Capítulo 10

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Nessie

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Nessie

Pouco mudou desde que voltamos de Volterra. Eu não esperava que já poderia botar uma mochila nas costas e pedir para Jake me encontrar em algum lugar remoto do mundo, mas eu também não imaginei que após 10 dias, essa seria a primeira vez que poderia subir o Monte Hays.

"Temos que esperar a poeira baixar" era o que meu pai repetia quando eu perguntava se já podia sair. A sensação que eu tinha era de que o tiro havia saído pela culatra. Eu ainda me questionava se as coisas realmente não mudaram, ou se mudaram para pior.

O livro que eu havia trago permaneceu abandonado no fundo da minha bolsa, enquanto eu me perdia em pensamentos, empoleirada no topo de uma árvore. A linha do horizonte infinita se estendia convidativa. O mar azul, calmo, me lembrava de ter esperança. Afinal, tudo aconteceu conforme eu havia imaginado: Aro teve a oportunidade de constatar meu crescimento e meu autocontrole, não houve nenhuma tentativa de ataque contra minha família e, tecnicamente, agora não haveria necessidade de uma ameaça velada de visita surpresa. O único momento em que eu senti que algo poderia dar errado, foi durante o Baile, mas ninguém percebeu o ataque de pânico que tive que enfrentar. Ninguém além de Alec Volturi.

Durante toda a nossa estadia na Itália eu me mantive atenta, com meus muros levantados e focada em não reconhecer o perigo que corríamos. Deu muito certo até o momento em me distraí. Naquele maldito Baile. Era fácil esquecer que tudo poderia ruir a qualquer momento, quando uma sereia te sopra bolhas de ar, ou quando você reencontra um amigo depois de muitos anos. Mas tudo voltou à tona quando Giuseppe demonstrou seu apoio à minha família na Batalha que não Aconteceu. Giuseppe aparentava ter a idade que meu corpo apresentava, e estava disposto a arriscar sua vida por mim e minha família. Sem ao menos nos conhecer. A reação tensa de Nassif ao comentário de seu irmão me mostrou a dor que ele sentiria se perdesse o caçula.

Mais uma vez eu senti meus pés gelarem com a neve que me rodeava. Senti o calafrio na espinha ao ver a procissão de mantos pretos. Ouvi o grito estridente de Irina.

Era como se eu tivesse me esquecido de como respirar. Meus pulmões clamavam pelo ar e eu não me sentia capaz de saciar essa necessidade. Tudo estava em câmera lenta. Meu olhar fixo na grande porta ao fundo do salão, minha única saída.

Não sei quanto tempo levou para meu pai perceber meu estado e me questionar se estava tudo bem. Não me lembro qual desculpa inventei para sair dali desacompanhada. Não me lembro porquê eu procurava a biblioteca do Castelo.

Mas eu me lembro do toque de Alec em minha mão enquanto corríamos pelos corredores, e me lembro do Grande Jardim que me acolheu no momento em que o invadi.

Diminuindo os passos Alec nos levou até o banco mais afastado do portão por onde entramos. Minha mão se soltou da sua enquanto eu me sentava. Meu corpo parecia mais atento ao que acontecia ao seu redor. Agora que eu me sentia no controle novamente joguei a cabeça para trás enquanto saciava meus pulmões com o ar fresco e perfumado do Jardim. Meus olhos se fecharam e meu coração lentamente voltou ao seu ritmo normal. Tudo parecia correto, exceto pelo formigamento insistente em minha mão esquerda. Será se Alec não havia controlado sua força? O pensamento me lembrou que ele ainda estava por perto. Ainda de olhos fechados eu me mantive atenta aos seus passos hesitantes, até que ele finalmente se sentou à minha direita.

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