01┃ batalha com o ex.

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𝕷𝖚𝖆𝖗𝖆Barueri - sp- 20:32 - 🌔

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𝕷𝖚𝖆𝖗𝖆
Barueri - sp- 20:32 - 🌔

Encarei aquele garoto bebendo água e pude sentir minhas mãos soar, eu não queria ter visto ele, talvez não hoje. Kant. Ou melhor. Meu irmão. Não éramos os irmãos mais unidos do mundo, mas dava pro gasto. Ele me leva em suas batalhas, ou melhor levava.
Explicando melhor. Eu e Apollo nós envolvemos. Digamos que não deu certo. Os dois se bloqueavam demais em relação ao amor. Apesar de sentir. Não o expressavam.
Foi um "namoro" bom enquanto durou, mas quando terminou. Veio todas as consequências. As consequências de alguém com o coração partido, Se permitir amar novamente. Mas no fundo dava para perceber que os dois tentavam demonstrar ou queria que realmente desse certo. A final. Nós se amávamos.

Balancei a cabeça ao ouvir Bob anunciar a batalha então Kant bateu em minha mão e eu o desejei boa sorte. Quando Bob anunciou Apollo fiquei sem reação. Achei que ele só iria assistir. Os dois se encontravam um de frente para o outro, Kant tinha um pouco de raiva do Apollo, pro ter quebrado o coração de sua irmãzinha.
Mas na real? Eu nem me importava. Doeu, mas passou.

- eai gata! - melissa cutuca meu braço e então sorrio pra mesma que tinha Tyler nos braços

- oiê - sorrio simpática e olho para o pequeno - eai gostosão - o pego no colo e melissa agradece

- ele tá crescendo tão rápido, cada vez mais pesado - comenta parando ao meu lado - e só quer saber de colo.

- Kant não fica com ele? - encaro o palco onde os dois se preparavam ainda, estavam esperando iniciar a transmissão da batalha

- fica, ele é um ótimo pai - sorri encarando o mesmo

- se quiser eu fico com ele, até se quiser deixar ele lá em casa pra vocês aproveitar - cutuco seu ombro com cara de malícia e a mesma ri - mas sério, tirando o tempo que eu tô trabalhando, eu só passo sozinha, aquele apartamento prescisa de barulho.

- ótimo saber disso - olha para o pequeno em meu colo - agora você vai viver na casa da titia lua - o mesmo levanta a cabeça escorada em meu peito e bate as mãozinhas

- seja comportado! - faço careta e ele concorda - titia vai te ensinar umas coisas... interessantes.

- a gente vai pinta' desenhos? - me olhar atento e eu concordo - posso ir hoje já mamãe?

- ela vai conversar com o namoradinho dela hoje filho.

- que namoradinho? - encaro a mesma que aponta para o palco e eu nego rapidamente

- o que nós tinhamos já chegou aí fim. E sinceramente, não tem mais volta. - afirmo.

- fala sério lua, vocês acabaram e nem se quer conversaram. Não procuraram entender o lado um do outro. Os motivos.

- nós sabemos os motivos. E sinceramente. São ótimos motivos para não darmos certo juntos - pisco - vai começar!

- você não vai escapar dessa conversa!

- tanto faz, não pretendo mudar meu pensamento sobre isso - dou de ombros

Eu estava ciente de tudo o que vivemos. O que passamos. E não seria uma boa ter que passar de novo. Pode ser diferente se tentarmos. Mas as pessoas não mudam. Elas são sempre as mesma. Podem mudar de aparência. No máximo amadurecer. E refletir. Mas Rogério não é uma pessoa desposta a mudar quem ele é pro alguém. Eu muito menos. Insistir nisso não vai fazer bem pra nem um dos dois.

- parece psicopata encarando o menino assim - melissa cutucou meu braço e então desviei o olhar encarando meus pés

- não tô encarando ele.

Passei a mão em meus cabelos. Bob anunciava o segundo round e melissa gritava feito louca. O pequenino, mesmo com o barulho, dormia em meu colo com as mãos em meu pescoço e seu rosto estava colado com o pescoço, por isso dormia tranquilo, aquilo fazia um bloqueio para que o som não entrasse em seus ouvidos.
Kant. Bom falando melhor. Não éramos irmãos de sangue. Mas nossas mães nos consideravam irmãos, por passarmos a infância juntos e sempre sendo muito unidos. Depois de algum tempo, Kant começou com as batalhas e não tinha tempo pra quase nada. Até que ele deu uma aposentada por conta de Tyler ser recém nascido, mas logo voltou. Ele realmente ama o que faz e as pessoas que estão na volta dele. Os fãs. Os amigos.

- terceiro? Cês querem terceiro? - me alerto ao ouvir a voz de Bob

- sim! - melissa e os outros gritam

Não me achei chata por não gritar feito louca. Eu estou com uma criança no colo. Da um desconto.

- então bora, quem começa? - Kant e Rogério tiram par ou ímpar e então começam

Apollo começou rimando e se virou pra plateia. Quando levantei minha cabeça, tirando os olhos de tyler, pude ver nossos olhos se encontrarem e sua expressão mudar. Não consegui definir se foi uma expressão boa, mas o mesmo parecia surpreso ou algo do tipo.
Depois de algum tem Kant ganhou e então ficou zoando Rogério que só reclamava. Era a última batalha da noite então vieram até nós. Kant beijo melissa e eu fiquei sem jeito com Apollo ali parado na minha frente me encarando.

- cê mandou muito - sorrio, sem jeito.

- ãn... Valeu - sorri de lado e coça a nuca, estava nervoso, era nítido - não sabia que cê vinha.

- eu não ia vim, mas esse daí me arrastou - olho pra Kant que pegava Tyler com cuidado

- melhor ver seu manin' batalhar, do que ficar mofando no sofá sozinha - da de ombros e beija a cabeça de Tyler

Não quando o manin tá batalhando com seu ex.

- é talvez, mas agora vou voltar para o meu sofá - pisco - você vai me levar? Ou eu posso pedir um Uber - dou de ombros

- eu te levo, vou passar perto da sua casa - fala e então concordo

- vamos então? Tô com sono, não costumo sair tarde durante semana - menti

Kant se despediu de algumas pessoa enquanto eu e melissa íamos em direção do carro. Entramos e logo Kant entrou e começou a dirigir até meu apertamento.

- tchau, já sabe. Quando quiser deixar o tyler aqui, pode deixar - falo para melissa e a mesma concorda.

- ele vai adorar a ideia! - ri - fica bem! Qualquer coisa só ligar! Beijo.

- beijo - abro a porta e vou até o portão pondo a senha e logo entrando no prédio. - boa noite - desejo a Lucas. O porteiro do prédio.

Sai do elevador indo até a porta de meu apartamento. Tranco por dentro e vou em direção ao sofá. Me jogando alí mesmo.

Meu celular toca. E logo para.

[ ... ]

𝙧𝙚𝙘𝙤𝙢𝙚𝙘̧𝙖𝙧,  𝑨𝒑𝒐𝒍𝒍𝒐 𝑴𝒄Onde histórias criam vida. Descubra agora