Capítulo 20

3.1K 342 320
                                    

"Eu tenho sentido
De dentro para fora em meus sentimentos
De cabeça para baixo, no teto
Ooh, ooh-ooh, ooh, ooh-ooh,sim, sim
finalmente estou respirando
A fumaça não se foi, mas está clareando
Eu ainda não estou lá, mas estou me curando
eu ainda não estou lá."
-Healing
Fletcher

🚨ATENÇÃO🚨 ESSE CAPÍTULO PODECONTER GATILHOS DE: RELACIONAMENTO ABUSIVOLEIA COM DISCRIÇÃO

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

🚨ATENÇÃO🚨
 ESSE CAPÍTULO PODE
CONTER GATILHOS DE: 
RELACIONAMENTO ABUSIVO
LEIA COM DISCRIÇÃO.

Engulo em seco ao escutar a pergunta de Jhonatan.

O que está acontecendo comigo?

Há momentos em que nem eu mesma tenho a resposta.

Se pelo menos pudesse saber e poder acabar com todo esse sofrimento.

— Eu só estava assustada, Jhonny. -Minto sem ter coragem de olhar dentro dos seus olhos.

O longo suspiro que ele exala deixa bem claro que não acreditou no que disse e de repente desejo com todas as minhas forças que por uma vez na vida eu consiga manter as coisas no controle.

Não posso desabar. Não agora.

— Por favor, não faça isso comigo. Não faça isso consigo mesma. -Seus dedos seguram meu queixo e giram meu rosto para o seu lado.

Seu olhar apreensivo faz meu corpo se arrepiar por inteiro.

— Jhonny... -Murmuro angustiada.

— Sei muito bem que alguma coisa está acontecendo, não adianta tentar mentir para mim.

Caralho.

Preciso lhe dizer algo, nem que seja apenas uma fração da história ridiculamente complexa.

Jhonatan merece isso.

Respiro profundamente e preparo o meu psicológico para reviver o meu passado.

— Eu... eu tinha um namorado antes de vir para cá. -Suspiro nervosa. Jhonatan se endireita no banquinho de cimento e franze o cenho apreensivo. — Nossas famílias se conhecem desde que me entendo por gente, minha mãe é amiga da mãe dele, nossos pais saiam juntos para jogar golf, beber vinho ou a qualquer evento beneficente e toda essa merda que inventaram apenas para pensarem que são boas pessoas.

Beto... hã... Roberto e eu brincávamos juntos antes mesmo de aprender a andar. Ele sempre me protegeu dos outros meninos, sempre dizia que eu era a sua garota e naquele momento isso parecia ser a coisa mais romântica do mundo. -Sorrio triste.

— O tempo passou e conforme fomos atravessando essa fase de crianças e entrando na adolescência, aquele sentimento ficou mais forte a tal ponto de que em uma noite, Roberto me confessou que gostava de mim e perguntou se eu sentia o mesmo. Não sabe como eu fiquei ao ouvir aquilo, a minha felicidade foi tão grande que a única coisa que me ocorreu foi literalmente pular em cima dele e assim nos beijamos como qualquer casal apaixonado. -Jhonny solta uma respiração pesada me fazendo lembrar que ele ainda está ali ao meu lado. Continuo olhando para a frente, buscando coragem em um ponto aleatório no jardim escuro. Estou hipnotizada pelas lembranças de uma época terrível.

Luxúria Onde histórias criam vida. Descubra agora