Lírio branco

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"a pureza trás consigo a felicidade, mas quando tiram-na de alguém, a tristeza reina"

Killua podia sentir o vento leve acariciando sua pele e o acalmando, estava deitado na grama e junto de ti, Gon.

Ele gostava daquele silêncio e companhia, preferia ficar calado e aproveitar o momento do que trocar mil e uma palavras diversas, para que gastar tanta energia conversando se podiam se aconchegar e apreciar a natureza juntos? A mente de killua passeava por vários lugares, poderia dizer até que tinha descoberto novos universos vagando por aí.

O silêncio se quebrou quando Gon levantou e encarou Killua.

_Kill? Está dormindo?

_Hm... Estou, me deixe aqui_ Killua diz com uma voz baixa e preguiçosa.

_ Isso é sério?! Não brinque com a minha cara, precisamos ir para casa antes de anoitecer ou Leorio ficará preocupado e nos dará sermão de novo!

Pensar em todas aquelas horas que teria que passar sentado e calado escutando Leorio reclamar sobre se atrasar mesmo com uma "hora marcada" arrepiou todo seu corpo, esse aviso valeu para que ele se sentasse rapidamente.

_Gon riu com a ação do mesmo_

_Cara, eu não quero escutar um sermão do Leorio nunca mais na minha vida, acho que agora este é o meu maior medo!

_Realmente, os sermões dele são muito cansativos, fazem até mesmo minha cabeça pegar fogo.

_Acho que sua cabeça está sempre pegando fogo, Gon. Ou você pensa muito ou não pensa nada.

_Verdade... Ei, o que quer dizer com isso?!

_Nada que possa te ofender!_ Killua termina de se levantar e estende sua mão para Gon na intenção de ajuda-lo a ficar de pé também_ Vamos logo, vou te acompanhar hoje.

_Ah, obrigado Kill!_ Segura a mão de seu amigo e se levanta.

Os dois seguiram até a casa de Leorio conversando sobre assuntos extremamente aleatórios mas que por algum motivo, eram super interessantes para eles.

Gon morava com Leorio e Kurapika, ja Killua, continuava morando com a sua "família". Viver com eles era realmente um inferno, mas não podia deixar sua irmã sozinha com todos aqueles idiotas.

Um tempo depois de andarem finalmente chegam a casa de Gon, Killua abraça o garoto em sua frente e deseja boa noite a ele e logo se vira para ir a sua própria casa.

Não demorou muito para que Killua chegasse em casa, se encontrou diante do enorme portão da mansão e então o empurrou para abrir. Assim que pisou dentro da casa sentiu seu corpo pesar.

_Porra... Esse lugar tem capacidade o suficiente para ser comparado ao inferno, acho que nem Deus gastaria seu tempo punindo minha "família"_ Pensou.

Killua se apressou para ir direto ao seu quarto, desejava não encontrar ninguém durante esse caminho. Chegou em seu quarto e sentiu um alívio de não ter visto ninguém.

Seu quarto era seu porto seguro. Naquele lugar era onde podia ficar em paz e fazer o que quisesse. Tanto que o lugar era preenchido por diversas flores que o atraía e tinha várias fotos dele com seus amigos.

Foi logo ao banheiro para tentar se acalmar com um banho quente. Tirou suas roupas e andou até o espelho.

_Nojento. _ Disse ele encarando o próprio corpo com cara de desgosto.

Seu corpo era cheio de cicatrizes causadas por sua família, mas a dor física não lhe incomodava, as cicatrizes psicológicas eram mil vezes mais doloridas.

Killua odiava seu corpo, ele sempre almeja mais de si mesmo e se força a diversos exercícios. Seu corpo também o faz lembrar de situações indesejadas e sujas.

"As feridas em nossa pele podem facilmente se curar, mas as de nossa alma são um machucado aberto e exposto."

𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 - 𝐾𝑖𝑙𝑙𝑢𝑔𝑜𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora