Capitulo 1 - Piloto

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Estava frio enquanto Soc ia para a escola, as ruas estavam com neve acumulando em todos os tipos de superfície, numa manhã comum e ordinária, onde os adultos carregavam seus problemas para os seus trabalhos, e as crianças levavam suas esperanças para a escola. Mas Soc tem 16, ele está entre essas duas vidas, próximo de um jovem adulto com problemas acumulados para ele resolver, mas também próximo de uma criança com esperanças e sonhos a serem carregados para o futuro, e isso cria uma grande incerteza na cabeça perturbada se Soc, onde ele não sabe se resolve seus problemas para acumular mais, ou se ele foca em suas esperanças e sonhos, e tenta se dirigir para um futuro sem grandes problemas, porém seus pensamentos selvagens são atrapalhados por uma das coisas que mantêm a cabeça de Soc no lugar, Pepe, seu melhor amigo o chamando para entrarem logo dentro da escola que eles estavam prestes a fechar o portão de entrada.

Soc pensava de forma pesarosa "Mas uma vez as aulas passavam como uma correnteza durante a chuva, e eu fiquei com uma grande cara de cu ate o 3 horário, agora estamos indo para o lanche, espero que eu consiga manter minha cabeça no lugar."

No lanche Soc escutava sempre a mesma historia de sempre, "existe um riacho congelado atrás da floresta que fica atrás das mesas da cantina perto da cerca da escola, e quem achar aquele riacho e pisar em cima do gelo, caso o gelo não rache, seu desejo profundo será realizado." Soc sempre viu essa historia como o que todos a chamam, uma história, porem esse dia foi diferente, esse dia Soc estava querendo descobrir se esse riacho realmente existia, e mesmo se não existisse, ele poderia finalmente sanar essa dúvida e deixar sua imaginação descansar.

— Pepe — disse Soc sussurrando na orelha do amigo -Eu to sem nada para fazer e ainda tem 20 minutos de recreio até a gente subir para a sala, eu vou descobrir se esse riacho que essa gente não cansa de falar se real ou não.

— Beleza, mas não é para você voltar reclamando para mim sobre as suas decepções com a falta da existência de um riozinho atrás da floresta.

Soc acenou com a cabeça com um pequeno sorrisinho no rosto, representando que ele sabia que não existiria nenhum riacho, mas, sua curiosidade queria saber o que teria de fato naquele lugar.

Soc então adentrou floresta, uma floresta bem bonita com sons leves de pássaros cantando em seus ninhos, e com a luz do sol um pouco rarefeita porem ainda sim, iluminando todas as árvores, galhos e folhas jogadas pelo chão esperando até serem devoradas por insetos e bactérias para então continuarem o ciclo da vida. Soc continuava caminhando por 5 minutos, começando a querer voltar antes que o sinal para o próximo horário toque, porém quando menos esperava, notou que algo diferente no fim da pequena trilha que ele estava seguindo. Uma árvore bem grande e oca com um espaço que cabia uma pessoa sentada dentro rodeada por árvores menores e finas, Soc ficou maravilhado pela árvore e decidiu entrar no espaço oco que havia nesta árvore.

"Essa arvore é bem quentinha e aconchegante, ela está surpreendentemente limpa, pois eu pensei que dentro dela poderia estar ocupada por um mendigo, mas parece que ninguém nunca nem tocou nesse tronco. Mas com esse tamanho conforto eu comecei a me lembrar de que eu não posso ficar aqui por muito tempo, e isso faz minha mente correr que nem louca atrás de memorias que eu não gosto de reviver, e para me fazer esquecer de todas essas memorias ruim eu puxo um pequeno caderno de minha lancheira na qual uso para escrever pequenos poemas e decido escrever historias de como minha vida poderia ter sido feliz, mas por coisas fora do meu controle não foi..." Pensa Soc aliviado de encontrar um pequeno refúgio

Soc mesmo querendo ficar mais tempo naquele tronco sabia ter que voltar para a aula, por isso se assustou ao ouvir o som do alarme que ele colocou em seu celular para poder voltar para sua classe, e quando ele está voltando, no caminho sua mente começa a pensar no quanto ele quer voltar nesse lugar, já que é um lugar calmo e livre de pessoas e distrações, o lugar ideal para Soc descansar sua cabeça deturbada.

