Capítulo 12

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"Nós quase escapamos, foi por um fio
A cidade está ficando barulhenta
Se eu ficar sem ar, é só porque estou com medo de ficar sozinha
Venho tentando resolver isso, você deveria saber."
- Feels Like
Gracie Abrams

Observo Jhonatan com uma expressão de escárnio no rosto, como se uma segunda cabeça estivesse crescendo no seu pescoço

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Observo Jhonatan com uma expressão de escárnio no rosto, como se uma segunda cabeça estivesse crescendo no seu pescoço.

Ele por sua vez cruza os braços na espera de uma resposta e nesse momento percebo que fiquei pelo menos uns dois minutos sem dizer absolutamente nada.

— Me desculpe, mas por que isso seria da sua conta mesmo? -Levanto uma sobrancelha e ele abaixa o olhar levemente, um vinco se forma na sua testa e seus olhos são fogo puro.

Ficamos nessa disputa de olhares por outros dois minutos até que ele nega com a cabeça e solta uma risadinha cínica.

— Sabe de uma coisa, você tem razão. -Afirma de repente. — É melhor continuarmos fazendo essa porcaria antes que o professor venha encher o nosso saco. -Suas íris castanhas desviam das minhas e ele se ajeita na cadeira ficando em uma posição empertigada como se estivesse sentado sobre um punhado de tachinhas.

Seus dedos castigam as teclas do computador sem dó nem piedade e posso ver como ele aperta a lateral da mandíbula fazendo com que seus músculos fiquem ainda mais aparentes.

Simplesmente não consigo parar de olhar para ele. É como se estivesse vendo uma escultura viva. Uma sensação estranha me invade e antes mesmo que eu possa me controlar, me pego abrindo a boca para falar algo que não pensei que diria nunca.

Não. -Declaro de repente e ele vira a sua cabeça tão rápido que me assusto levemente com o movimento repentino.

— Não, o quê, Ava?

— Não estou saindo com ninguém, Jhonatan. E sinceramente, não sei nem porquê estou te dizendo isso. -Massageio minhas têmporas sentindo uma leve pontada de dor de cabeça se assomando.

Ótimo, tudo o que eu precisava para esse dia ficar ainda melhor.

— Hum... -o garoto não consegue evitar um sorrisinho de canto e enrugo o nariz me sentindo envergonhada por ter compartilhado essa informação sendo que não era esse o meu plano. Para todos os efeitos, não lhe devo nenhuma explicação. — Isso é bom, muito bom... hã... pode me mostrar as mudanças que você fez, por favor? -Ele puxa minha cadeira para mais perto dele e em um segundo estou quase em cima do seu corpo tatuado, tão perto que consigo sentir o cheiro do seu perfume e tenho que me controlar para não respirar fundo.

— Eu... -abro o documento com os dedos trêmulos e sinto minhas bochechas ficando quentes diante do seu escrutínio.

Coço a garganta para não acabar engasgando de nervoso e seguro o mouse movendo o cursor pela tela de maneira desajeitada.

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