Capítulo 4

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— Gosto de negociar olhando nos olhos dos meu clientes. — fala suavemente e engulo em seco por cometer essa gafe. 

— Desculpe, estou nervosa. — levanto o rosto e o pego me avaliando.  Limpo a garganta e tento organizar meus pensamentos e ações para não perder essa possível venda.  — Poderia olhar minha casa?

Repito a pergunta. O homem leva alguns minutos em silencio ao me encarar e tento não me mostrar desconfortável diante do seu olhar ponderativo. 

— Você parece estar com pressa. — comenta suavemente, mas noto em seu tom algo pretencioso. 

— Sim, tenho pressa. — concordo, mesmo quando tudo em mim diz para me levantar, dá uma desculpa qualquer e ir em busca de outra imobiliária. 

— Bem, abrirei uma exceção para você. — estende a palma de sua mão. — Me dê seu celular para anotar meu numero.

Mas do que depressa saco meu celular da bolsa e o entrego, Lucio tira alguns segundos olhando meu simples smarthphone e então digita agilmente com seus longos dedos.  

— Coloquei aqui meu numero pessoal. — informa e o olho um tanto desconfiada quando ele me devolve o celular. — Para que nosso contato seja mais rápido. 

Suspiro, inebriada com o sentimento de esperança e o agradeço diversas vezes ao me levantar. 

— Não me agradeça ainda, querida. — sorri minimamente e então volta a ficar serio. — Devo, informa-la que esse tipo de negociação online irá deixar sua casa com um valor mais inferior. 

Concordo com a cabeça, acho estranho mas não digo nada, porque em meio a divida além de grandiosa que minha irmã deixou, o que vier é lucro.  

Lucio se despede quando Aline volta com o tal copo de agua e me pergunto se ela tinha ido comprar a agua. 

— Obrigada, Aline. — sorrio, o coração mais calmo e confiante depois da conversa com Lucio. 

— Por nada, senhorita. Você parece mais calma. — comenta parecendo esta desconfortável. Olho para seus pés calçados em scarpins pretos que não param quietos e me  questiono se o seu desconforto é por estar nesses saltos ou alguma outra coisa. 

— Estou. — entrego o copo, lhe ofereço mais um sorriso e então me despeço ao me encaminhar para a porta. Paro ao ouvir meu nome em sua voz tremula. — Sim? 

Encaro a morena que desvia o olhar para a porta onde Lucio entrou a poucos instantes. Aline abre a boca para falar, mas a fecha novamente, desistindo. 

— Aline? — insisto ao dar um passo em sua direção, achando estranho a sua atitude. Ela estufa o peito ao inspirar e então com um sorriso forçado responde que não era nada. 

Mesmo querendo insistir, não o faço. Pois tenho que voltar para casa. Ao que parece três horas passam muito rápido quando se esta com pouquíssimo tempo para resolver problemas. Dou mais um aceno rápido em despedida  para a mulher,  e em passos apressados refaço o caminho ate o local onde o ônibus me deixou mais cedo. 

Dessa vez ao me acomodar no ônibus estou mais calma, o que me faz pensar com mais clareza. Meu cérebro me levando a revisar os momentos que passei na imobiliária. O comportamento estranho de Aline, como se quisesse interferir em minha conversa com Lucio, depois seu desaparecimento e por ultimo sua luta interna para falar algo comigo. E o que falar de Lucio? A principio ele me pareceu um bom patrão, boa pessoa, seu tom sempre gentil, no entanto, uma parte minha diz que devo ser mais cautelosa ao me relacionar com ele. 






Capitulo curtinho, mas feito com muito amor. 

Apreciem e me deixem saber o que estão achando. 

bjs

Por você, MaitêOnde histórias criam vida. Descubra agora