Wiped Out! - Bingqiu

i met him at church

[but he could be satan.]

"Bem vindos a mais uma sessão de psicoterapia em grupo", uma voz monótona e quase robótica soou naquela enorme sala branca, anunciando a presença da terapeuta. "Sou a dra. Qingqi, para os que já se esqueceram."

É claro que qualquer pessoa normal não seria estúpida o suficiente para esquecer o nome da doutora que aparecia toda segunda para as terapias em grupo, levando em conta que alguns pacientes estavam morando no local a anos, porém a fala dela foi bastante compreensível por motivos que não precisariam ser especificados.

Ninguém a respondeu ou a cumprimentou, mas essa reação foi extremamente normal para aquele ambiente, na verdade, seria até estranho se algum deles abrisse a boca e respondesse.

Todos os rostos ali já se 'conheciam' a um tempo relativamente considerável, só que nenhum deles se considerava sequer um conhecido, era bem solitário. Sabe-se Deus o que se passava nas cabeças daquele, aparentemente, bando de loucos. Com o que mais poderiam ser comparadas aquelas expressões estranhas e olhares tão mortos?

Mas algo estava levemente diferente naquela segunda-feira gelada. A coterapeuta, aquela que sempre ficava com uma prancheta na mão, olhando atentamente cada movimento daquelas pessoas que quase nem se mexiam, seus óculos sempre escorregando da ponta do nariz, não estava alí. Algo de diferente finalmente tinha acontecido. Ela nunca se importou em se apresentar para o grupo, então ninguém, a não ser a dra. Qingqi, sabia seu nome, não que ela mesma ou alguém se importasse também.

A porta de vidro temperado abriu revelando a figura de um jovem homem em um jaleco tão branco quanto aquelas paredes. Ele se aproximou silenciosamente da doutora Qingqi, sem interromper o que ela estava falando, e esperou que ela o apresentasse pacientemente, com uma prancheta debaixo dos braços e um sorriso educado no rosto.

"Este é o dr. Shen Qingqiu, ele vai me auxiliar por hoje, por favor o recebam bem". Todos os olhos na sala foram de encontro com os dois quase cinza glóbulos oculares do antes suposto novo coterapeuta, mas agora apenas um auxiliar temporário. Sua aparência era certamente um alívio para o ambiente, ou talvez fosse só a impressão que uma pessoa diferente na sala causava. De todo modo, a beleza daquele homem estava realmente acima da média nacional.

Depois da breve apresentação a doutora foi para um canto e o doutor para outro, prontos para iniciar a sessão, ambos com uma prancheta na mão. Os olhos do dr. seguiram para uma direção específica discretamente: um jovem homem, seus cabelos negros e longos, batendo no meio das costas, calmo, olhos fechados e os braços cruzados por cima de uma fina camada de roupa preta de mangas largas, o que o chamou atenção já que não estava um clima favorável a esse tipo de vestimenta.

"Hoje nós vamos falar sobre as pessoas mais importantes nas nossas vidas. Quem se voluntaria para começar?", ela perguntou, mesmo sabendo que ninguém nunca se voluntariava, 'não custa nada tentar', ela repetia para si mesma, esperançosa. "Vamos lá, então vou escolher alguém. Sr. Luo, você nos concederia a honra?"

Aquele jovem que estava o tempo todo com os olhos fechados, nunca se importando com nada do que estava acontecendo ali, finalmente levantou o olhar para encarar a terapeuta. Ela não sabia muito bem como lidar com o tipo de personalidade de Binghe, já que era sempre variável e inconstante, e mesmo com anos de experiência na área, ainda não conseguia entender exatamente o que se passava na cabeça dele. Ela tentou de qualquer forma: "Tem alguém em mente?"

"Não", a expressão daquele jovem não mudou nem um pouco, o que intrigou o coterapeuta, já que deveria ter pelo menos alguma mudança de expressão, algum traço diferente que seja, algo que indicasse alguma coisa.