Alerta de mudança

Adaptação? Não, não. Tortura!

D

epois daquele tempo com Joy, fui para o meu apartamento separar as coisas para a aula e esperar o primeiro aluno. De acordo com nosso contato inicial, a aula seria com uma criança de 12 anos que deseja aprender pelo menos o básico do português em até as férias de meio de ano. Pelo pouco que um soube ele vai para São Paulo com os pais para conhecer os avós maternos. Bom, vai ser complicado, se o inglês que é simples nós durante a escola não aprendemos direito. Imagina um gringo entender a gramática e nossas expressões. Mas brasileiro não desiste nunca, sempre dá um jeitinho. Peter, meu aluno, vai chegar em 15 minutos, então vou dar um jeito de me acalmar e respirar fundo. Isso não vai ser nem um bicho de sete cabeças!

O que era para ser uma tarefa simples, se tornou quase impossível. O garoto me odiou só pode. Eu tentei iniciar uma conversa calma com ele, mas o pestinha loiro está disposto não aprender de jeito algum! Qual é? Eu podia estar roubando, matando, fazendo coisas más por ai, mas não, eu só estou tentando viver minha vida, me adaptar. Está vendo, é por isso que eu geralmente nem tento mudar as coisas, só dá dor de cabeça. Mas não é hora de chutar o balde, eu já cheguei até aqui. Com diz minha mãe, " o que é um peido para quem já está cagado".

Eu não sei se é porque eu que sempre tento ver o lado bom das pessoas, mas eu sinto que tem alguma coisa por traz do comportamento do Peter. Mas, tem uma coisa que eu aprendi, não tem nada que uma boa conversa não resolva. Me aguarde pestinha!

Ainda eu tenho uma aluna, Kate, para aula de violão. Essa talvez não seja tão difícil quanto Peter, assim eu espero. A aula da Kate é simples, é apenas o básico hoje, coisinhas simples. Pelo foi quando meu pai me ensinou aos oito anos de idade, o difícil vai ser me manter firme enquanto eu dou a aula. Desde que papai se foi, eu evitei ao máximo tocar. Isso era a nossa coisa. Quem nem alguns pais fazem com seus filhos para passar tempo junto, com Carlos o meu pai passava horas montando e desmontando coisas, desde bicicletas aos carrinhos de brinquedo dele. Comigo, ele cantava e me ensinava o que sabia de violão.

Quando Kate chegou eu joguei esses pensamentos para longe, e fui iniciar a aula. Kate é uma coisinha fofamente gótica. Se não fosse as roupas pretas e as botas pesadas, eu diria que ela seria a cópia fiel da Bela adormecida. Com ela, a aula fluiu bem. Kate é bem comunicativa e uma clássica adolescente de 15 anos, cheia das piadinhas. Segundo ela, isso é apenas para provar para seu vizinho "babão" de acordo com ela, que era capaz de fazer qualquer coisa que ela quisesse. Por mim isso se chama paixonite aguda incubada, na minha humilde opinião. Mas quem sou eu na fila do pão, não é mesmo?

Meu tempo foi tão bem utilizado que nem vi as horas passando. Como ainda dava tempo de dar uma passadinha na minha cafeteria preferida, mesmo eu dizendo a mim mesma que não era apenas uma desculpa para conseguir mais um daqueles post its azul bebê. Então lá estava eu, às cinco e meia da tarde sentada em uma mesa aconchegante do lado de dentro da cafeteria com um livro aberto, enquanto fingia ler quando na verdade estava ansiosa para pegar meu pequeno tesouro em forma de papel. Alguns instantes depois, lá estava meu pedido vindo com o tão esperado papelzinho. 

Sinceramente,quem são os papeis do biscoito da sorte perto dessa belezura aqui! O melhor éque são autorais, não que eu tenha buscado em uma pesquisa aprofundada cadafrase de cada post it na internet. Mas cara, eu tinha que saber, a curiosidadeestava me matando, a escrita era feita a mão e a caligrafia era tão linda,letras bem desenhadas e que transmitia tanta sabedoria. Eu tenho certeza quedever alguma senhorinha confeiteira que escreve, por isso aqui tem tanto essesentimento de lar e pertencimento.

Aaaa meus lindos taí o 1/2 dos capítulos prometidos!!!

meio curtinho, mas prometo caprichar nos próximos !!

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bjinhosssss da Tia Martaa!!