CAPÍTULO 5

1K 60 7
                                    


PRESENTE

Angeline

Anos depois.

Eu estava louca para que meu aniversário de dezesseis anos chegasse logo. Afinal, você só é debutante uma vez na vida. [n/a: Nos EUA as festas de debutante, ou mais conhecidas como "sweet sixteen", são comemoradas com dezesseis anos, não com quinze como no Brasil].

O meu nome estava estampado em todas as colunas sociais. Não que eu me importasse apenas com isso, mas quando se é adolescente, popularidade é sempre importante.

Era sexta-feira, um dia antes de minha festa. Eu tinha combinado com Duncan de ir até o clube em que frequentávamos assim que eu saísse da escola. Ele ficou de ir me buscar.

Duncan Corbett Sundstrom era um dos filhos dos meus padrinhos Matthew Sundstrom e Nicolly Corbett Sundstrom.

Nós dois sempre fomos inseparáveis. Ele era meu melhor amigo, apesar da diferença de cinco anos de idade.

Desde que nasci, Dunk virou meu protetor. Eu me lembrava bem de como ele agia. Sempre cuidando de mim, sempre impedindo que eu me machucasse, sempre me fazendo feliz. Como se fosse sua função exercer todas essas tarefas. Eu o amava por isso. Demais. Apesar de muitas vezes me sentir sufocada já que nenhum garoto da escola poderia me olhar sem que Duncan partisse para cima. Até que ele se formou e eu fiquei livre, finalmente. Mesmo quase todos os dias ele aparecendo no final das aulas para me pegar e inspecionar o lugar. Eu podia ver o olhar de terror dos garotos quando o preto de Dunk parava em frente à escola. Apesar dele ser um cara descontraído, era amedrontador quando estava sério. Somente pelo seu tamanho, muito adolescente sairia correndo. Não era qualquer um que encarava um metro e noventa e dois de pura imponência e arrogância. Duncan era como o sol. Ele chamava a atenção aonde estivesse. As meninas quase morriam por ele. Loiro, olhos azuis acinzentados e um sorriso sedutor de matar qualquer uma. Já os garotos sempre queriam ser seu amigo de qualquer maneira. Porque ser seu inimigo era perigoso. Ao mesmo tempo em que Duncan estava sorrindo e brincando, ele poderia se transformar e levantar alguém pelo pescoço com uma mão. Eu sempre disse que ele era bipolar. Dunk não acreditava, mas seu humor mudava constantemente. Era assustador... para os outros, não para mim. Normalmente ele estava sempre sorrindo e brincando ao meu redor. Seu hobby predileto era me irritar. Sempre o divertia. Enquanto não me visse gritando com ele, não sossegava. E o pior de tudo era sua risada arrogante quando atingia seus objetivos. Até que eu parava de falar com ele. Aí, sua tática mudava. O lado galanteador, sedutor e mulherengo de Duncan surgia, e então, mesmo eu o conhecendo como ninguém, caía em sua lábia. Ele era um idiota completo, mas era o meu idiota. Apesar de sermos apenas amigos, eu tinha um ciúme horrendo de Duncan. Odiava quando ele se metia em meus relacionamentos, mas eu era pior do que ele. Fazia com que qualquer vadia evaporasse. Chegava a ser divertido. Eu e sua irmã Ashley Corbett Sundstrom passávamos horas planejando uma maneira de acabar com seus namoros. Não que fosse muito necessário já que ele mesmo era campeão em fugir de compromisso. Mas eu gostava. E minha parte predileta era quando o interrompia quando estava fazendo sexo com alguma delas. Ele odiava, ficava irritado, gritava comigo e me olhava perversamente com aqueles grandes e belos olhos cinzas. Até que, como sempre, eu conseguia acalmá-lo apenas com um sorriso meigo.

Duncan me completava. Não poderia imaginar uma vida sem ele.

–– Oi, Dunk. – disse ao entrar em seu carro e logo após lhe dar um beijo na face.

–– Oi, Angie. Torceu muito hoje? – perguntou sorridente, piscando para mim.

Eu joguei minha mochila no banco traseiro do seu carro.

○ THE AWAKENING # 0.5 - A The PowerCorp SerieOnde histórias criam vida. Descubra agora