Você me ama?

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A filha mais velha dos Roberts já não aguentava mais reviver em sua cabeça o último encontro que teve com a garota que partiu seu coração.

Barbie estava determinada a esquecer Raquelle e sabia que para isso não havia nada melhor do que encher sua cabeça com tarefas. Resolveu pintar seu quarto, estava cansada de tudo rosa e a atividade ocuparia muito de seu tempo.

– Tem certeza de que não precisa de ajuda? – Ken questionou.

O loiro deixou a lata de tinta azul bebê que ele estava carregando ao lado do rolo de tinta e os pincéis.

– Tenho. – sorriu gentilmente. – Eu consigo fazer isso sozinha.

– Sendo assim, vou aproveitar o meu tempo livre para consertar a geladeira. – Deixou um beijo na testa da garota. – Se precisar de alguma coisa é só me chamar.

A loira assentiu e observou o rapaz se retirar do quarto para logo em seguida forrar o chão com jornais velhos e começar a preparar a tinta. A tarde seria longa.

[...]
– Não! Você não pode falar com ela agora.

– Eu não perguntei se eu posso. Eu vou.

– Mas eu acabei de dizer que ela não está recebendo visitas no momento.

– Eu vou falar com ela e ponto.

As vozes alteradas no andar de baixo atrairam a atenção de Barbie que deixou o pincel de lado e limpou as mãos no avental que estava usando. Estava prestes a tocar a maçaneta quando a porta de seu quarto se abriu de forma abrupta por Raquelle que adentrou o local com Ken em seu encalço.

– O que está acontecendo? – Barbie arqueou uma das sobrancelhas e cruzou os braços, impassível.

– Eu disse que você estava ocupada e -

– Eu preciso conversar com você. – Raquelle interrompeu Ken e encanrou os olhos azuis da loira.

Barbie encarou o chão, incapaz de sustentar o olhar. Seu coração batia acelerado e suas pernas amoleceram, não sabia dizer se tratava-se da presença inesperada de Raquelle ou do medo de ser rejeitada mais uma vez.

– Eu posso tirar ela daqui se você quiser.  – Ken sussurrou alto o suficiente para que todos no quarto escutassem.

Raquelle revirou os olhos.

– Não precisa. – Barbie suspirou. – Acho que posso lidar com ela sozinha.

– Tem certeza? Por que se quiser eu -

– Ela disse que pode fazer isso sozinha. – Interrompeu Ken novamente.

O loiro revirou os olhos.

– Promete que vai me chamar se alguma coisa acontecer?

– Prometo. – Beijou a bochecha do rapaz.

A de cabelos escuros mal esperou Ken sair para fechar a porta. O clima tornou-se imediatamente pesado. Raquelle encarou as paredes em busca de palavras, tudo que havia passado horas ensaiando ao lado de Hunter – que a ajudava com apoio moral – sumiu no momento em que se encontrou sozinha com Barbie. Sua boca estava seca e suas mãos suavam frio. De repente, o plano que havia elaborado junto com seu cachorro já não parecia tão bom assim.

– Vejo que está pintando o quarto... – Coçou a cabeça. – Que bom, aquele rosa era horrível. – Riu nervosa.

– O que você quer? – Barbie foi direto ao ponto, sua voz, pela primeira vez em muito tempo, soou rude.

A morena piscou algumas vezes para espantar a surpresa em ser tratada de tal forma pela garota cujo a principal característica era o carisma.

Ignorando completamente o olhar da garota sobre si, Raquelle tomou liberdade para se sentar na cama de lençóis rosa sem ser convidada. Barbie desejava que a morena dissesse logo o que queria pois já não sabia quanto tempo mais aguentaria manter a postura sem desabar.

Eu te amo - Barbie x RaquelleOnde histórias criam vida. Descubra agora