Neste momento, estou na praia, eu estava observando o mar e gostaria compartilhar (com a eu do futuro) que o tempo está ótimo e a nuvens acinzentadas foram embora, então o mar está lindo e nada assustador. Mas também acabo de me lembrar que deveria estar estudando para o vestibular e não estar aqui olhando para o tempo. Vou depositar esse fato um pouco sobre minha família, que foram os que me trouxeram aqui.
Mas eu sabia que não conseguiria passar a viagem sem que esses pensamentos me pegassem. Tentei evitar o máximo, preenchi minha mente com as imagens que passavam do lado de fora do carro enquanto estávamos vindo e com a organização do apartamento quando chegamos, agora que estava tudo certo havia espaço para que os medos e as inseguranças me atacassem. A praia estava lotada, cheia de pessoas que pareciam estar se divertindo e afastando a mente de seus problemas. Isso é provavelmente como a felicidade se parece, mesmo assim, essa multidão me faz sentir melancólica. Em meus olhos, todos parecem tranquilos, pois merecem um descanso de suas vidas agitadas, mas eu estou completamente perdida, sinto que fracassei, não tenho um emprego para ajudar minha família e nem estou perdendo noites estudando para poder me orgulhar, mas juro que não foi falta de esforço. Quando olho para o mar, não posso ver seu fim, não sei o que tem lá e é exatamente assim que me sento em relação ao meu futuro. Eu não queria ficar escrevendo esse tipo de coisa, mas esses pensamentos não param de surgir. De qualquer modo, vou confiar na Sophia do futuro, pois não pretendo desistir de mim.
Ah! Quase me esqueci de escrever isso. O garoto que me acertou com a prancha (era realmente uma prancha) na testa ontem veio se desculpar, não sei como ele conseguiu me encontrar no meio de tantas pessoas e nem como se lembrou de minha cara. Hoje pude enxergá-lo claramente, ele era um garoto de pele canela e pequenos olhos negros. Seus cabelos também eram bastante escuros, raspado por baixo e dividido ao meio com as pontas levemente longas que caiam sobre seu rosto. Ele se apresentou como Kadu, acho que é com k. Além de se desculpar, ele me deu um picolé de uva e uma pulseira de miçangas brancas. Eu havia gostado bastante, inclusive estou com ela no braço agora. Antes ir embora ele me deu um sorriso largo tão largo que pensei que poderia contar todos os seus dentes, mas era bonito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Memórias de Hoje
RomantikAo revisitar antigas lembranças de família, Sophia encontra seu velho diário e descobre suas complicadas memórias envolvendo Kadu, um garoto misterioso que conhecera em uma viagem para praia. Com seus 27 anos completos, a personagem se diverte com o...