Capítulo 2

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Seus pais o adoravam.

É claro que eles sempre gostaram do garoto como amigo dela, como seu amigo mais próximo, se você quiser ser técnico. No entanto, isso era totalmente diferente, e era assustador como era fácil fingir com ele. Era tão fácil quanto deslizar na curva de seu braço enquanto ele se recostava no sofá. Ela não ficou surpresa quando a mãe a chamou de lado depois do jantar e disse que Harry era mais do que bem-vindo para ficar em seu quarto com ela.

Afinal de contas, suas tias-avós haviam se mudado para o único quarto de hóspedes. O pai dela parecia preferir que o namorado dormisse no sofá, ou talvez até mesmo na casa de cachorro literalmente no quintal. Uma cobertura minúscula e suja que ele havia construído para um filhote de cachorro que Hermione teve quando criança.

Enquanto seus pais discutiam atrás da ilha da cozinha, com a pia cheia de pratos, Hermione pegou Harry pela mão e o levou para fora do cômodo. — Vamos ficar no meu quarto, mas você não pode rir. — Ela disse seriamente, seus dedos ainda entrelaçados com os dele quando chegaram ao topo da escada.

Os olhos dele brilharam com malícia enquanto ele mordia o lábio inferior. — Por que eu riria? — Harry perguntou a ela, olhando para trás. — Mildred está dando uma espiada na entrada para nos ver. Devemos dar a ela algo para ver?

Os olhos dela se arregalaram, uma risadinha de menina escapou de seus lábios quando Harry a puxou para a curva de seu corpo. Ela esperava que ele a beijasse, que simplesmente abaixasse a cabeça e pressionasse os lábios nos dela, mas ele não o fez. Embora, do ponto de vista de sua tia-avó, devesse parecer que ele a beijou, Harry apenas a puxou para perto de si contra o toque duro de seu peito, e ela fez sua parte na farsa deslizando as mãos pelas costas dele. — Aposto que... — Hermione começou em um sussurro.

Um grito ecoou pela casa, um tom alto e provocante de: — Eles estão se beijando na escada! — gritou a tia-avó Mildred. Em seguida, veio o som de uma panela batendo contra o azulejo xadrez preto e branco.

Depois foi a Matilda: — Não acredito em você!

— Eu me atrevo a dizer que ainda não perdi a visão, sua velha idiota. Parecia que ele estava a momentos de arrebatá-la contra a parede — argumentou Mildred, provavelmente agitando a mão quando começou a ficar histérica.

Os olhos de Harry se arregalaram. — Arrebatar? Eu mal toquei em você. — Ele riu baixinho.

A risada de Hermione foi abafada contra o ombro dele. — Bem, agora as duas acreditam.

E então veio a voz do pai dela, cortando as risadas femininas como um crescendo. — Não haverá nenhum tipo de sedução da minha filha nesta casa. Potter! — Frank gritou, seus sapatos rangendo contra o azulejo em sua pressa louca de chegar às escadas.

Os olhos dela se arregalaram quando ela agarrou a mão dele e o arrastou para o quarto à direita antes que o pai pudesse dar um sermão sobre qualquer coisa. — Bem — ela suspirou, tirando a varinha da bota. — Isso poderia ter sido melhor, você não acha? — Hermione lançou um simples feitiço de travamento. Ela presumiu que não poderia ser muito cuidadosa em uma casa com suas tias-avós, que eram muito intrometidas para o próprio bem delas.

Harry sorriu, andando pelo quarto. — Achei que haveria mais livros aqui. — Ele disse a ela, passando os dedos pelas lombadas dos livros que decoravam a estante embutida. — Eles redecoraram exatamente como era antes da guerra?

Ela assentiu com a cabeça, sentando-se na beirada da cama e tirando as botas. — Não que eu tenha passado muito tempo aqui antes de voltar para Hogwarts. Eles queriam que eu ficasse tanto quanto queriam que eu fosse embora.

Ele se virou para encará-la, com os lábios franzidos. — Eu não sabia disso. — Diante do encolher de ombros dela — Por que você nunca me disse isso?

Once Upon A Holiday | HarmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora