Capítulo 2: Operação Cupido

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- Você autografaria um desses para mim? - Ron perguntou, com um sorriso charmoso, logo após atirar um exemplar de Romance Por Contrato sobre a minha mesa. - Ai meu Deus, isso é nitroglicerina pura! Eu não acredito que o todo poderoso Jace Kellan autorizou você a publicar detalhes íntimos da vida amorosa de vocês dois.

- Não são detalhes íntimos da nossa vida amorosa - eu exclamei, chocada. - É um romance de ficção com uma leve inspiração na minha vida pessoal.

- Na vida pessoal de vocês dois.

Ron estava certo. Eu havia aberto o jogo sobre o caso de amor tórrido que vivi com um conhecido e temido CEO do ramo das finanças. Um homem rude e implacável pelo qual, a princípio, eu havia nutrido um ódio absoluto, mas depois...

Tinha feito eu me apaixonar perdidamente.

O que Ron não sabia era que Jace não tinha a menor ideia da existência daquele livro.

Há cerca de um mês, Jenna Marshall, minha amiga de infância e uma editora talentosa, me procurou, sem entender por que eu havia abandonado a publicação da história que, ela mesma, havia considerado um sucesso garantido. Ela não sabia do meu romance com Jace e, tampouco, do pesadelo que havia se tornado a minha vida recentemente.

A princípio, eu havia ficado sem reação alguma. A ideia de virar uma escritora tinha ficado enterrada e esquecida em algum lugar da minha mente, entre o sucesso repentino como jornalista, o ataque planejado a Natalie e a tentativa de assassinato a Jace. Mas, enquanto eu escutava o seu simpático tagarelar ao telefone, o meu coração foi se enchendo com o desejo irreprimível de retomar o contato com aquele projeto.

A ideia do livro tinha aparecido de maneira inesperada, enquanto eu estava em LA, na casa do meu pai, curando um coração partido. Havia sido uma alternativa para tentar me manter de pé, financeiramente, após eu receber um pé na bunda da Prime. Um pé na bunda justificado quando eu descobri que Rosalie Armstrong, a ex-noiva de Jace, havia assumido a revista.

E é claro, tinha sido, também, uma forma mesquinha de me vingar de Jace, já que eu havia atribuído a ele a culpa por tudo o que vinha dando errado na minha vida.

Mas, agora, aquele livro teria uma outra missão. Ele era parte da minha história de amor com Jace Kellan, o homem que fez meu coração de gelo se quebrar e, então, ressuscitar para a vida. Uma história que havia começado torta e que nunca teve tempo para um final digno.

O nosso "felizes para sempre".

E eu queria contar aquela história. Mais do que contar, queria que as pessoas lessem. Queria que elas se inspirassem, que sorrissem, chorassem e suspirassem com cada linha tirada da emoção avassaladora que ainda me consumia: meu amor por Jace.

Eu havia derramado o meu coração naquelas páginas. Não era justo deixar que elas se perdessem assim.

Além disso, eu tinha certeza de que Jace não colocaria empecilho a publicação do romance que ele havia inspirado. Na verdade, não era como se as pessoas fossem capazes de ligar o personagem sexy, arrogante e impassível das páginas ao CEO genial da Kellan Corporation. Mesmo com o nosso envolvimento tendo extrapolado, severamente, todo os limites profissionais possíveis, tudo o que o público sabia era que eu havia sido a responsável por desvendar o mistério que tinha livrado Jace da prisão.

Teu Para O Que Quiser (#2)Onde histórias criam vida. Descubra agora