Era pra ser surpresa tá?

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Os primeiros raios de sol finalmente adentraram o quarto do casal, naquele dia o despertador não foi acionado e talvez o bom humor reinaria naquela casa.

A verdade era que Pedro passou a amar o seu aniversário quando mais velho. O pequeno garotinho de bochechas grande e rosadas possuía raiva por fazer aniversário em dezembro, não pelo signo, mas por quase nunca ter seus amigos em suas festas de aniversário.

E agora, chegando aos quase 40 anos, Pedro se via em uma mistura de animação com seu aniversário. Era férias das crianças, esperava o ano todo para tirar seu recesso como professor e Teresa também estaria em casa. Naquele ano as coisas estavam sendo diferentes, a pandemia parecia não ter fim e o pobre professor se sentia chateado sem poder ao menos fazer uma grande viajem com a família.

Mas a ideia de sua esposa tinha caído como um casaco em uma dia frio, ir para Petrópolis com a família e os amigos. Agora eles estavam ali, Pedro apenas admirava Teresa dormindo e agradecia por mais um ano passar ao lado dela.

[...]

Teresa poderia dizer que estava em puro caos de estresse, mas que culpa a mulher poderia ter? Era apenas uma mulher apaixonada que queria o melhor aniversário para o seu marido.

— Você acha que eles vão conseguir? – Celestina disse antes de beber um copo de água — Não que eu não confie nos homens dessa família, mas pra todo caso né....

— Eu amo que o casal moderno hetero é desse jeito – Vitória disse antes de adentrar na cozinha — Uma mulher que não confia no marido, acho que por isso eu preferi a outra fruta.

— Eu tenho culpa? O senhor Antônio Rocha me estressa o dia inteiro e se não seguir a parte do plano ou deixar o marido da outra ali – Celestina disse apontando para Lili que estava encostada na janela fumando — falar o real motivo, eu juro que eu mato os dois juntos.

— Vocês falam como se eles fossem bichos irracionais sem cérebro o suficiente – Lili disse antes de tragar mais uma vez o cigarro.

— Olha, cérebro nunca foi um bom elogio para algum deles – Celestina disse antes de bebericar o copo de água.

— Se algum dia vocês perguntarem o por quê eu não quero casar, quero que saibam que são o motivo – Isabel disse adentrando na cozinha ao lado de Leopoldina — A mini mamãe quer comer.

Teresa apenas sorriu com as filhas, pegou a mais nova no colo e colocou em um dos banquinhos que tinha ali e rapidamente um pote de biscoitos de bichinhos foi colocado na frente da pequena Bragança.

— Vamos lá, o que você pensa em fazer? – Liliane disse apagando o cigarro e bebendo o copo de água que Celestina lhe entregou — Se nós dividimos bem, conseguimos fazer uma bela festa.

— Eu não entendo o porque você tá tão preocupada com festa, a gente sabe como isso a acaba – Vitória disse e rapidamente as três mulheres e a adolescente lhe olharam com os olhos arregalados.

— AI QUE NOJO, por Deus tia Vitória – Isabel disse fechando os olhos e fazendo uma cara de nojo, naquele momento a garota adoraria lavar sua mente.

— Acho que agora entendo o motivo de você pedir pra fazer terapia – Celestina murmurou antes de roubar um dos biscoitos de bichinho da afilhada — Só peço que o presente de aniversário dessa vez não seja outra cria, quatro já tá bom.

— Olha que números pares são bem melhores

— E a sanidade mental da sua filha também é bom – Isabel murmurou arrancando um rápido sorriso da madrinha.

— Vocês falam como se eu fosse uma...– Teresa rapidamente cobriu as orelhas da filha mais nova — Como se eu fosse uma tarada.

— Porque você é, simples assim – Liliane disse sorrindo.

Século 21 - Nos Tempos Do Imperador Onde histórias criam vida. Descubra agora