Demons

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Certamente, a Jordahl já tinha cuidadosamente arquitetado um plano para caso tudo desse errado. A ideia dos superiores eram que Zapatta parasse na costa da ilha Paradis e mandassem uma equipe de busca para averiguar o lugar e ver se seria seguro zarpar no local. Porém, era óbvio que este plano não estava dando certo. A teoria mais prudente que Aster conseguiu criar para explicar o porquê os navios não estarem voltando eram que eles podem ter sido encurralados pelos tão habilidosos eldianos como Reiner disse (como se eles fossem melhores que marleyanos). Mas como eles fariam isso se não há como usar o DMT? Estariam usando o Titã de Ataque ou o Titã Colossal para destruir a frota? Mas, então, por que não há destroços dos navios na água? Tantas questões em sua mente e ela estava pronta para resolver quaisquer uma delas — ou pelo menos queria estar.

No convés do navio, Aster observou o último prédio de Marley desaparecer diante de seus olhos azuis tão claros quanto a água cristalina. O mar estava belo como sempre. A brisa salgada balançava seus cabelos como uma despedida de sua querida terra. Não sabia quando a veria, se chegasse a vê-la novamente. Não podia parar de pensar se, no fim das costas, estava indo para uma missão suicida.

Espere... ela não estaria sentindo medo... estaria? Como isso é possível? Nunca, em nenhuma missão anterior, Aster jamais sentira medo de alguma coisa, muito menos de um inimigo qualquer como esses malditos eldianos. De longe, pôde ouvir o capitão gritando ordens para os subordinados. Era isso. Esta é a ordem natural das coisas. Marleyanos no topo, eldianos embaixo. Sempre fora assim sua vida inteira. Daqui poucas horas, ela estaria colocando ordem em Paradis e os demônios da ilha teriam o que realmente merecem.

Não sabe quando tempo passou sozinha no convés. Não sabe quando foi que o céu tornou-se um pouco mais escuro. Apenas se deu conta quando um soldado gritou da proa:

— Terra à vista!

Ela não aguentou sua excitação e correu para o lado direito do navio, se apoiando na borda. Um amontoado de terra começou a aparecer na linha d'água. Naquele momento, teve certeza. Era o Paraíso. Ou o inferno.

— Subtenente, estão a chamando na cabine do capitão. — um soldado a alertou.

Até então, nada estranho aconteceu. A mesma foi martelando este pensamento até subir na parte superior do navio. Daqui a pouco chegariam em Paradis e não havia qualquer sinal de ataque ou uma defensiva. Aster sempre fora uma garota inteligente, ela tentaria resolver rapidamente este mistério.

— Subtenente! — o capitão do navio exclamou quando a viu. — Conseguimos contato com um navio Marleyano que encalhou pela região...

Seria este o sinal?

— Deixe-me falar com eles. — ela pegou o walkie-talkie. — Alô? Tem alguém aí? Câmbio.

— Olá! — uma voz respondeu. — Sim, estamos um pouco mais a frente. Encalhamos há um mês atrás e não conseguimos entrar em contato. Ainda bem que vocês apareceram! Câmbio.

Era a voz de uma mulher, sem dúvidas. Havia mulheres na última expedição? Deveria, porém, poucas. Algo não estava encaixando. Ficaram um mês encalhados e não mandaram alguém voltar para avisar Marley? E os navios anteriores?

— Há quantos de vocês por aí? Por que não mandaram alguém de volta? Nenhum eldiano encontraram vocês nesse tempo todo? Câmbio.

Ela não queria parecer tão desesperada, mas precisava de alguma resposta, nem que fosse uma pista sequer.

— Para quê estas perguntas, subtenente? Eles são um dos nossos... — o capitão começou a dizer.

— Silêncio. — Aster ordenou. — Pode responder a minha pergunta, soldado? Câmbio.

Uma Marleyana em ParadisOnde histórias criam vida. Descubra agora