Capítulo 04

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Luna.

Os dias se passaram tão rápidos quanto poderiam e antes que eu pudesse perceber, já era quarta-feira. Blás e eu havíamos marcado de que ele fosse me buscar às 14:00h e faltavam apenas quinze minutos. Eu continuava me olhando no espelho constantemente, não por estar realmente preocupada com a aparência, já que eu não era disso, mas sim, estava me sentindo muito bonita e me perguntando se toda aquela produção não havia sido demasiado exagero. Lauren, minha amiga, vizinha e uma das pessoas mais maravilhosa que eu conheço foi cabeleireira por anos em um salão de beleza renomado e logo se ofereceu para fazer um coque Messy, que eu achei simplesmente lindo. Hermione e Gina me ligaram na noite anterior com a desculpa de que me ajudariam a encontrar uma boa roupa para a ocasião. Eu não quis contrariá-las e decidi ouvir suas "opiniões", já que eu nunca havia ido até um boliche. No fim, escolhemos uma calça Jogger azul celeste e um body branco com a cabeça de um unicórnio de chifre rosa e crinas coloridas. Um cardigã também azul celeste e de crochê complementam o visual e o tênis branco finalizou tudo.

Quando olhei para meu reflexo e percebi que estava completamente bonita, decidi que não precisava de nenhum tipo de maquiagem, então apenas coloquei um batom nude. Gina havia stalkeado Pansy em todos os sentidos da palavra, tanto na faculdade como no instagram. Percebemos que ela era uma garota bonita e que sempre está arrumada, seja para sair ou dormir, então apenas isso me deixava tranquila sobre a extravagância das minhas vestimentas. Até porque apesar de tudo, eu me sentia bem. Não estaria vestida naquelas roupas senão me sentisse bem. E foi com esse pensamento que peguei minha mini mochila de abelhinha e coloquei nas costas. Gina dizia que aquela mochila era infantil, Hermione a achava adorável e eu simplesmente a amava e ia com ela para todos os lugares intitulados "de lazer". Peguei meu celular e percebi que eram 14:00 em ponto. Havia uma mensagem de Blás ali, avisando que precisou mudar a rota para colocar gasolina e que se atrasaria uns cinco minutinhos. Sorri para o celular. Era uma das coisas que vinha fazendo constantemente sempre que Blás e eu estávamos conversando. Ele era gentil, cavalheiro, sincero e tantos outros adjetivos que era até difícil simplesmente conseguir resumir em poucas palavras. Porém, mais do que tudo isso, Blásio Zabini era alguém real, que reclamava do dia quando este era ruim, que se atrasava por imprevistos e que não fingia estar feliz com tudo só para agradar aos outros. Eu o admirava por ser tão transparente comigo.

Levantei do sofá e fui beber uma água, tentando acalmar aquele nervosismo que era uma novidade para mim. Eu era sempre tão "zen", como dizia Gina. Nada poderia ser considerado ruim enquanto eu pudesse fazer yoga, acender meus incensos ou mesmo olhar para o céu e ser grata por todas as maravilhas existentes no mundo. Não que eu fosse uma pessoa sem problemas ou que não chorasse e se sentisse triste em certos momentos. Eu simplesmente entendia que mesmo a tristeza, as lágrimas e coisas ruins serviam para trazer algo maior. Um aprendizado, uma evolução mental, um preparo para que pudéssemos receber algo maior. Era essa a lição que havia tido com os meus pais e prometi que honraria aqueles pensamentos, não só por eles, mas porque também era meu estilo de vida, meu mantra, minha assinatura por esse mundo, a coisa em que eu realmente acreditava. Logo que pensei nessas coisas, entendi que apesar de nervosa, aquele sentimento não era algo ruim, pelo contrário. Eu estava nervosa porque gostava dele. E esse era o tipo de nervosismo que meu pai dizia, era maravilhoso sentir.

Acordando-me de meus devaneios e da lembrança boa e saudosa de Xenofílio Lovegood, alguém bateu na porta e eu abri um dos sorrisos mais largos daquele dia até o momento. Enxuguei as mãos levemente suadas na calça e segui o caminho até a porta, abrindo-a um pouco ansiosa. Blásio estava parado ali, lindo como sempre em uma camisa de mangas curtas cor de vinho e seu jeans escuro habitual, mas as roupas na verdade eram as coisas mais simplórias de toda a sua beleza. A beleza real vinha daquele sorriso educado, da sua aura positiva e suas excelentes vibrações. Assim que me olhou mais um pouco, seu sorriso sumiu e ele abriu a boca levemente como se estivesse admirado e fiquei feliz por impressionar.

Unic - BlunaOnde histórias criam vida. Descubra agora