Capítulo 14

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Alec

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Alec

A vegetação umedecia minhas vestes enquanto eu me sentava ao pé de um tronco retorcido. O sol de meio-dia beijava minha pele. Através da fina camada das minhas pálpebras eu podia ver o tom quente da luz que me envolvia.

Apesar da tensão que nos consumia, enquanto esperávamos a resposta dos Cullen, não podíamos deixar de apreciar esse pequeno momento de paz após toda a jornada para chegar aqui. Antes mesmo de termos que enfrentar tamanha ameaça, eu já sentia como se lutasse por minha vida a todo momento. Era difícil se sentir vivo quando tudo ao seu redor gira em torno de punições e mortes.

Por muitas vezes eu senti precisar cada vez mais sacrificar uma parte do garoto que fui, para me tornar a arma que Aro criou. Senti que para que Jane conseguisse manter uma parte de sua inocência, eu precisava renunciar a minha.

Mesmo que agora estivéssemos prestes a enfrentar a maior atribulação de nossas existências, poderíamos passar por isso sendo nós mesmos. Lutando nos nossos próprios termos, por algo que realmente acreditávamos e, o mais importante, juntos.

Abri meus olhos para a clareira à minha frente e encontrei o olhar relaxado de Marcus, admirando o dançar das árvores. Seu corpo balançava com os suspiros profundos, absorvendo todos os aromas. Copiei seu gesto aspirando a fragrância de carvalho, cedro, larício e terra úmida. Minha respiração ruidosa chamou sua atenção, que ao encontrar meu olhar esboçou um pequeno sorriso. Era uma expressão estranha no rosto cansado de Marcus, mas após entender que a estranheza se dava pela raridade do ato, percebi como a expressão amena se encaixava muito melhor na cara milenar.

Esta era a primeira vez que Marcus saía das dependências do castelo, desde a visita aos Cullen sete anos atrás, e eu me questionei se as paredes de pedra causavam nele o mesmo que causavam a mim: uma sensação constante de não pertencimento.

O pensamento me lembrou das verdadeiras prisioneiras do castelo: as esposas. Por décadas Sulpicia teve apenas uma torre para chamar de lar, com visitas restritas e saídas escassas e o argumento de que era para sua segurança. Apenas o poder de Corin as convencia de que aquilo era a melhor opção. Não fosse a alegria artificial, nada teria prendido a mulher que agora se deitava no centro da clareira, com os cabelos ondulados espalhados na relva baixa. A pele morena brilhando como cobre aos raios do sol. Seus olhos vermelhos ardiam com a luz direta, que não permitia que a sombra constante de seu nariz adunco escondesse suas feições. Os lábios carnudos estavam entreabertos em seu esforço de encher seus pulmões com o máximo de ar puro possível.

 Os lábios carnudos estavam entreabertos em seu esforço de encher seus pulmões com o máximo de ar puro possível

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