Brutality

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⚠️ Gatilho: violência

Um turbilhão de emoções se passava pelo corpo de Aster Jordahl. Não podia parar de pensar nas palavras de Floch. O que ela sentira ao ouvir tais frases a machucara. O que havia feito para ser chamada de demônio? Ela era uma marleyana, não uma eldiana, não havia feito nada errado!

Tão patética. Para ficar na sua zona de conforto e jogar suas frustrações sob os súditos de Ymir, tudo bem, mas não aguenta receber o ódio que prega.

Ela sente um buraco na barriga quando volta a pensar na comandante Hange e no esquadrão do capitão Levi. Se fosse atuação ou não, eles foram gentis com ela. Até mesmo Eren Yeager, que, aos olhos de Reiner Braun, era um psicopata maluco, parecia apenas um garoto quieto e tímido. Quão errada era sua opinião sobre eles?

Aster apenas entrou numa confusão, pois acabara de vivenciar uma contradição. Da mesma maneira que aquele soldado a considera um monstro por sua nação escravizar os eldianos, os marleyanos consideram os eldianos como monstros por terem os escravizado no passado.

Droga. Odiava ser tão empática, porém era um defeito que a acompanhava desde que nascera. Em Marley nunca havia parado para pensar nestas reflexões pois, desde criança, estava acostumada a rejeitar eldianos e era isto. Nunca pensou em como era ficar no lugar deles, e agora, que passou por 1% das ofensas que recebem, se sentiu mal a ponto de chorar? O que é isto? Resolveu ficar fraca em Paradis?

Só posso estar ficando louca.

A retirando de seus pensamentos, começou a escutar um burburinho vindo mais a frente nas barracas do acampamento. Logo, ouviu algo grande cair no chão e gritos disparados acompanhado de uma movimentação agitada pelos soldados que seguiam a confusão.

— O que está acontecendo? — o soldado que a levava de volta leu seus pensamentos.

Ao chegarem perto, viram homens lutando, socando uns aos outros. Ela não deixou de perceber o uniforme marleyano que alguns estavam vestidos. Se aproximaram lentamente e sua boca abriu quando viu quem estava no epicentro da confusão. Octav Lendhart. Tinha se esquecido completamente dele. Então ainda estava vivo.

O soldado que a escoltara resolveu abandoná-la para tentar apartar a discussão, mas foi em vão. Eram cerca de quinze soldados discutindo e agredindo uns aos outros.

— Aster! — Octav gritou quando a viu sozinha.

Ele socou e chutou três soldados eldianos que tentavam o impedir de continuar avançando. Porém, foi em vão, pois o ruivo conseguiu alcançá-la e a levou para perto de uma tenda, longe da confusão.

— Aster, fiquei tão preocupado com você! — ele a abraçou com força.

A loira não podia dizer o mesmo. Por um segundo, se sentiu realmente culpada por ter se esquecido de seu parceiro. De qualquer forma, era bom estar perto de um rosto familiar.

— Octav... o que está acontecendo? — perguntou enquanto ele soltava suas amarras.

— Nós vamos fugir. — respondeu ofegante. — Ainda bem que está aqui, pois tinha bolado um plano para ir buscá-la, mas não será mais preciso...

— Ah, eles te fizeram de refém também, não é? — olhou em seus olhos azuis.

— Sim, eu e mais alguns. Desde que chegamos não vejo a hora de sair de perto desses demônios selvagens com sangue de porco. — disse, com nojo. — Só de pensar que fui preso por esses ignorantes, abusadores, pecadores e de má índole faz com que eu fique enjoado.

Aster não respondeu nada, mas achou engraçado que ele acabou se auto descrevendo. O histórico de Octav não era nada bom. O ruivo já se envolvera em coisas muito ruins por aí.

Uma Marleyana em ParadisOnde histórias criam vida. Descubra agora