CAP. 16: Passado

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Kara Danvers

AVISO DE GATILHO: Agressão física.

Ninguém jamais tinha visto os meus ferimentos em minhas costas. Nem mesmo na hora da transa, por esse motivo eu optei por ser a ativa da relação, restringia para que não tocassem em minhas costas, e apesar de estranharem, eles faziam.

Mas com Lena, era diferente, de alguma forma, aquela menina me fazia me sentir diferente, ela não me trazia a sensação de vergonha sob meus machucados, por isso que por um deslize meu, ela acabou os vendo.

No começo eu fiquei em choque sem saber o que fazer, assim como ela, porque a garota foi a primeira a ver minhas cicatrizes fora minha mãe e Alex, e segundo, Lutessa não riu, todas as pessoas que eu já tinham visto - antes de do início das minhas restrições - faziam piadas de mal gosto ou davam risadas, e isso me magoava de uma forma inexplicável.

Mas a Luthor não riu, pelo contrário, ela se preocupou, coisa que eu jamais pensei que ela algum dia sentiria por mim - preocupação - ou por qualquer outra pessoa, talvez eu estivesse me apaix...

- Kara! - Maggie bateu a porta de seu armário em minha frente, tirando-me de meus pensamentos. - Não ouviu o que eu disse?

- N-não. - coçei a garganta. - Desculpe, pode repetir?

- Tudo bem. - ela sorriu, entrelaçando o braço no meu. - Olha, você anda um pouco estranha desde o baile, aconteceu alguma coisa?

- N-não estou estranha. - neguei, abaixando o olhar. - Só não venho me sentindo muito bem ultimamente entende? Essa virose vem pegando todo mundo. - forçei um riso.

- Oh. - Maggie me analisou, provavelmente sem ter acreditado em uma única palavra que eu disse. - Certo, mas se quiser conversar, vou sempre estar aqui!

Mentir no momento era a melhor coisa que eu poderia fazer. Não contar sobre meu passado a ninguém era uma coisa que eu tinha bastante experiência, odeio quando as pessoas sentem pena da garota que foi espancada.

Cheguei em casa e retirei meu agasalho por conta do calor, procurei por minha mãe pela moradia mas nenhum sinal dela, fiquei no quarto até anoitecer, quando finalmente ouvir a porta ser destrancada, desci com pressa pelas escadas dando de cara com Alex e minha mãe entrando.

- Onde estavam? - questionei curiosa. - Fiquei preocupada.

Lexie me fitou cabisbaixa, pôs as mãos nos bolsos de sua jaqueta de couro quando falou:

- Kara, precisamos conversar. - ergueu o braço em direção ao sofá para que nos sentassemos.

- Há uns dias, recebemos uma ligação. - minha mãe engoliu em seco. - Na qual dizia que seu pai fugiu da prisão, querida.

- Como é que é? - levantei-me do móvel. - E vocês duas só me dizem isso agora?

- Estávamos com medo da sua reação Kar - Alex justificou. - E não se preocupe, a polícia inteira da cidade está atrás dele, eles nos certificaram hoje que nosso pai não saiu de National City.

- Seu pai. - cerrei os dentes. - Jeremiah deixou de ser meu pai há anos.

Fui embora, não me importava se meu pai fugiu da merda da cadeia, ele não viria atrás de mim depois do que aconteceu, não teria tenta coragem pra fazer tal coisa. Não querendo escutar mais nenhuma palavra que saía da boca dessas duas, fui até a casa de Maggie, e quando sua mãe me disse que a menina não estava em casa, me veio uma ideia na cabeça.

Não faça isso Kara.

Eu estava enlouquecendo, mas foda-se, eu faria. Realmente precisava falar com ela. Minha intuição me dizia para ir, já outra parte minha gritava e implorava pra que eu voltasse pra casa.

MY ENEMY | KARLENAOnde histórias criam vida. Descubra agora