Capítulo 12

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Nessie

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Nessie

— Nós não podemos deixar eles morrerem!

— Eles nos deixariam morrer, Nessie. Eles nos matariam. Quase nos mataram uma vez. Não dá pra confiar.

Meu pai tinha a voz resoluta enquanto retrucava cada argumento meu e de minha família. Estávamos divididos, como sempre acontecia. Era difícil conciliar tantas mentes diferentes e, mesmo que a maioria estivesse a favor de acolher Alec e sua pequena comitiva, Carlisle não se sentia confortável em impor alguma decisão sobre aqueles que discordavam. Apenas meu pai, minha mãe e Rose mantinham seu posicionamento. Alice ainda não havia se pronunciado.

Meus avós e eu estivemos a favor de recebê-los desde o início. Carlisle havia argumentado que Aro jamais permitiria que Sulpicia saísse do Castelo, ainda mais em uma missão suicida para atacar nossa família. O simples fato dela ter conhecido nossa casa já era prova que Alec havia dito a verdade. Esme disse ter sentido a verdade na voz de Alec, e no olhar preocupado que ele lançou para Jane antes de nos dar privacidade. "Foi o olhar que vocês trocaram quando pensaram que poderiam perder um ao outro.", ela disse para meu pai e Rose.

Eu não sabia qual motivo eu tinha para advogar em prol de Alec, mas eu sabia que não seria justo abandoná-los a própria sorte. Quando ele surgiu ao pé da árvore, apenas algumas horas atrás, por um segundo pude constatar o desespero em seus olhos vermelhos, e quando o meu lado ainda estava em desvantagem foi disso que eu me lembrei. Jasper teria sentido o que nós não podíamos, e quando eu lhe perguntei se Alec estava sendo sincero ele confirmou o que eu já sabia. A partir daí o lado tático do meu tio veio à tona e ele se juntou a nós, dizendo que seriam de grande valia em uma futura guerra.

Meu pai argumentou que as emoções poderiam ser manipuladas, assim como os pensamentos, e se manteve firme ao negar a presença dos Volturi exilados em nossa casa. Após Emmett dar seu parecer dizendo sentir falta da diversão de uma casa cheia, e que poderia quebrar Alec em pedacinhos se ele estivesse mentindo, meu pai voltou ao seu discurso de que só poderíamos estar loucos.

— Não é possível que vocês vão cair nessa tão fácil! Eles são Volturis, vai saber qual carta na manga eles têm. Se tudo o que disseram é verdade, que arquem com as consequências de suas ações e enfrentem o poder que eles ajudaram a construir.

— Se o que eles disseram for verdade, filho, não será apenas problema deles. Nossa família estará em risco também, e apesar de não ser o motivo pelo qual gostaria de acolhê-los é preciso considerar a vantagem que isso nos traria quando Caius bater em nossa porta. — Meu avô avançou em direção ao meu pai e apertou seu ombro delicadamente. — Não foram as tentativas de Aro de levar meu controle ao limite que resultaram na minha partida de Volterra. Foi o ciúme doentio de Caius. Ele tinha um desejo por ser o braço direito de Aro que o deixava cego. Apesar de a minha relação com Aro sempre ter sido puramente amigável, Caius agia como se eu fosse a amante e ele a esposa. — Emmett engasgou com a própria risada diante da declaração do meu avô, que apenas ignorou e continuou. — Seu desprezo por mim, e o seu descontentamento com a minha estadia no castelo, ficaram cada vez mais evidentes. Frequentemente Caius me tentava além do desejo por sangue humano, ele tentava a minha humanidade e a minha submissão. — Seus olhos varreram a sala com pesar, como se questionasse se devesse proferir suas próximas palavras. Quando encontrou o olhar de Esme, que acenou o encorajando, meu avô olhou para as pontas dos pés. — Eu nunca contei isso para nenhum de vocês, meus filhos. Foi desafiador esconder isso de Edward por todo esse tempo, meus pensamentos quase me entregaram muitas vezes, e eu agradeço por ter retirado parte desse fardo, Bella. Talvez seja hora de me livrar dos meus demônios de uma vez por todas.

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