O amor nunca foi sobre eternidade.
Ou sobre desconstrução.
Park Jimin agora sabe bem disso. Um florista com perspectivas imensuráveis sobre a vida, nunca se deixou envolver com pessoas famosas ou qualquer coisa do gênero, seu coração sempre soube qu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
◈
Seoul, Coreia do sul. 24 de março de 2018, 04:04min. Hospital central.
"Aqueles que se amam e são separados podem viver sua dor, mas isso não é o maior desespero: eles sabem que o amor existe."
PARK JIMIN
Eu sempre odiei hospitais.
Sempre me agoniou o cheiro, o silêncio, as paredes brancas e a tensão que todos ali carregam. Talvez porque as histórias felizes e exultantes são apenas uma pequena parcela de todas que se concretizam neste lugar.
A maioria são lágrimas pesadas e pedidos desesperados de mais uma chance, seja para si ou para outro. E o mais crucial a se lembrar, é que aqui é o lugar das piores e mais lancinantes despedidas.
Despedidas lentas, outras rápidas. E algumas, que não há tempo para despedir-se. Quando os entes se achegam, a pessoa já partira.
Quando cheguei ao hospital, a entrada foi lenta ao que conseguimos fazer isso pelos fundos. E quando cheguei ao andar que Jungkook estava, eu soube que a situação era das piores. Haviam algumas cadeiras no corredor, mas todos os colegas de banda do vocalista estavam sentados no chão, com uma face destruída.
Hoseok se levantou assim que me viu, e talvez esse tenha sido o momento em que eu percebi que não éramos nada. Não éramos ninguém, e eu me senti menos do que nada. Porque ele me abraçou, e tudo que eu recebi foi o mais amargo silêncio. No abraço, eu o apertei pelo tempo que pude, e quando ele me soltou, seus olhos estavam cheios de lágrimas, mais lágrimas do que as que ele já tinha derrubado.
E com a mesma sensação de impotência e de não ser nada, eu tive um choque de realidade e certezas. Não havia nada que pudéssemos fazer.
— É grave. — Falei, só então percebendo que a minha voz estava embargada e falhada. — Não é? — Completei, sentindo meus olhos quentes, também se marejando, enquanto eu via a os olhos de Hoseok me darem a resposta.
Um silêncio que pareceu eterno se passou, antes que ele me respondesse:
— Afetou todo sistema digestivo.
Sabe, eu já havia sentido dores imensas, golpes duros da vida, como tudo que me aconteceu por conta de um Jeon drogado e sua traição. Mas eu nunca, nunca, me senti a ponto de rasgar-me de desespero como naquele instante.
A dor gelada que se alastrou em mim, saiu pelos meus lábios em um soluço engasgado, acompanhado das lágrimas que vieram juntamente com ele. Senti as mãos de meus amigos em minhas costas e cintura enquanto eu colocava a mão no rosto, sentindo o peso das palavras de Hoseok.
