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Notas iniciais: Desculpa pela demora, mas tem situações que acontecem comigo que impedem que eu poste logo 🥺Ela tem mais quatro capítulos e logo, logo posto os próximos 🤧Boa leitura!

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Notas iniciais: Desculpa pela demora, mas tem situações que acontecem comigo que impedem que eu poste logo 🥺
Ela tem mais quatro capítulos e logo, logo posto os próximos 🤧
Boa leitura!

Seokjin conversou com o marido Namjoon sobre o problema do seu irmão e, no mesmo dia, o alfa contatou Kitty por telefone para comunicar sobre a proposta de seu cunhado. 
 
Kitty estava há algum tempo sem serviços, não porque não aparecia pessoas à sua procura querendo que fizesse um serviço bem feito, mas porque ele deu uma pausa com o intuito de descansar. No entanto, sentia falta do que costumava fazer, então não foi difícil se interessar na proposta de Kim Taehyung. 
 
Seus crimes eram cometer roubos e assassinatos sem deixar vestígios na maioria das vezes, e em situações que infelizmente deixava, conseguia despistar os investigadores. Era o melhor no que praticava e aqueles que sempre pediam para fazer algo, eram indivíduos importantes da nobreza da sociedade francesa.
 
Kitty ou Jimin — seu nome verdadeiro —, pediu o endereço dos locais em que seriam fáceis de encontrar o Kim para Namjoon. Ele era ex-contratante de seus trabalhos e pagou muito bem Jimin por cada ação ilícita feita perfeitamente a mando do alfa.
 
Com os dois endereços anotados em mãos, ele se preparou para ir encontrar Taehyung.
 
À noite, após a apresentação de uma peça estrelada por uma atriz francesa muito conhecida no teatro principal de Paris, Kitty esperou todos saírem para poder ficar sozinho. 
 
Taehyung apareceu por perto um tempo depois e sentou-se ao lado dele em uma cadeira vermelha. Supôs que era Kitty que o esperava, visto que era a única pessoa que ficou dentre todos que estavam antes no ambiente. E olhou para o homem moreno. Os lábios dele eram levemente rosados, seu cheiro era de hortelã, os cabelos negros estavam repartidos de lado, alguns fios caiam por sua face bonita. Vestia um sobretudo cinza que estava fechado sobre seu corpo. 
 
Era um alfa também.
 
Kitty ajeitava sua luva preta de couro que incomodava sua mão, estava mais apertada e refletiu que precisava comprar outra maior, e encarou o Kim com seus olhos azuis da cor do mar. 
 
— Namjoon me falou sobre você, Kim. Precisa de mim para algo que, com certeza, não tem coragem de fazer sozinho — disse num timbre sério, vendo o outro alfa comprimir os lábios e rolar os olhos. — Então me diga, qual trabalho que quer que eu faça? — indagou sem rodeios, não queria perder tempo. Quanto mais rápido soubesse, mais rápido poderia pensar no que iria fazer e em como fazer.
 
Taehyung ficou calado por alguns segundos.
 
— Quero que mate Jeon Jungkook! 
 
— Ah! Um assassinato — murmurou e umedeceu o beiço inferior. — Isso vai custar muuuito caro — Kitty alertou.
 
— Estou disposto a pagar muito bem. — Havia um pequeno baú de ouro nas mãos de Taehyung. Ele abriu e mostrou o que tinha dentro. — Todas essas joias são valiosas, assim como as esmeraldas, rubis, diamantes, pérolas... Tudo o que tem aqui dentro pode ser seu…
 
Os olhos de Jimin brilharam, encantado ao ver as pedras preciosas e as joias caríssimas. Eram seus itens de roubo preferido que praticava em castelos de nobres e da realeza. 
 
— São muitas — pronunciou sem tirar seus orbes delas.
 
— E tudo o que tem no baú vale muito, Kitty — Taehyung afirmou para atiçá-lo. Um sorriso decorava seus lábios e seu coração batia descompassado. Estava ansioso pela resposta dele.
 
— Oh, sim! Tenho certeza disso. — Levou sua mão descoberta até o baú, onde tocou os objetos valiosos com carinho. — É claro que aceito, Kim Taehyung. Com todo prazer. — Kitty sorriu e Taehyung suspirou, aliviado enquanto seu lobo uivava baixinho em discordância. 
 
Mas o Kim não se importava, só desejava que o outro alfa fizesse uma boa execução.
 
No dia seguinte, um show do mágico Jeon Jungkook aconteceria na Magic Shop.  E Jimin foi fazer presença.
 
Ele já tinha ouvido falar sobre o alfa, e shows desse estilo não o atraía, mas também compreendia as razões que as pessoas o admiravam. Os números de mágica do Jungkook eram magníficos. 
 
Porém, algo o chamou a atenção na maior parte do tempo, bem mais do que o espetáculo: um certo ômega loiro de pele leitosa que, na sua imaginação, era bastante macia. 
 
Ele tocava perfeitamente o piano, havia paixão em como ele dedilhava as teclas do instrumento. Além de bonito ele era bastante talentoso. Nada do que ele fez passou despercebido por Jimin. 
 
Em um momento que o ômega desceu do palco e caminhou pelas mesas para ir até o bar para pegar água, Jimin sentiu o cheiro vindo dele, era cítrico e de tangerina, gostoso e atraente o suficiente para seu lobo ficar entusiasmado de uma forma que precisava desesperadamente do jovem loiro.
 
Quando Jungkook deu o fim ao seu espetáculo, Jimin aplaudiu e foi embora como os outros e, desde então, passou a observar a rotina do alfa Jeon e também a do filho dele.
 
***
 
Jungkook sabia que seu filho ansiava muito por um piano e como  o aumento de clientes constantes na Magic Shop fez com que ganhasse mais dinheiro, encomendou um piano novinho para presentear Yoongi. 
 
O ômega possuía sonhos, queria ser um grande pianista de sucesso e, se pudesse, Jungkook realizaria todos os sonhos dele em um passe de mágica, entretanto as coisas não se resolviam assim. 
 
As pessoas que frequentam a Magic Shop notaram o talento e o trabalho de Yoongi, e às vezes, quando Jungkook terminava sua apresentação, elas iam até o ômega para elogiá-lo e falar bem das músicas que ele tocava.
 
Jungkook sempre ficava feliz observando esses atos para com o filho. Sentia que um dia Yoongi ainda possuiria tudo o que desejava e realizaria todos os seus anseios, pois era dedicado, estudioso e se dava o máximo em suas práticas.
 
O piano chegou numa tarde. Yoongi não viu seu presente chegar pela simples razão que estava em seu quarto. Estava distraído e concentrado, estudando partituras que iria treinar em breve no piano que tocava no palco. Enquanto se mantinha ocupado, Jungkook ajudava os homens a levarem o piano para cima. Era pesado demais. E após deixarem o instrumento em um espaço da sala, Jungkook foi até Yoongi chamá-lo para que ele visse o que comprou para ele.
 
Jungkook apareceu na porta do quarto que estava só encostada e olhou Yoongi deitado de bruços de olho nas partituras. 
 
— Filho! — Yoongi tirou os olhos dos papéis e fitou Jungkook. — Venha até aqui, rapidinho!
 
Yoongi franziu a testa.
 
— O que aconteceu? — perguntou preocupado. Achou que havia ocorrido algo ruim. Saiu da cama e calçou seus sapatos. Usava uma calça preta de alças de ombro, uma camisa branca de linho com botões e um lenço vermelho escuro no pescoço. 
 
— Me acompanhe até a sala, tenho algo para te mostrar — Jungkook proferiu animado e no instante que o filho se aproximou, abraçou os ombros dele. 
 
Ambos seguiram para a sala.
 
Yoongi arregalou os olhos no instante em que viu o piano branco diante de suas írises castanhas e pôs rapidamente as mãos sobre a boca, totalmente incrédulo. Era uma miragem ou era real?
 
— Está vendo esse piano, Yoongi? — Jungkook conduzia o filho até o instrumento, visto que o ômega parecia ter perdido as forças para caminhar sozinho.
 
— Sim! E-le é m-meu? — balbuciou e uma lágrima escorreu de seus olhos. Não era de tristeza.
 
— Ele é todo seu, querido!
 
Yoongi se jogou nos braços do pai, lacrimejando de felicidade. Jungkook estava realizando um de seus sonhos, ter um piano de melhor qualidade, da cor que queria e que só seria dele, afinal o piano que usava para tocar as músicas que apreciava era alugado.
 
— Obrigado, pai. Eu juro que não esperava por esse presente — agradeceu. Seus olhos estavam fechados e sorria abertamente.
 
— Você merece tudo o que deseja, tudo mesmo, filho.
 
Jungkook amava Yoongi, ele era sua alegria, seu filho adotivo que merecia tudo o que quisesse. Yoongi sempre estava ao seu lado e sabia que sempre estaria, mesmo que algum dia ele tivesse que seguir sua vida e construir sua própria família.
 
— Ele vai ficar aqui em cima? Não vai ser usado nas apresentações na Magic Shop, pai? — Yoongi indagou após se afastar o suficiente para olhar Jungkook, e limpou as lágrimas do rosto. 
 
— Não, esse instrumento ficará aqui, é por isso que pedi para trazerem até esse andar... Em relação ao outro piano, você continuará usando. E aliás, deu trabalho trazê-lo até aqui em cima — alegou e riu minimamente, abraçando o filho outra vez pelos ombros, levando-o até o banco diante do instrumento para sentarem. 
 
— Oh! Que cabeça a minha, não teria lógica trazer o piano  até aqui se eu fosse utilizá-lo nos shows. — Yoongi sorriu também.
 
— Está na hora de estreá-lo, não acha? 
 
Yoongi concordou com a cabeça e suas mãos tocaram delicadamente as teclas no tempo em que seu sorriso ficava cada vez maior. 
 
Os dois ficaram um tempo na sala. Jungkook se deleitava com a música do filho que soava no ambiente. Além de tocar, Yoongi compunha algumas músicas e ficava treinando para melhorá-la cada vez mais. E Yoongi estava indo na direção correta. Se ele continuasse com sua determinação, seria algum dia um renomado pianista francês.
 
Durante as sextas-feiras, Jungkook e Yoongi saíam à noite para um passeio noturno, era o dia que não havia espetáculos do alfa. Eles gostavam de ir à igreja para pagar o dízimo, pois fora lá que ficaram acolhidos quando o Min ainda era bem pequenino. 
 
Yoongi não era filho legítimo do alfa, nasceu  do ventre de uma prima de Jungkook, e antes dela morrer, entregou o bebê a ele, já que Jungkook era a única pessoa que poderia cuidar dele e que a ômega confiava.
 
A prima do alfa foi vítima de um libertino que só queria tirar sua virgindade. Inocente e sem conhecimento do lado mal da humanidade, acabou se entregando a ele por completo, e quando ela descobriu a gravidez, o alfa a abandonou, e sem nenhum apoio dos pais, foi expulsa de casa. Ela manchou a honra da família. 
 
Jungkook não concordou com o que ocorreu com sua prima Jane e então, convidou ela para morar em seu humilde alojamento alugado, e cuidou dela durante toda a gestação até o dia do parto do filhote.
 
Yoongi nasceu bem pequeno, loirinho e bonito, diferente de muitos bebês parisienses. E só parou de chorar no instante em que Jungkook o aconchegou em seus braços.
 
Sua prima faleceu logo depois do parto. Jungkook ficou sozinho com o bebê e, tempos depois, pediu ajuda ao padre da igreja para que o deixasse morar com Yoongi em algum quartinho, pois ficou sem dinheiro após perder o emprego em uma cafeteira, não tinha como continuar a pagar o quarto que morava com o filhote. 
 
O padre que lá morava junto com uma freira, ajudou Jungkook a cuidar do filhote, enquanto ele ia trabalhar fazendo pequenos shows de mágica. 
 
Com o tempo, Jungkook foi crescendo profissionalmente, trabalhando nas ruas e em pequenas casas de show, até que com dinheiro suficiente, comprou a casa de dois andares, transformando o segundo andar em em casa e o primeiro andar, a famosa Magic Shop. 
 
Não eram truques que ele fazia, era prática, técnica e um dom especial que ele possuía e que Jungkook agradecia todos os dias por tê-lo.
 
Em uma dessas noites de sexta-feira, Jungkook voltava para sua casa sendo acompanhado por Yoongi após voltarem da igreja. Os dois dialogavam durante o caminho, distraídos em conversas paralelas na rua que ficava a casa deles.
 
Kitty se encontrava em cima de um dos prédios quase em frente a residência do mágico. Segurava uma arma com silenciador, pronto para atingi-lo. Ele sabia que o Jeon passaria nesse horário quando voltasse da igreja. Suas observações sobre a vida de sua vítima eram bem analisadas.
 
