Kara Danvers
- O que caralhos você tá fazendo aqui? - perguntei, me mantendo o mais longe possível dele.
- Não sentiu minha falta filha? - fingiu uma ofensa. - Nossa, fiquei quatro anos fora e é assim que recepciona seu próprio pai?
- Você não é meu pai.
- Sabe que isso não é verdade, biologicamente eu vou sempre ser seu pai. - ele deu um passo pra frente, e por medo, eu dei um pra trás. - Está com medo de mim Kaah?
Kaah, o apelido que ele me dera quando mais nova.
- Não me chame desse jeito! - senti meus olhos marejarem, mas prendi o máximo que pude o choro, não me mostraria vulnerável na frente dele novamente. - Saia da minha casa.
O homem suspirou, analisando a grande casa em que estávamos.
- Mudou a mobília? - perguntou sem esperar uma resposta, levando a ponta dos dedos até uma das cadeiras na sala de jantar. - Tá bem diferente diferente de quando eu saí daqui.
O inguinorei.
- Sou seu pai Kara, responda-me. - aumentou o tom de voz rigidamente, quando aqueles olhos que tanto me davam pavor se encontraram com os meus, não pude evitar que uma lágrima deslizasse por meu rosto. - Eu sabia, continua uma franca. - ele deu atenção a mesinha de centro. - Ah você se lembra querida? Foi bem aqui que eu te joguei, e te ouvir gritar feito uma louca.
- Você era meu pai, a pessoa em que eu mais deveria confiar.
- Eu não me importo Kara. - ele disse, encarando-me. - Você teve o que mereceu.
- Seu piscopata! - minha voz saiu fraca.
- Não, não! - o homem elevou o dedo indicador, negando com o mesmo. - Eu só te dei o merecido.
- Me espancando?
- Era o único jeito de você aprender!
- EU TINHA QUATORZE ANOS SEU DESGRAÇADO! - gritei, exautando-me. - TEM NOÇÃO DO QUANTO FOI DIFÍCIL ME RECUPERAR DE TUDO QUE ACONTECEU? OU O TEMPO QUE EU PRECISEI PRA SUPERAR?
- Não seja dramática, Kaah!
- NÃO ME CHAME ASSIM! - gritei ainda mais alto, apontando o dedo em sua direção. - Sabe porque mudaram toda a mobília?
Ele deu de ombros, nem um pouco interessado.
- Porque eu não conseguia mais entrar nesta casa sem me lembrar de tudo que você fez comigo. - supliquei. - De toda a tortura, todos os xingamentos, humilhações, sangue. . . - meu peito doia tanto, como se uma estaca o cravasse bem no fundo, sem piedade alguma. - Não tem noção do que me fez passar Jeremiah!
- Argh tão dramática! - ele começou a caminhar pela cozinha, arrastando os dedos até a caveta onde se encontravam as facas.
Meu corpo gelou.
O homem abriu a caveta e em um movimento rápido jogou a faca em minha direção, por reflexo e resultado de muito treinamento, eu a peguei antes que acertasse no ombro, o metal acabou cortando o centro de minha mão e um pouco dos dedos, causando-me certa dor, mas não esboçei tal reação.
- Seus reflexos melhoraram! - ele sorriu.
- E sua pontaria continua uma merda! - larguei o objeto no chão.
- Eu não mirei no seu rosto, Kara!
Nos encaramos por segundos que mais pareceram horas, apesar dos anos na cadeia, uma pequena parte de mim tinha esperança que aquela homem poderia ter mudado, mas infelizmente, eu estava bem enganada.
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MY ENEMY | KARLENA
Fanfic+ 18 | Kara Danvers acabara de chegar à maioridade quando foi surpreendida com a notícia de que teria que mudar de cidade e, pior ainda, de escola, justo em seu último ano do ensino médio. Deixando amigos e familiares para trás, Kara, sua irmã e sua...