Tinta vermelha e Fios rosa

Capitulo 2 - O aluno novo

Alguns dias se passaram na vida de Soc. Ele e Pepe continuaram normalmente como amigos após aquela noite onde ambos descobriram coisas que cada um escondia, pois, nenhum dos dois lembravam o que aconteceu já que ambos estavam com muito sono e dormiram com um estado péssimo de memória. Ele continua indo até à árvore no meio da floresta atrás de sua escola, continua escrevendo historias fictícias sobre a sua vida, mas ele fica cada vez mais melancólico, Soc pensa que é coisa da sua idade, que adolescentes tem os sentimentos a flor da pele e que isso não é algo que se controla.

Porem uma coisa estava prestes a mudar na vida cotidiana dele... Uma coisa um tanto quanto inesperada de se acontecer...

Em sua cadeira Soc pensa incessantemente "Eu pensei que hoje iria ser só mais um dia normal onde eu veria uma aula e que parece o tempo passasse como correnteza de rio em dias chuvosos, porem se espalhou um boato que um aluno novo entraria na minha classe e obviamente, as meninas ficaram animadas pensando se ele seria bonito ou não, e as patricinhas já estavam discutindo baixo no canto da sala como usariam ele para o próprio benefício, e como eu tenho um ouvido muito bom já que minha casa geralmente é silenciosa eu escuto toda a sala perfeitamente, já que todos estavam em cantos diferentes discutindo sobre o misterioso aluno novo".

— Bom alunos, pelo visto vocês já sabem que hoje um novo aluno chegou na escola então não vou perder tempo anunciando... Pode entrar. — Disse a professora assim que entra enquanto anuncia sua entrada

A sala ficou em silêncio por alguns minutos observando um garoto bem alto de cabelo longo com duas mexas rosa coberto por roupas de moletom pretas e com uma camiseta rosa por baixo do moletom, entrar na sala. Todos os alunos ficaram surpresos com sua aparência, pois não era comum alunos homens com cabelos longos e pintados na escola...

— Pois bem, na escola nos temos um costume dos alunos fazerem perguntas aos alunos que acabaram de chegar de outra escola ou estão se mudando e vem para a nossa escola, você se importaria deles fazerem algumas perguntas para você?

— Na verdade, eu me importo sim, tudo que vocês precisam saber é que podem me chamar de Po.

— Uhnn... bem eu não posso te forçar a falar nada então... bem... Ahh pode se sentar...? — Diz a professora com uma expressão surpresa porem aliviada que sua aula não ira fujir do padrão apensa pelo fato de um aluno novo estar entrando em sua sala de aula.

Quando a professora da classe estava observando lugares vagos viu que havia um lugar para Po se sentar e esse lugar era do lado de Soc. Quando ela percebe isso imediatamente aponta para o lugar.

— Pode se sentar lá.

Soc fica um pouco hipnotizado pela torre que estava vindo em sua direção e sua cabeça já imaginou de todos os apelidos que vão dar a ele assim que bater o horário do lanche, e se sente um pouco mal por ele.

Com uma expressão seria. Po estava com seus pensamentos a mil "Minha primeira impressão desta sala foi bem obvia e clara, eles estão muito surpresos com minha aparência e pelo que eu percebi pelos pequenos sussurros que escuto, que os meninos já me deram alguns apelidos, e as meninas estão pensando que sou fácil de conquistar, mas não estou interessado em relacionamentos."

A aula passou ligeiramente rápida, porem com um grande silêncio estranhamente desconfortável para todos os alunos.

Po foi para cantina para finalmente ter seu merecido intervalo após os olhares de julgamento de todos, mesmo isso não o abalando nem um pouco, porém no meio de seu lanche...

— Ei você Po — Disse uma garota de sua sala — O que você acha de a gente sair depois da aula?

— Não.

...

— Nossa que grosso!

— Grosso ou não, eu não quero sair com você.

