The Secrets That We Keep (ATUALIZAÇÃO 2022)

Parte II

Tudo mudou há cerca de três meses, quando a sala que antes era apenas um armário de vassouras e que ficava a exatos 6,3 metros diante da minha porta passou por algumas reformas e virou o escritório do mais novo contratado do ministério.

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                                                                                  Malfoy, Draco

Os últimos meses tem sido o mais doce tormento.

Tendo percebido que algo mudou, Draco apenas... recuou, ele não aparecia mais na minha porta e não forçou algum tipo de amizade comigo, e se manteve sempre há um passo de distância a mais do que era necessário e ainda assim ele era educado e charmoso, de vez em quando me lançando um de seus sorrisos secretos e eu sabia que é ele quem comprar os doces trouxas que geralmente encontrava na minha sala. E as vezes, quando tenho dias particularmente difíceis, encontro violetas na minha mesa... e eu nunca disse nada sobre isso, é apenas mais uma coisa sobre o que não falamos, mas ainda assim eu sei que é ele, por que eu sei que ele escutou todas as pequenas bobagens sobre mim que soltei quando tinha bebido vinho demais.

Me pergunto quando vou ter coragem de dizer algo.

Sinto sua falta, é o que eu diria.

Volte pra casa comigo e cozinhe para mim enquanto falamos dos livros que lemos e de lugares que temos vontade de ir e sobre como a vida é estranha.

Tento colocar minha cabeça no presente momento.

- "Não acho que eu trabalhe demais, acho que trabalho exatamente o suficiente."

Draco sorri, mas de alguma forma o ato parece triste.

- "Eu acho que você usa o trabalho como válvula de escape, pra manté-la afastada de tudo aquilo que não quer pensar." Ele para por alguns segundos me analisando. "No que você não quer pensar, Hermione? Eu adoraria saber."

Sinto meu corpo ficando gelado e meu coração acelera e eu só me pergunto como alguém pode me conhecer tão bem.

As respostas podem ser maravilhosas e destruidoras.

Desvio o olhar.

- "Acho que eu poderia perguntar o mesmo a você."

O sorriso de Draco muda, parece autodepreciativo. - "Eu tenho certeza que você não quer saber o que estou pensando."

E tenho vontade de dizer que Sim Draco, eu adoraria saber, eu adoraria conhecer cada pensamento singular que passa por essa sua cabeça loira. Eu cataria cada palavra sua que caísse no chão e as guardaria em meus bolsos como se fossem moedas. Eu protegeria todos os seus segredos como se fossem meus.

Mas não digo nada disso, acho que nunca direi.

Limpo a garganta novamente. Tento mudar de assunto.

- "O que ainda faz aqui? O expediente já acabou há uma hora e meia."

Draco não responde imediatamente.

Parece desapontado.

Suspira.

– "Você ainda está aqui também."

Sorrio apesar de mim mesma – "Acho que você já deixou claro que eu trabalho demais"

Ele devolve o sorriso mas não fala nada.