As aulas passaram voando para Soc, que só percebeu que a aula tinha acabado quando a maioria dos alunos já tinha indo em bora e Pepe tinha ficado esperando seu amigo perceber que eles ja podiam ir embora.

— Já acordou do transe ai? — Perguntou Pepe — Vamo logo para minha casa que eu tenho que pegar minhas roupas para eu poder dormir na sua casa.

— Me espera no portão que eu vou só arrumar minhas coisas aqui.

— Beleza... Disse Pepe já se afastando da mesa e deixando Soc na sala de aula

E enquanto Soc arrumava suas coisas percebeu que Pepe havia deixado um papel cair de sua mochila, inocentemente ele o pegou, desdobrou e leu o que Pepe havia escrito

"Existe algo escondido dentro de mim

Esse algo que pode me matar

esse algo que pode me exitar

mas não muda o fato que esse algo

é um homem de quem eu possa me apaixonar"

Soc após ler aquele poema sabia o que seu amigo realmente era, algo que ele não esperava, muito menos vindo dele. Soc sabia que Pepe seu melhor amigo era gay. Soc após ler todas aquelas linhas no mínimo 4 vezes tinha certeza que seu amigo era gay, e o único sentimento que vinha a sua mente naquele momento era... a felicidade em saber que seu amigo tinha se descoberto, uma felicidade em saber que seu amigo não era apenas mais um garoto na multidão é sim, alguém especial e diferente dos demais.

Soc se arrumou e desceu as escadas da escola correndo pensando em contar sobre isso a noite para eles terem como conversarem melhor sem nenhum tipo de interrupção.

O dia se passou normalmente. Pepe passou a tarde na casa de Soc e ambos estavam se preparando para dormir...

— Olha, eu esqueci de pedir para minha vó tirar o colchão debaixo da cama dela, e essa hora ela ja deve ta dormindo, desculpa, então você pode ou dormir na sala, ou dormir na minha cama comigo. O que você prefere? — Diz Soc já preparando sua cama para dormir.

— Eu preferiria dormir no colchão, mas como não vai dar, eu posso dormir na sua cama com você, ela é um pouco apertada, mas cabe nos dois.

— Beleza, mas eu não tô planejando dormir tão cedo, amanhã é sábado de qualquer jeito — Diz Soc já pegando seu caderno de poemas.

— Nem eu — Diz Pepe pegando um outro caderno para desenhar alguns rascunhos. Assim que ambos olham um para o outro ambos começam a rir, pensando na situação que acabou de acontecer.

— EIIIII não rouba minha ideia para passar a noite, você não é o cara dos videogames? Puxa seu celular para jogar seja lá o que você tem instalado HAHAHA — Diz Soc já ficando vermelho de tanto rir

-OSHI! Não é porque eu peguei um caderno que eu vou escrever sobre coisas reais HAHAHA — Diz Pepe quase caindo de tanto rir.

Após a crise de riso de ambos, eles passam a noite como dois melhores amigos passariam normalmente, conversando e rindo sobre tudo e todos, até um momento onde ambos ficam sonolentos e decidem dormir.

Porém, uma coisa veio até a mente de Soc antes dele fechar os olhos e ir dormir, então ele virou-se para ficar cara a cara com Pepe, olhou no fundo, de seus olhos e disse...

— Hoje cedo quando você tava me esperando na porta da escola, eu percebi que você deixou um papel dobrado cair da mochila, eu peguei desdobrei e li por que você sabe como eu sou. Mas o que eu entendi foi que você estava escrevendo sobre... ser gay?

Pepe estava com muito sono para pensar em algo decente para falar para seu amigo depois dessa frase, mas após seu cérebro processar o que ele acabou de falar, Pepe ficou com uma cara envergonhada e com o rosto corado.

— Eu sabia- Sussurrou Soc.

Com uma cara de sono Pepe falou para Soc — Por favor não conta para ninguém.

— Por que eu contaria? Você é o meu melhor amigo e não deixaria de ser por causa diss-

A fala de Soc foi interrompida com um pequeno selinho que Pepe sem muita noção deu em Soc, e logo em seguida caiu em um sono profundo.

Soc foi deixado sem reação, porem não muito depois ele também adormeceu dado ao seu sono e ambos dormiram corados um do lado do outro...

Tinta vermelha e Fios rosaOnde histórias criam vida. Descubra agora