PRETEND // Siany fanfiction

7º

— Any!

Minha cabeça dói.

Pisquei lentamente e tentei entender o que estava acontecendo ao meu redor.  Meu corpo inteiro doía. 

— ANY!

Doía respirar.  Meu braço, que estava descansando acima da minha barriga e minha cabeça, era o que doía mais.

Havia muito barulho ao meu redor que eu não sabia de onde vinha.  Estava machucando meus ouvidos, estava machucando meu cérebro. 

— Any! Amor, por favor, fale comigo!

Sina.

Finalmente meu cérebro alcançou meus ouvidos e meus olhos saltaram.  Mas era tudo o que eu podia fazer, eu não conseguia me mover.  Doía muito.  Eu choramingava, com medo e com dor. 

— Any!

Meus olhos finalmente focaram na garota de cabelos loiros no banco do motorista. Isso só me fez chorar mais forte.

Deinert tinha sangue por toda parte, tanto que eu não sabia de onde vinha, e isso me apavorava.

Chorei e gritei de dor pelo movimento do meu corpo. 

— Any, amor, acalme-se. Por favor, por favor, acalme-se. - Sina estava chorando.

Sua voz estava falhando e ela parecia assustada. 

Sina Maria Deinert estava chorando.

Sina Maria Deinert estava com medo.

Sina Maria Deinert nunca sentia medo.

Sina Maria Deinert só tinha medo do contrato.

— Si-Sininho... Sininho.

— Shhh... Está tudo bem, querida... Você vai ficar bem. Respire fundo, ok? Apenas respire...

— Sina, isso... Dói. - digo chorando e tento me mover novamente.

Eu gritei de dor. Foi inevitável.

— Não! Não se mexa, Moany, não se mexa, ok? A ajuda está chegando, meu bem, fique quietinha...

— Sina...

Eu não conseguia parar de chorar. Eu não conseguia me mover, não conseguia ver direito, minha cabeça latejava e minha namorada estava machucada. 

— Está tudo bem, Anyelly, apenas... Apenas fique comigo, ok? Vamos...

A loira começou a tossir. Através dos olhos turvos, vi mais sangue saindo.

Eu chorava como nunca antes. 

— E-está t-tudo bem, Moany. Estou bem. Vamos... Vamos fingir, certo? B-brincar de Pretend.

— Si-Sina... Dói... Dói...

— Shhh, eu sei, amor. Me... M-me ajude aqui, Any, v-vamos brincar de fingir. Onde estamos?

A loira tossiu sangue novamente e eu choraminguei. Ela respirou fundo, trêmula.

— Vamos, Anyelly, m-me aju-ajude. On-onde estamos?

— Nós... Nós... Nós estamos na praia.

— A praia? O-ok. Nós e-estamos na praia... Fazendo o q-quê?

A voz de Sina estava ficando mais baixa e distante.

Eu choraminguei novamente, soluçando em desespero. Tentei muito me concentrar e continuei chorando. 

— Nós... Nós estamos... Estamos surfando... Na a-areia... E... E... E...

Tudo ficou preto.