Kitty viu Jungkook chegar quase em frente ao prédio em que se situava, e rapidamente, engatilhou a arma que estava apontada na direção dele, e iria apertar o gatilho se o ômega loiro não tivesse abraçado o pai.
 
Jimin travou e seu lobo se movimentou inquieto no peito. Não podia atirar, senão atingiria o ômega. Então, esperou que ele deixasse de abraçar Jungkook para seguir sua ação criminosa.
 
— Eu não sei se quero me casar, pai. Como vou cuidar do senhor quando ficar velhinho — Yoongi cantarolou.
 
Jungkook sorriu.
 
— Já está pensando nisso? — Yoongi assentiu. — Falta dois anos para eu ter quarentena, juntando com mais dez anos, completo cinquenta anos, ou seja, ainda tem muito tempo para eu envelhecer e nesse período você, mocinho, pode muito bem conquistar seus próprios anseios. 
 
— Hum! É verdade. O senhor tem razão. — Yoongi sorriu baixo. Distanciou-se do pai e eles voltaram a andar. 
 
Logo, Kitty aproveitou para apertar o gatilho, só que nesse mesmo tempo, Yoongi sentiu uma sensação ruim e por impulso, empurrou o pai para trás fazendo com que ele caísse de bunda no chão.
 
A bala atingiu uma janela de uma casa e o som do vidro estilhaçado foi ouvido.
 
— Droga! — Jimin praguejou e saiu de cima do prédio na exata ocasião em que Yoongi olhou para cima, tremendo enquanto seu coração batia descompassado,  sua intuição estava certa. 
 
Como estava escuro não enxergou nada, a iluminação à óleo dos postes nas vielas eram fracas demais. Ele tentou farejar a essência do atirador no ar, mas foi inútil. Kitty camuflava seu cheiro com inibidores. 
 
Jungkook se levantou e abraçou Yoongi bem forte. Estava ofegante e com calafrios, quase foi atingido e poderia ter morrido na frente de Yoongi.
 
— Desculpe-me por ter te empurrado pai... eu só... eu só... — Yoongi começou a soluçar e a chorar baixinho. — Queria proteger você.
 
— Não precisa pedir desculpas, querido. — Respirou fundo, tentando controlar sua respiração ofegante. — Se não tivesse me empurrado, eu estaria ferido agora. Você é meu salvador, meu anjo da guarda. Levar um empurrão é bem melhor do que levar um tiro. — Deu um selar no topo da cabeça do mais novo. — É melhor entrarmos em nossa casa, é perigoso demais continuarmos aqui.
 
— Sim, pai.
 
Os dois entraram na Magic Shop após Jeon tê-la destrancado. Iria ficar mais atento, ele e seu filho estavam realmente correndo perigo e já tinha noção de quem estava querendo prejudicá-lo.
 
Nas horas seguintes, depois de ter tentado dormir, Jungkook saiu cedo da cama, arrumou-se e foi até a moradia de Kim Taehyung, sem mesmo tomar café. Foi fácil descobrir onde ele morava, bastou perguntar para algum cocheiro que passava na rua e pedir para que o levasse até a residência dele.
 
Taehyung não morava longe do centro de Paris. Sua mansão era grande e muito espaçosa para quem via do lado de fora. 
 
Jungkook pagou o cocheiro e saiu da carruagem, indo direto para o portão de grade. Havia um jardineiro cuidando das flores no jardim da frente, então Jungkook o chamou e pediu gentilmente para que seu patrão o atendesse. 
 
O homem não recusou e aproveitou para dizer que era um admirador dele e que tinha o sonho de assistir uma de suas apresentações, Jungkook sorriu em agradecimento e entregou um ingresso para o jardineiro como um agrado por ele ir avisar sobre sua chegada a Taehyung.
 
O alfa esperou, ansioso e sentindo uma raiva que não conseguia conter. Precisava ver o Kim o mais rápido possível.
 
Minutos depois, outro criado apareceu e abriu o portão, avisando para Jungkook que ele poderia ver o Kim.
 
O criado o acompanhou até a sala onde o outro alfa iria aparecer. 
 
— O senhor Kim mandou-me avisar que em breve virá recebê-lo, senhor Jeon... Pode sentar se quiser.
 
— Obrigado, mas vou ficar em pé mesmo.
 
