Paixão Marcada

Capítulo 7 - Buscando Respostas

No outro dia, assim que percebo que estava acordada e que já havia amanhecido dou um pulo da cama, procurando pela única pessoa mais importante naquele momento.

Anne não estava dormindo em seu colchão, e Leonard já não dormia mais ao meu lado. Como reflexo olho diretamente pra janela, e a mesma está escancarada, só assim sinto o vento bater em meus braços descobertos.

Saio da cama na mesma velocidade em que acordei, desesperada com o que poderia ter acontecido. Bem, talvez nada, do contrário já haveriam policiais, uma fita amarela e pessoas ao redor.

Coloco uma blusa de frio e abro a porta repentinamente, dando de cara com uma confusão no corredor por conta de algo que havia acontecido no quarto ao lado do nosso. Segundos depois um policial sai da frente de Leonard, que conversava com a perícia e eu vou até ele.

- Leonard! - toco seu braço e ele se vira pra mim.

- Emily você..! - ele encara a mulher da perícia, e então me empurra pra longe. - Com licença..!

Assim que estamos longe o suficiente de toda confusão ele volta sua cara enfurecida pra mim.

- Quem você acha que é pra estar no meio da cena de um crime DE PIJAMA?! - ele sussurra bravo.

- Primeiro, eu sou sua parceira! E segundo, eu não vi ninguém no quarto, fiquei preocupada - começo dizendo com confiança, mas depois abaixo um pouco o tom.

Ele suspira de raiva e passa os olhos por todo o lugar.

- Tudo bem, olha, se arruma, vai pra sua aula, e quando tudo isso acabar eu prometo te deixar à par de tudo, combinado? - ele diz calmo, olhando bem nos meus olhos enquanto suas mãos pousavam delicadamente meus ombros.

- O que aconteceu hoje..? - falo um pouco mais baixo, olhando a confusão atrás dele.

- ...Mais uma universitária morreu. - ele diz com pesar.

- Como?

- A garganta foi cortada e, bem, ela sangrou até morrer. - ele diz de forma simples e direta, mas vejo que ele se sentiu culpado por talvez ter sido direto demais, e eu não estar tão acostumada assim.

Meu estômago embulhou, e cubro ele com os braços.

- Tudo bem? - ele percebe meu mal estar.

- Sim, claro. É que... Todas essas pessoas que estão morrendo... Elas não vão voltar. Suas famílias não vão poder ir em sua formatura, nem mesmo recebê-los em casa no final de semana e nas férias. Acabou, sabe..? - digo olhando pro chão, pensando sobre tudo aquilo e como era horrível presenciar essa cena todos os dias.

- Eu entendo o quanto isso é horrível de conviver, e ainda mais pra você que presenciou dois crimes na mesma semana. Mas todos aqui estão dando tudo de si pra resolver esse caso, e eu posso te assegurar que eu não vou descansar enquanto não for resolvido, e o culpado pagar por seus crimes. - sua confiança me traz um pouco de paz, e me sinto mais segura. Ele é um bom detetive, creio que ele vai resolver em breve, e com minha ajuda isso vai ser ainda mais rápido. Logo isso acabará, disso tenho certeza.

- Obrigada por isso, agente. Vejo que é ótimo com palavras de conforto..! - falo um pouco sarcástica e ele ri.

-Isso é bom..! Agora vai, à noite nos falamos. - ele sorri antes de voltar à cena do crime, e eu volto ao meu quarto.

Na aula, a professora passou alguns trabalhos que dariam nota, mas novamente não prestei atenção, porque minha cabeça estava no crime mais recente, que aconteceu justo ao lado do meu quarto.

Eu entendo como ele teria chegado até a minha janela, mas como ele entrou no quarto ao lado? E qual era a relação dele com Cassie? Naquela noite, eles conversaram antes que ele a matasse. O que ela prometeu à ele que não foi capaz de cumprir, e o que ele poderia pedir à ela que ela não fosse capaz de cumprir? Eu detesto ter tantas perguntas e nenhuma resposta.