30. Siempre para ella

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Emília teve que ir para o Distrito Federal na quarta-feira, mas passou em seu horário habitual no dia anterior para tomar um café com Andi e jogar papo fora. A influencer pôde ver claramente que a advogada estava melhor e algo em seu peito se reconfortou com aquela informação. Aquele dia esperou até Maria José chegar para ir embora e se despediu das duas até o dia de domingo, que era quando finalmente retornaria a Monterrey.

Deixar Larissa na cidade enquanto viajava ainda era difícil para a brasileira, mas não havia nada que ela pudesse fazer. Essa era a única viagem longa que ela tinha marcado em meses na sua agenda e ela não podia perde-la. Era um contrato importante, afinal.

Beijou muito Larissa e encheu a mãe de recomendações, mesmo sem necessidade. Sua mãe Clara ouviu tudo, porque sabia o quanto a filha se preocupava e como estava aflita em ter que se separar pela primeira vez de Larissa durante tanto tempo.

Antes de Emília finalmente entrar no carro em direção ao aeroporto, Clara abraçou a mulher e disse que ficaria tudo bem e que elas se falariam todos os dias. Ainda assim, a influencer teve que segurar as lágrimas no caminho. Era difícil.

Os dias no Distrito Federal foram agitados. Eram reuniões de projeto, ensaios fotográficos, filmagens de campanhas, tudo isso enquanto mantinha suas redes sociais atualizadas e tentava manter sua conexão com seus fãs, que era uma das partes que mais amava em seu trabalho.

Todo dia Emília chegava no quarto de hotel extremamente cansada, mas ligava em chamada de vídeo para sua mãe e falava alguns minutos com Larissa. A saudade da menina era grande e Emília não via a hora de voltar para Monterrey.

Durante seu tempo longe, não falou com Andi e nem Maria José, não tinha tempo. Falou algumas vezes com Sebas por ligação, mas eram conversas curtas que sempre terminavam em algum tipo de discussão. Na última dessas, a influencer acabou desligando na cara do marido e desde então não o respondia mais e muito menos atendia suas chamadas.

Era sábado de manhã, e Emília estava no intervalo de uma sessão de fotos para uma marca de roupas, quando pegou seu telefone e viu que tinham seis chamadas não atendidas de sua mãe. O corpo da mulher paralisou e ela sentiu como se seu sangue estivesse gelado. Pânico era o que sentia quando retornou a ligação.

"O que houve? A Larissa tá bem?" Emília não deu tempo da mãe falar nada antes de disparar as perguntas.

"Calma, meu amor. Larissa está bem sim," respondeu Clara do outro lado da linha e Emília respirou aliviada.

"O que houve então, mãe? A senhora me deu um baita susto com o tanto de ligação," a influencer falou já mostrando mais leveza em sua voz. "Posso falar com a Lari?"

"Então, filha, a Lari tá bem," a hesitação na voz de sua mãe fez o coração de Emília voltar a acelerar. "Mas ela não está aqui. O Sebas passou mais cedo e a levou para a fazenda da família dele."

"ELE O QUE?" gritou Emília na linha, atraindo diversos olhares para si. Tentando evitar um escândalo, a mulher se encaminhou até um pequeno camarim improvisado, onde ela fazia a troca das peças para as fotos.

"Ele disse que você sabia, mas como você não tinha me dito nada, eu decidi ligar pra saber. Mas ele a levou com todas as coisas," Genilda falou e Emília estava vendo vermelho de tanto ódio que estava sentindo.

A conversa que havia terminado mal entre os dois era exatamente sobre aquilo. Sebas havia insistido que se Emília não quisesse participar de seu documentário, ela não participaria; mas que a filha iria, afinal era filha dele também. Aquilo havia despertado uma raiva inexplicável na brasileira. Larissa não era uma propriedade como Sebas estava tentando usar. Não era um objeto para ele mostrar pro mundo em sua farsa de bom pai.

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