— O senhor deseja tomar alguma bebida?
 
— Não estou com sede, mas agradeço por oferecer — Jeon afirmou, balançando o rosto em um aceno.
 
— Certo, senhor! 
 
Jungkook ficou analisando a sala do Kim, era bem luxuosa. Os quadros feitos por grandes artistas decoravam as paredes de tom bege, sobrepostos nos móveis de madeira vermelha tinham objetos de prata e ouro, um piano preto era visto próximo de uma enorme janela, o divã e as poltronas tinham tonalidade sóbria e o carpete vermelho era bordado. 
 
A fragrância de café estava impregnado em todo o ambiente e Jungkook controlou seu lobo para não inalá-lo.
 
— O que o famoso mágico Jeon Jungkook faz em minha belíssima casa? — Taehyung pronunciou num timbre irônico enquanto descia as escadas. Sua silhueta máscula estava coberta por um fino e delicado robe azul escuro com detalhes dourados.
 
Jungkook o analisava, seus olhos brilhavam intensamente transmitindo a cólera que dominava seu interior.
 
O criado os deixou sozinhos no momento que Taehyung movimentou o rosto para o lado, como um sinal para que ele se retirasse.
 
— Talvez você saiba o motivo, Kim! 
 
Taehyung ficou diante do Jeon, muito tranquilo, encarando o outro alfa.
 
— Não, eu realmente não faço ideia do porquê — alegou, cínico.
 
Jungkook riu com sarcasmo. Taehyung estava se fazendo de desentendido, como se não tivesse ideia do que aconteceu com ele na noite anterior.
 
— Então eu te falo, meu caro. — Aproximou-se até ficar perto o suficiente do alfa. Taehyung não saiu do lugar e ergueu mais o rosto. — Ontem a noite tentaram me matar... Não sei quem foi, mas isso não me importa agora, o que eu tenho certeza, é que você, Kim Taehyung, tem algo a ver com essa tentativa de assassinato — murmurou cada palavra com seriedade, todo o tempo seus olhos escuros presos nos olhos castanhos do Kim.
 
— Acusar alguém sem provas é algo muito infantil, Jeon. — Semicerrou os olhos.
 
— Provas? Eu não preciso de provas. A única pessoa que me ameaçou foi você. 
 
— Eu n-
 
Jungkook o cortou.
 
— E nem venha negar que me ameaçou, porque eu lembro muito bem o que tu falou. Ainda está na minha memória cada palavra sua dita para mim. — Sua respiração ficava mais pesada e batia contra o rosto do outro alfa.
 
— Está me acusando por ter medo de mim, Jeon — Taehyung provocou, um sorriso ladino enfeitou sua boca.
 
Jungkook gargalhou irônico, de súbito, segurou o pulso do Kim com força e o puxou colando seus corpos. As palpitações do coração de Taehyung aceleraram com violência e seu lobo ficou agitado. As mãos de Jungkook eram tão quentes.
 
Os dois ficaram calados por um tempo, apenas se encarando.
 
— Quem está com medo na verdade... é você! — Jungkook assegurou antes de soltá-lo com força, desequilibrando-o. Depois, deu as costas para o acastanhado e se afastou para ir embora. 
 
Taehyung ficou estático, seus orbes estavam mais abertos e sua respiração falhava, sua pele ardiaO que acabou de acontecer aqui? Ele pensou. Expirou longamente e andou de um lado a outro. Passou a mão pelos cabelos macios e bufou. 
 
Sem demora, ligou para Kitty. 
 
— Venha em minha casa imediatamente! — Kim ordenou ao escutar a respiração de Jimin e depois desligou, jogando-se no divã e pondo seu antebraço por cima de seus olhos fechados.
 
Não entendeu o porquê seu lobo se sentiu aliviado por Kitty não ter conseguido matar Jungkook.
 
Ao entardecer, Kitty apareceu na mansão. Estava elegante com seu terno cinza escuro sobre o corpo, cartola e bengala. O mesmo empregado que atendeu Jungkook na sala o levou até o escritório do patrão. 
 
Jimin já tinha noção do assunto que iriam tratar. 
 
No instante que entrou, viu Taehyung lendo documentos com a ajuda de óculos.
 
Notando o cheiro e a presença do alfa no espaço, Taehyung ergueu seu rosto.
 
