Capítulo 7.

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As aulas haviam começado há mais ou menos dois meses, e graças à Deus esse era meu último ano, bom, graças à Deus não, até porque eu gostava um pouco daquela escola havia tido bons momentos lá e sem contar que a vida seria bem mais complicada depois que tudo acabasse, então eu sentiria falta desse inferno.

Enquanto assistias as aulas chatas do professor de geografia, algo ainda me atormentava: Minha terrível (ou maravilhosa?) noite com Andi, confesso que já haviam passado quase três meses e aquilo não saía da minha cabeça. Durante esse tempo, eu evitei tudo que me levasse até ele, principalmente aquela ruazinha endemoniada quando eu tinha que ir na casa de M.j ou algo do tipo. Aquela rua era um ótimo atalho, me fazia chegar nos lugares bem mais rápido, pena que as coisas tiveram que ser assim. Que caralho. As vezes via Andi de longe e fazia o máximo para ela não me ver.

Ok, era exagero eu sei, mas acontece que ela era uma cafajeste e mesmo eu sabendo disso, fui pra cama dela, porque eu não tive a capacidade de resistir, ou de inventar uma desculpa do tipo ''estou menstruada'' e também, por Sebastián. Eu havia feito tudo por Sebastián, o que fazia eu me sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo tempo, Andi havia me dado sensações que até então eram desconhecidas por mim.

Então, até agora eu não sabia dizer se aquela noite havia sido terrível ou maravilhosa, eu estava confusa e quanto mais eu pensava, mais eu piorava a situação.

- Então, senhorita Emília. Você não respondeu minha pergunta.
- Ouvi o Sr. Neto dizer, e tipo, que pergunta? Ah eu não sabia, porque tinha algo me atormentando. Então arrisquei,

foda-se: - Hã...É 20. - Falei. E pude ouvir a risada de todos da classe.

- Claro, poderia ser 10... - O professor disse. - Se eu tivesse te perguntando alguma conta e se isso fosse aula de matemática ou sei lá o que, que envolva números. - Ele respirou, pois havia falado rápido demais, como sempre. - Geografia, senhorita, geografia.

- Ah, obrigada pelo ''senhorita'' me sinto super importante. - O professor me fuzilou com os olhos, mas logo continuou sua explicação.

Logo bateram na porta da sala e o Sr. Neto murmurou algo do tipo: ''Droga, adoram interromper minha aula'' e foi abrir.

- Bom dia...- Era a diretora. Mal dia, isso sim. - Espero que todos estejam tendo uma boa aprendizagem. - Ela disse sendo formal. - Mas vamos direto ao assunto, agora nós temos uma ''faz tudo'' na escola, ela vai ajudar o professor Thom de Educação Física a monitorar vocês no intervalo, e se vocês quiserem algum tipo de ajuda, podem falar com ela, mas não abusem claro. Ela vai ficar conosco mais ou menos seis meses. - Coitada, deve ser uma garota tão boa e vai ter que viver esse inferno. Pensei comigo. A diretora deu uma olhada na porta e fez um sinal com a cabeça para que a pessoa entrasse. - Entre, por favor.

PUTA MERDA. Que droga é essa? Por um momento, eu não acreditava no que eu estava vendo, em um movimento super ninja, coloquei meu capuz e fiquei de cabeça baixa na classe. Se eu estava me escondendo? Não...Imagina. Mas foi algo inútil. Totalmente inútil.

- Srta Emília, você esta bem? - Pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. E quando levantei a cabeça, todo olhavam para mim, inclusive...Andi, que fez uma careta, estranhando o fato de o professor me chamar de Emília, pois para ele eu havia dito que meu nome era Gabrielly. Respirei fundo.

- Sim, só um pouco de dor de cabeça. P-p-ode continuar. - Gaguejei quando meus olhos se encontraram com os de Andi, ela estava parado ao lado da diretora com os braços cruzados, usava uma blusa preta simples, e uma calça jeans escura, o que era raro.
Seu cabelo estava solto. Ela me olhou e deu um sorriso sacana bem discreto. Desviei o olhar, que diabos ela estava fazendo aqui? Pode ter certeza que o que ela menos precisa é da merreca que essa escola oferece, porque boatos dizem que ela vem de uma família que possui um poder aquisitivo, aí tem algum dedo podre...Pode ter certeza.

Pude ver as garotas tudo babando enquanto Andi se apresentava. Ridícula. Inclusive ela, a rainha da rainha da rainha da rainha das putas, Thais. Eu odiava essa garota. Odiava.

- Então...- Ela tentou ser um pouco formal, mas aquilo não combinava com ela. - Eu vou estar aqui para o que vocês precisarem, qualquer coisa já sabem, me procurem. - Agosti falava isso com um ar do tipo '' Pra tudo mesmo, inclusive, sexo''.

Enquanto ouvia Andi falar, evitava totalmente contatos visuais, tentava me concentrar nos rabiscos que eu havia feito em meu caderno. Aquilo estava estranho o suficiente.

- Para tudo o que a gente precisar mesmo, Agosti? - Thais disse com o cu piscando e a olhando maliciosamente e Andi retribuiu o olhar. Daqui há uma semana todas as garotas daquela escola já estariam em sua cama.

- Sim, para tudo que vocês precisarem mesmo. - Ela sorriu e deu uma piscadinha, em seguida ajeitando algum fio rebelde de seu cabelo, o que fez as garotas babarem mais ainda.

- Ela é gostosa pra caramba, ter uma noite com ela é tudo o que eu mais quero agora. - Ouvi uma garota falando para outra atrás de mim.

E poderia simplesmente me aparecer e dizer: ''Chupem, eu já tive esse privilegio'' mas eu era humilde... e aquilo não era um privilegio. Mal sabiam elas o tipo de pessoa que Andi era.

- E você... - Andi disse e apontou para ninguém mais, ninguém menos do que...euzinha. - Tem alguma pergunta? - Ela deu um sorriso, pois ela estava fazendo aquilo por pura implicância, óbvio.

- Não. - Respondi severamente.

- Tem certeza? - Ela insistiu e pude ver diversão em seu olhos.

- Absoluta. - A encarei confiante e levantei uma sobrancelha, ela ficou me olhando profundamente por alguns segundos, piscou e desviou o olhar. Estremeci, droga. Agosti logo se retirou da sala com a diretora E possibilitou o professor de continuar a sua aula.

- Srta Emília, você pode me fazer um favor? - O professor perguntou.

- Sim...- Respondi.

- Vá na secretária e me traga algo que preste e que não fique se desgastando para que eu possa escrever na porcaria desse quadro. - Senti irritação em sua voz, quase ri.

- Ok. - Levantei-me e saí da sala, desci alguma escadas meio que correndo, porque eu simplesmente adorava fazer isso, mas dessa vez não foi uma ideia muito boa, pois pisei em um degrau em falso e caí escada a baixo.

- Droga! - Falei alto, não havia me machucado muito, só havia causado uma dor suportável em meu tornozelo

- Você está bem? - Uma voz rouca disse entre risadas, enquanto eu tentava me levantar com certa dificuldade.

- Você é uma anta mesmo. Como conseguiu cair desse jeito? - Andi riu mais uma vez. - Eu queria que o corredor estivesse cheio para ver todos rindo da sua cara.

- Idiota.

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Tadinha da minha mulher.

Possessive, Emília e Andi.Onde histórias criam vida. Descubra agora