Capítulo 3

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08 de março de 2022

No dia de hoje Justin estava começando a ficar preocupado, faltavam apenas dois dias e sua filha ainda não tinha dado nenhum tipo de sinal. Billie ainda seguia firme e forte com o combinado: desligar os aparelhos no dia 10 de março.

Josh e Hina ainda não estavam sabendo desse detalhe, Billie e Justin preferiram não contar, tinham medo da reação dos dois — que eram os que mais estavam acreditando em Heyoon.

— Vocês não pensam em desligar os aparelhos tão cedo, certo? — Hina perguntou para o cunhado, enquanto olhava para a irmã.

— Não! Bom, pelo menos eu, não. Seus pais eu já não sei... Espero que não — Josh respondeu, acariciando o rosto da sua amada.

— Eu acho que devíamos contar à eles — Justin falou, ao ouvir esse pequeno diálogo dos dois.

— Não vamos contar. Vamos contar apenas no dia 10, se caso ela não acordar.

— São apenas dois dias, Billie — o homem murmurou cabisbaixo.

Ele ainda não tinha aceitado o fato de que se a filha não acordasse daqui dois dias, ele iria perdê-la. Ele não se conformava. Sua vida estava tão perfeita. A filha ganhando o reconhecimento que merece, indo viajar, fazendo o que gosta — dançar —, com um namorado que a apoia, sendo feliz com a família. Tudo desabou de repente.

Justin tinha os olhos fundos e olheiras, ele não dormia bem há meses, não conseguia focar no trabalho, não conseguia distrair Hina, não conseguia dar esperanças a ela e nem ter. Ele estava perdido, em uma escuridão, que só iria se iluminar novamente quando Heyoon acordasse — se ela acordasse. Ele havia perdido as esperanças, mas não queria aceitar.

Josh e Hina eram os únicos que ainda acreditavam na melhora da morena e sabiam que ela acordaria, tinham esperanças. Mas nenhum deles sabiam que isso tinha um tempo limitado.

— Bom dia, gente — Billie falou, entrando no quarto.

— Oi, mãe. — Hina sorriu brevemente.

— Bom dia — Josh respondeu, sem olhá-la diretamente.

— Como estão? — Justin perguntou, mas nem Josh e nem Hina responderam. O loiro apenas suspirou negando com a cabeça. — E ela?

— O doutor passou aqui mais cedo, examinou ela, não disse mais nada — Josh respondeu. — Vou aproveitar que chegaram e vou comer alguma coisa e dar uma volta por aí, volto depois — avisou, já saindo.

O homem não aguentava mais esse hospital, não aguentava mais ver sua mulher naquela maca, não aguentava ver o sofrimento da cunhada, não aguentava mais chorar e ter flashbacks com sua namorada. Ele não aguentava mais nada. Ele só queria ter ficado com ela no dia e ter, de alguma forma, impedido aquele acidente.

Ele caminhou para fora do hospital e foi até uma lanchonete que tinha na esquina. Ali ele encostou no balcão, esperando a atendente terminar de atender um carinha que estava ali.

— Você de novo, garoto — ela falou, dando atenção para o loiro agora.

— Eu de novo. — Soltou um riso nasal.

— O que vai querer? Pede algo saudável, pelo amor — praticamente implorou.

A mulher acompanhava esse cansaço do homem há dois meses, ele sempre vai ali e pede algum salgado e um refrigerante, ela começou a se preocupar com a saúde do homem e acabou perguntando o que havia acontecido, ele respondeu e explicou tudo certinho. Atualmente a mulher vem sempre tentando fazê-lo comer algo saudável.

— Me dê qualquer coisa, Joalin. — Deu de ombros.

A mulher assentiu e foi preparar algo para ele. Ela fez um um suco de laranja, alguns pães de queijo e duas torradas com geleia. Colocou na bandeja e levou até o balcão, onde o homem havia sentado.

— Obrigado — agradeceu, entregando uma nota de vinte reais à ela.

Josh comeu em silêncio, pensando em sua namorada. Ele não conseguia tirá-la dos pensamentos, e sabia que isso iria continuar até a mulher acordar. Sabia que não iria ficar em paz, sabendo que sua amada estava em coma há meses.

_Flashback on_

— Amor. — Heyoon riu. Era a sétima vez que seu namorado a chamava. — Amor!!

— Oi, meu amor — respondeu rindo.

— Vamos casar?

— Vamos.

— Mesmo?

— Mesmo, mesmo.

— Onde?

— Na praia.

— Que dia?

— Quando você quiser.

— E onde vai ser a nossa Lua de Mel?

— Qualquer lugar, o importante é estar com você.

— Pode ser em Londres?

— Pode, vida. — Riu, puxando seu rosto e selando seus lábios.

— Pequena — a chamou, Heyoon riu outra vez. — Minha pequena!

— Eu acho fofo você me chamando assim. — Ele sorriu tímido.

— Amor, vamos ter um filho?

— Vamos. — Josh acabou rindo.

— Sua paciência é admirável.

— Eu também acho. — Ele gargalhou a beijando.

_Flahsback off_

— Josh. — Ele acordou com o chamado de Joalin. — Seu celular está tocando. — Apontou para o aparelho em cima do balcão. — Tá tudo bem?

— Ah sim, eu estava longe — falou, pegando o celular e atendendo ao ver o nome de Hina. — Oi, Hina?

— Onde está?

— Na lanchonete aqui na esquina. Está com fome? Vem aqui.

— Já vou. Cansei de ouvir meus pais falando que ela não vai acordar. — O homem suspirou.

Ele ficava indignado que os próprios pais de Heyoon não acreditavam na melhora da filha. Justin sempre acreditou na garota, mas por ela estar em como, ela teria perdido a força? Não era assim! Josh sabia muito bem que a mulher estaria lutando contra qualquer coisa para poder voltar. Ele sabia disso. E ele faria de tudo para ajudá-la.

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Wake Up, Please - HeyoshOnde histórias criam vida. Descubra agora