PRETEND // Siany fanfiction

5º

POV Any

— Que tédio... - digo ao jogar-me na cama de hotel que compartilhava com Sina.

— Bom... Eu acabei de finalizar minha sessão de fotos então... Realmente não tenho nada para fazer.

— Hum... Ver suas poses foram meu passatempo hoje, obrigada. - ela ri de meu comentário.

— Você me chamando de gata a cada três segundos também foi.

Rimos um pouco.

Sina deita na cama e me olha enquanto ainda estou sentada.

— Quer jogar Pretend? - Deinert quebra o silencio.

— Não era eu que estava muito velha para isso? - a provoco.

— Bom... Mudei de ideia. Você ainda é um bebezinho.

Rio.

— Não mais que você.

Sinto minhas costas doerem pelo ensaio pesadíssimo de hoje e deito-me ao lado de Sina. Ela passa seu braço em volta de minha cintura e eu apoio meu rosto um pouco abaixo de seu ombro.

— Onde estamos? - a loira pergunta enquanto acaricia meus cabelos.

— Hummmm... Num hotel em Berlim?

— Ah, vamos lá, Any. - ela diz como tivesse quebrado toda a magia.

— Me escute! Estamos em um hotel em Berlim. Com uma vista maravilhosa da cidade.

— Uhum... - ela começa a seguir o raciocínio. - E aí?

— Depois de longos dias de ensaio, sessão de fotos e apresentações, finalmente estamos sozinhas, descansando.

Me aconchego mais nos braços de Sina.

— E... Toda essa tensão vai embora quando sinto dois braços me envolverem, como se fosse nuvens.

Ela sorri.

— E... Esses braços, talvez, por coincidência... Sejam meus?

— Obviamente. - digo como se fosse óbvio.

O silêncio toma conta do quarto, como ambas queriam falar algo mas estão arrumando um jeito de fazer o mesmo.

Viro para o lado ao contrário de Sina, para visualizar a janela e tentar acalmar meu coração. Mas isso é em vão quando ela me abraça por trás e encaixa seu corpo perfeitamente em minhas costas. Sinto seu coração bater apressadamente, e isso faz com que o meu faça o mesmo.

Viro-me para encarar a loira. Nos olhamos por alguns minutos. Com toda a certeza os mais demorados segundos da minha vida. Deinert, delicadamente, apoia a mão em meu rosto e coloca uma de minhas mechas de cabelo atrás de minha orelha.

— Sina... - digo, mas sai mais como um sussurro. - O-o que está fazendo?

Ela não responde de imediato.

— Você me faz sentir bem. - a loira diz tão rápido que tenho que raciocinar um pouco para entender o que dissera.

Algo se expande dentro de mim. Coragem... Paixão, talvez? Não consigo decifrar, mas esse sentimento é forte o suficiente para aproximar-me de Sina e tocar nossas testas.

A respiração densa de Deinert me faz perguntar.

— Eu... Eu posso te beijar? - pergunto e fecho os olhos, com medo de sua reação.

Antes de abri-los de novo, sinto a mão de Sina em meu pescoço e seus lábios macios tocando nos meus. De primeiro momento fiquei paralisada, mas fui me acalmando e em poucos segundos eu já estava em seu colo.

Foi uma sensação que nunca tinha sentido antes. O beijo parecia nos conectar de maneira que não queria larga-lá mesmo que me obrigassem. Cada toque dela era suficiente para me derreter em seus braços.

Seu cuidado, sua delicadeza... Era algo de outro mundo, realmente parecia que estava nas nuvens. Seu cheiro era cativante, e o calor de sua respiração era ainda mais dispersante.

Ficamos assim por bons e longos minutos, até que a falta de ar interrompesse. Depois, ficamos ali, abraçadas na cama.

Eu estava deitada encima dela, com meu rosto mergulhado em seu pescoço, enquanto ela me abraçava forte e fazia carinho em minhas costas.

Era uma sensação maravilhosa, mas minha cabeça não parava de pensar nas consequências de tudo isso. Porque, querendo ou não, para mim isso não foi só um beijo.