolecer antes de comê-los; Diana deu-lhe uma pulseira de prata, Pansy uma caneta de luxo com pena de falcão e Hermione enviara um livro - como costume.
Ron não mandara presentes aquele ano, mas Draco também não esperava um. Ainda sim, mandou doces para o menino. Se ele se sentisse culpado, bem... Não tinha como provar que era o objetivo do sonserino.
O presente de Harry poderia ser considerado tabu para qualquer outra pessoa, mas Draco adorou. Era um cordão, com um pingente onde apenas um item de pequeno porte poderia ser guardado. O pingente se abria só com um ofidioglota. Draco gostava do modo como o grifinório não tratava a língua das cobras como algo a ser temido ou escondido, e sim como apenas mais um dos talentos do sonserino.
Regulus presenteou Draco com um livro sobre as mais diferentes e curiosas poções - ele sabia que o menino gostava.
Draco decorou uma árvore com Regulus, que insistia em fazer a mesma coisa todo ano, mesmo quando era sempre apenas os dois. Eles fizeram biscoitos decorados, e Draco acabou indo dormir mais tarde que o normal, feliz com o tempo que passava com seu pai.
Contudo, o feriado eventualmente chegou ao fim e Draco voltou para Hogwarts. Sentiu aquele leve aperto no peito que já se tornava familiar quando deixou seu pai na estação King's Cross e aproveitou a viagem de volta conversando com Diana sobre os acontecimentos de cada um dos dois nos últimos dias.
Hogwarts - que parecia ter permanecido parada durante a espera pelos alunos - acolheu todos aqueles que voltavam do feriado, e logo o próximo período letivo estava começando. Draco rapidamente se ajustou a seu horário novamente, e as coisas voltaram à normalidade.
Foi alguns dias depois do primeiro dia de aula quando Draco acordou no meio da noite após um pesadelo. Não era exatamente um acontecimento raro - não quando seus dois pais são assassinados e o louco que os matou é uma ameaça constante, fazendo você ter que matar um professor com as próprias mãos aos onze anos - e ele já sabia como lidar.
Sabendo que um chá poderia acalmá-lo - Regulus sempre preparava um para ele quando Draco não conseguia dormir -, o menino silenciosamente deixa a Comunal da Sonserina na direção da cozinha.
Foi quando o chão escorregadio chamou sua atenção. Uma grande inundação se espalhava por metade do corredor e aparentemente a água ainda não parara de correr por baixo da porta do banheiro. Draco franziu a testa e, lembrando-se da noite em que encontrou Madame Nor-r-ra, colocou uma mão na sua varinha ao lentamente empurrar a porta.
Estava escuro no banheiro porque as velas haviam se apagado com a grande inundação que deixara as paredes e o piso encharcados.
Não havia ninguém ali, e Draco não notou nada estranho, até notar o pequeno objeto no chão. Havia um livro pequeno e fino caído ali. Tinha uma capa preta e gasta e estava molhado como tudo o mais naquele banheiro.
Draco se aproximou para apanhar o livro do chão, mas parou no meio do caminho com sua mão esticada, uma sensação estranha preenchendo-o.
Regulus havia ensinado a Draco a reconhecer magia obscura antes mesmo do menino dominar a fala. Era um modo de proteção, seu pai havia explicado. Ele aprendeu desde pequeno que não havia magia ruim ou boa - ambas poderiam ser usadas dos dois jeitos, dependendo do bruxo que a dominava - mas a magia obscura estava mais propensa a ser usada para objetivos perigosos.
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O Papel das Sombras - O menino que sobreviveu 2
FanfictionDraco estava determinado a passar seu segundo ano sem mais problemas, mas é claro que ninguém iria permitir que isso acontecesse. E, dessa vez, ele não só tem que lidar com mais uma ameaça em Hogwarts, mas agora também havia uma mais nova suspeita c...