11. Suspeitas.

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Angelina/ Luna.
Buenos Aires, Argentina.


O tempo é um mestre silencioso que nos ensina lições valiosas enquanto passa. Às vezes, ele voa rápido demais, nos lembrando da importância de aproveitar cada momento.  Outras vezes, ele parece se arrastar, nos desafiando a ter paciência e perseverança. Mas, no final das contas, o tempo é o maior revelador de verdades.  Ele mostra quem realmente somos, o que valorizamos e onde investimos nossa energia.          

Cada passo que damos é uma escolha, uma decisão sobre qual caminho seguir. Deborah, quem é ela? Onde estou? Quem sou? Sinceramente, está estranho viver em um mundo onde você sente que não pertence à ele.

É tudo um vazio, tudo está escuro na minha mente.

- Filha, você tem que se certificar que aquela mulher, realmente não lembra de nada.

- Pare de implicâncias.

- É só o fato de eu não estar acostumada com a presença calma dela. —  minha aparentemente sogra, sentou-se na poltrona de frente para a lareira e bebericou do vinho.

Já minha esposa que até então estava bebendo da tequila, ao terminar, deixou a copo vazio sobre a bancada de seu pequeno bar, caminhou até a lareira e pegou um dos retratos que havia ali, logo ouviu sua mãe falar:

- Quando pretende contar sobre...

- Estou atrapalhando? - Resolvi interromper a conversa das duas, a atenção da loira e da mais velha estavam em mim. — Desculpa, eu estava descendo e não pude deixar de ouvi-las.

- Ah, ótimo. - minha sogra revirou os olhos, mas resolvi ignorar isso.

- Nada demais, meu bem.

Sorri fraco deixando transparecer que acreditei naquilo, Deborah teve seu olhar para sua mãe e depois voltou para mim.

- Bem, irei me recolher, estou me sentindo cansada. Aproveitem um pouco, vocês precisam.

A mais velha levantou-se tranquilamente, assim que a mesma subiu e quando notei que estava somente eu e a loira, relaxei o ombro. Minha esposa sentou-se ao meu lado e deu-me um retrato. Eu estava nele.

- Foi o dia em que nos casamos. — Estranhamente eu parecia feliz. Delizei a ponta dos meus dedos pela imagem, porque eu me senti feliz ao ver aquilo? - Foi o dia mais feliz da sua vida, dizendo você.

Por que sinto que está mentindo?

Ela sorriu, sim, ELA sorriu.

- E te fazer feliz foi o que eu sempre quis.

A loira pousou sua mão sobre minha coxa desnuda, já que ao me sentar, o tecido da camisola subiu um pouco. Engoli em seco tentando esconder o que acabei sentindo com aquele simples toque, apesar da sensação estranhamente gostosa, algo dentro de mim dizia para não deixar que ela se aproximasse daquele jeito.

Deborah apertou levemente aquele local, continuei observando a fotografia ignorando aquilo, mas ela tirou o retrato de minhas mãos e se colocou de joelhos na minha frente, seu olhar naquele momento me passava sensações boas, confortantes até. Acabei sorrindo pra ela.

- Sinto que sua mãe não gosta de mim.

Minha esposa franziu o cenho e sorriu meio sem graça.

- Minha mãe tem um jeito meio fechado, mas ela gosta muito de você.

- Será...? - sussurrei inocentemente.

- Angelina, posso fazer uma coisa?

Deborah levou uma de suas mãos até meu rosto e se inclinou para depositar um beijo em minha bochecha, não foi um beijo simples, e sim um que me fez automaticamente fechar os olhos. Me mantive quieta, esperando ansiosamente pela próxima atitude dela. A loira segurou no meu queixo fazendo-me olhá-la nos olhos.

We Will Meet Again | PARTE IOnde histórias criam vida. Descubra agora