Feito de caos

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— E você, Lua, o que quer fazer pela cidade?— Questionou Boltz, minimamente curioso.

Estávamos em uma mansão na beira da praia, almoçando de domingo com meu pai e meus irmãos na casa do Boltz. Mexicano e Paty eram extremamente engraçados e simpáticos, Boltz fazia um certo esforço e Luiz Paulo mal trocara uma palavra desde o início.

O clima estava agradável, a brisa do mar tranquilizava qualquer assunto hostil vindo à mesa. Eu não daria a verdadeira resposta para aquela pergunta em frente a tantas pessoas, portanto, me afastei da sobremesa e olhei a vista, refletindo dramaticamente.

— Me encontrar. Harvard saiu dos meus planos e desestabilizou muitas coisas, talvez siga uma carreira profissional ou encontre um Hobby. — Olhei em seus olhos impassíveis.

Alerta de mentira. Eu sabia bem que tipo de diversão buscava, era óbvio.

— É o que muitos na sua idade querem.

É, menos eu. Respondi mentalmente, amava ser subestimada.

— Posso te mostrar a cidade, Lua, eu e o Luiz Paulo armamos vários rolês no fim de semana.— Sugeriu Paty, entusiasmada.

— Se eu souber que você tá fazendo festa aqui, a próxima cidade que você vai conhecer vai ser lá no norte da Ásia. —Ameaçou Boltz, apontando a faca de mesa para a morena. Ri internamente, Paty era extrovertida ao máximo e isso claramente era um problema para seu tio.

— Ficaria grata, Paty. Espero o convite. —Sorri, voltando a atenção ao meu prato.

— Então, Boltz, precisamos concluir aquele assunto.— A voz do meu pai estava séria.

— Mexicano. Luiz Paulo. — Chamou, se retirando da mesa.

Paty levantou o olhar, curiosa tanto quanto eu. Sorri minimamente, disposta a começar um novo assunto. Bleer estava dispersa no celular, provavelmente conversando, já Bruninho e Austin discutiam a mesa sobre Investimentos, aquilo parecia extremamente surreal para uma criança de 7 ou 10 anos.

— Já conheceu alguém na cidade?— perguntou a morena.

— Ah, sim, algumas pessoas.— dei de ombros.

— Relaxa, a cidade é lotada de gente da nossa idade. Vai rolar uma festa na quarta, na fazenda do mineiro. Tipo um rave, sabe? Vai ser irado.— assenti.— Você vai.

— Pode deixar. — gargalhei, assentindo.—Fui em uma ontem.— todos os outros estavam afastados e não parecia um problema comentar isso.

— O racha? —Questionou, incrédula.

— É tão inacreditável assim?—questionei risonha.

— Se você disser que bebeu sim.—deu de ombros, rindo.

— Ah, isso não. Já ultrapassei muitos limites.

Continuamos com a conversa, depois Bleer se juntou e fomos pra orla do mar observar a vista. De longe escutei dois carros adentrarem a casa, tirando minha atenção da conversa sobre a nova loja de grife da cidade.

Duas silhuetas masculinas adentraram a casa seguidas por Luiz Paulo, pelo visto a reunião iria ser longa. Laura me convida pra um luau pelo Altasapp, eu iria, mas dessa vez precisava avisar Bruno, já que Bleer recusou o convite de me acompanhar.

— É o Gabe e o Connor, deve ser coisa séria.— minha atenção foi tomada pela fala de patyzinha, olhei atenta.

— Provavelmente. Escutei alguns boatos pela cidade que estão em conflito com o Vigário.

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