Capítulo 6: O Sr Arrogante em Pessoa

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O dia seguinte foi como andar na montanha russa sem parar. Acordei cedo e perdi cerca de uma hora no trânsito para tomar um belo café da manhã com Bertha e Natalie.

Minha mãe tinha começado a responder, timidamente, às minhas tentativas de conversa. Estava longe de ser o ideal, mas eu não desistiria fácil. Não daquela vez. Quando terminei de comer, peguei o carro e fui até a academia, onde queimei calorias por cerca de uma hora e meia.

Na Prime, eu fiquei quebrando a cabeça com três matérias diferentes que não pareciam fechar. Tudo o que eu tentava escrever terminava saindo muito, muito ruim. Não consegui finalizar nenhum furo, era como se minha criatividade tivesse evaporado. Ron se apiedou de mim e pegou todas as minhas tarefas para ele, com a condição que que eu topasse sair junto qualquer dia para uma cerveja.

Eu achei que nada poderia ficar pior. Mas à noite, o Dr. Maxwell me chamou para conversar a respeito de Jace.

Entrei em pânico quando me avisou que ele pretendia assinar a própria alta.

- Eu não acho que ele deveria ir embora ainda – o médico ignorou o olhar bravo daquele que, com certeza, era o seu paciente mais rebelde. – É cedo demais, ele deveria ficar sendo observado por mais algum tempo.

Sentado na beirada da cama, Jace avaliava o médico com aquela atitude de arrogância que eu conhecia tão bem. Ele estava no seu modo frio e impassível. Havia voltado a ser o CEO presunçoso, que não aceitava ser contrariado.

O babaca que eu havia odiado à primeira vista.

Dois meses tinham se passado, ele quase havia morrido, mas, aparentemente, não havia nada terrível suficiente no mundo para abalar a auto confiança do Sr Jace Kellan.

Ele estava de volta. E com tudo.

- O senhor acha perigoso ele sair agora? – eu disse, fingindo não ver o aviso claro nos olhos de Jace.

Foda-se ele. Eu não iria corroborar com o seu atrevimento em desobedecer aos médicos. Tudo o que eu queria era vê-lo em segurança. E se ele fosse gritar e rosnar por isso, pois bem, que fizesse.

- Eu acho arriscado, Olivia. Veja bem...

- Quando vocês dois vão parara de falar sobre mim como se eu não estivesse aqui? – a voz de Jace trovejou no quarto do hospital.

Eu me virei na direção dele. Seus olhos fulminavam o Dr. Maxwell. Tinha acordado a menos de quarenta e oito horas e já estava sendo o cretino de sempre.

– Vocês dois moram juntos? – o médico perguntou.

Eu ia balançar a cabeça em negativa, mas Jace pigarreou e eu me calei, inspirando fundo até meus pulmões doerem.

- Moramos – ele mentiu. – Agora dá para você me passar o maldito papel?

O homem encarou Jace, parecendo exausto. Previ que não estava no escopo da sua profissão lidar com adultos birrentos e mal humorados, e ele estava fazendo um esforço sobre-humano.

- Vocês dois são casados pelo menos? Que tipo de relação é essa entre vocês?

Como é que é?!

Teu Para O Que Quiser (#2)Onde histórias criam vida. Descubra agora