— Até que enfim você chegou, Kitty! — rosnou.
 
— Pode começar suas reclamações. Eu sei sobre o que quer falar comigo. — Andou até chegar próximo a mesa dele.
 
Taehyung se levantou e andou até Jimin, ficando de frente a ele.
 
— Jeon veio aqui hoje e me acusou de ter mandado matá-lo, sabia? 
 
— Estou sabendo agora. 
 
— Então. — Fez uma pausa. — Eu te contratei pensando que você era tudo o que me falaram... Mas vejo que eles estão enganados. — Jimin quase comprimiu os olhos e apertou a bengala mais forte. — Seus serviços não são tão bons quanto parecia — Taehyung terminou de dizer sem tirar seus olhos frios de Jimin. 
 
Como Kitty segurava a bengala com a mão direita, com a outra, pegou o canivete guardado no bolso da calça e apontou a lâmina afiada na garganta do alfa. Foi rápido demais para que ele percebesse a ação.
 
Taehyung arregalou os olhos, perplexo. 
 
— Nunca, abra a boca para falar mal dos meus serviços... Eu sempre consigo executar com perfeição, mesmo tendo imperfeições durante o processo. Você pode ter me contratado, ter me oferecido uma boa recompensa, porém, posso muito bem largar o serviço e você terá que contratar outro para fazer seu trabalhinho sujo, querido — Kitty proferiu cada palavra num tom raivoso.
 
Taehyung engoliu em seco, seu coração martelava querendo sair pela boca.
 
Kitty guardou o objeto outra vez e Taehyung aproveitou para se distanciar dele.
 
— Dessa vez não pode ser no Jungkook, tem que ser diretamente na Magic Shop… — Kim disse após um período de silêncio. — Se algo acontecer com ele depois dessa tentativa, a primeira pessoa que será acusada sou eu, ainda mais se ele contou sobre mim para alguém.
 
— Tem toda razão! E irei dar meu jeito... Magic Shop será destruída.
 
Foram as últimas palavras de Kitty. Sem mais nada para falarem, Taehyung encerrou a conversa e o acompanhou à porta de entrada da mansão. Depois que o criminoso foi embora, Kim foi para o salão de banquete, onde seu irmão já estava jantando. 
 
Seokjin só podia ter brigado com Namjoon para estar em sua casa, ou então, só não conseguia ficar longe de si, afinal sempre foram tão próximos desde crianças e só se afastaram depois que Seokjin se casou com o alfa. Por isso, sua presença na mansão era constante.
 
— Soube que o mágico Jeon apareceu aqui pela manhã — o ômega pronunciou após seu irmão ter sentado na cabeceira da mesa. 
 
— É claro que ele viria, o plano deu errado... — Taehyung pegou a garrafa de vinho branco e despejou um pouco em uma taça de cristal para beber.
 
Seokjin suspirou, deixando o talher no prato. Comia uma salada leve com bife.
 
— Toda essa história entre você e o mágico pode acabar dando mal… Estou ficando cada vez mais apreensivo, irmão.
 
— Não vai acontecer nada, Seokjin. Não precisa ficar preocupado comigo. Eu sei me cuidar.
 
— Será? — indagou mais para si mesmo do que para o outro Kim. E retornou a comer sua refeição. 
 
Duas horas depois, precisando tirar o estresse e a tensão de seu corpo, Taehyung foi até um luxuoso bordel onde tinha os mais belos e delicados ômegas.
 
Vários alfas nobres estavam no local. A maioria acompanhando por belos e belas cortesãs, outros preferiam apostar em jogos que acabavam viciando qualquer um que praticava com exagero.  
 
O bordel estava recheado de diversos odores que se misturavam com o odor de sexo e drogas.
 
Taehyung não demorou a escolher um ômega. Ele era bonito, charmoso, alto, magro, possuía íris e cabelos escuros. Pagou muito bem por ele e o levou até um quarto. 
 
Não teve conversa, afinal para ele não precisava, apenas beijou o ômega com desejo enquanto o levava para a cama com lençol de seda da cor do pecado. Os lábios do ômega eram doces e apetitosos, poderia usar a boca dele para sua satisfação e deleite. 
 
Taehyung desceu os beijos até o pescoço, onde inalou o cheiro doce de chocolate. Achou-o enjoativo, e infelizmente para seu lobo, não era cítrico e refrescante como o dele.
 

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