— Por que você não quer sair comigo ein? — Perguntou com cara de confusão misturada com raiva, além de seus pensamentos estarem fervendo pensando em como qualquer cara a rejeitaria já que ela se acha a menina mais linda do mundo, já que todos os outros garotos que ela já saiu tinham as mesmas características.

Po simplesmente a ignorou e saiu do lugar onde estava sentado com uma pequena raiva e em sua cabeça fez uma nota mental "Decorar o nome dessa menina na próxima chamada". E enquanto caminhava percebeu um aluno na distância indo para a parte de fora da cantina o que fez ele estrar muito, pois aquela área é geralmente utilizada para alguns eventos extremamente pequenos para algumas classes ou experimentos para aulas de ciência, porem foi tão rápido que ele não conseguiu ver quem era, mesmo assim ele decidiu ignorar e continuar caminhando aumentando seu ritmo de passos, porem a menina continuava a seguir ele o fazendo infinitas perguntas, que foi quando ele ficou sem paciência e decidiu eliminar a companhia dela de uma vez por todas.

Po saiu correndo para o banheiro masculino e ficou lá por 3 minutos apenas esperando a voz da menina sumir na distância enquanto ela conversava com outras duas meninas. E ao sair do banheiro, o sinal do 4.º horário tocou e todos os alunos começaram a ir para as suas respectivas salas.

...

As últimas aulas passaram bem rápido e Po pode refletir sobre várias coisas que estavam acontecendo em sua volta durante o lanche e sobre o que aquela menina tinha falado para ele, Po também descobriu o nome da menina que o irritou no período do lanche, Regina, Po decidiu que se ela o irritasse mais uma vez ele faria uma vingança contra ela do próprio jeito. Porem, enquanto pensava percebeu que ele era o último a sair, pelo menos foi o que ele pensou, já que inesperadamente uma das amigas de Regina saiu de trás da porta a fechando enquanto Regina e mais uma amiga saia das costas de Po.

— O que você quer?

— Eu exijo que você saia comigo! — Exclamou Regina com um olhar penetrante.

— Sua popularidade não me assusta, então não tenho problemas te recusando normalmente. Mas agora, se você se acha superior só porque os outros acham você legal ou bonita, bem isso já é algo que eu não vou querer me envolver.

— Eu NÃO me importo com o que você acha, eu e você vamos sair, e eu vou mostrar o quão incrível eu sou, já que seria um feito seduzir o garoto novo sem ele nem conhecer ninguém já no 2 dia de aula. — Disse Regina com um sorriso arrogante

— E se você se recusar ou tentar contar o que você esta ouvindo para qualquer pessoa, eu posso falar para toda a escola mentiras sobre você, todos acreditam em mim. — Disse a amiga de Regina ao lado dela.

Po revira os olhos por um momento e diz...

— O que você acha de amanhã depois da aula, hoje não vai dar porque eu tenho um compromisso que minha mãe ta obrigando a fazer. — Disse Po se levantando da sua cadeira com um tom de voz serio já irritado com toda a situação.

— Agora sim, você tá falando coisa com coisa, tudo bem para mim. Eu te espero na praça do centro da cidade 30 minutos assim que sair da escola, só para você se arrumar ou pelo menos pegar um dinheiro com sua mãe para gastar comigo. — Disse com um olhar de deboche na cara enquanto saia da sala.

As amigas de Regina a acompanharam para fora da sala de aula enquanto gargalhavam imaginando o que fariam depois da escola.

Po se viu sem acreditar no que acabou de dizer para aquelas meninas enquanto imaginava o tipo de coisa que elas pediriam para ele fazer após a aula do dia seguinte porem sabia que fez a escolha certa e se vingaria delas do seu jeito, vendo elas saírem da sala de aula e ficando sozinho em meio entre todas as cadeiras, Po disse doces palavras mentalmente que soaram como uma música extremamente doce e cativante como um som de jazz de uma pequena banda de músicas calmas...

"Hoje a noite vai ser longa"