20. Buena compañia

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Andi se encaminhou até a mesa onde MJ e Emília estavam e quando chegou perto, percebeu que as duas tinham os olhos fixos nela. MJ tinha um sorriso cínico no rosto, obviamente pronta para zoar com a amiga.

"Tudo bem, Andi?" MJ falou quando Andi apoiou sua cerveja na mesa entre as outras duas.

"Tudo ótimo, MJ," falou revirando os olhos.

"E qual é daquela loira que não tira os olhos daqui?" MJ continuou.

"Fernanda," Andi disse simplesmente, fazendo com que o sorriso no rosto de Maria José triplicasse de tamanho.

"E o que a Fernanda quer com você?" perguntou em um tom sugestivo.

"Minha agradável companhia," a advogada respondeu jogando os cabelos sobre os ombros. "Obviamente."

Aquilo fez Emília rir alto e Andi se virou para a influencer com o rosto corado, por um breve momento esquecera que a outra mulher estava ali ouvindo aquela conversa também.

"Você é rápida, Andi, gosto assim," falou a brasileira levantando a cerveja em direção a mexicana, como se pedisse um brinde. Andi pegou sua cerveja de uma maneira desajeitada e tocou sua lata na da outra.

Andi disfarçou que estava sem graça, virando na direção onde Fernanda a aguardava.

"Vocês não se importam de eu ir lá um pouco, né?" perguntou.

"Claro que não, amiga. Se divirta," disse MJ.

"Aproveita!" completou Emília e Andi se virou, voltando para onde havia deixado a loira.

POV Andi

Caminhei em direção a Fernanda e me peguei pensando pela primeira vez em muito tempo, que eu podia apenas me divertir sem ter que me preocupar com nada. Aquela noite seria uma boa noite para empacotar minhas preocupações em um lugar qualquer da minha mente, aproveitar o ambiente legal, a música divertida e uma companhia agradável. Foi com essa mentalidade que cumprimentei Fernanda pela segunda vez.

"Tudo certo," eu disse quando já estava em sua frente. A mulher, que estava escorada em uma parede próxima ao balcão de bebidas mexendo em seu celular, me olhou e guardou o aparelho em sua bolsa.

Observando ela completamente pela primeira vez, vi que ela vestia um vestido preto colado, o qual destacava seu corpo bonito. Seus cabelos loiros estavam soltos e ela mantinha o mesmo sorriso de antes.

"Que bom que voltou," ela disse.

"Achou que não?" perguntei divertida.

Ela deu de ombros.

"Torci que sim," falou e eu me vi sorrindo. Não sabia dizer, mas ela parecia ser uma pessoa agradável e algo me dizia que teríamos bons momentos aquela noite.

Ficamos mais um tempo ali conversando, onde o som era baixo o suficiente para ser possível ouvirmos uma a outra sem problemas.

Descobri que Fernanda também era advogada, mas que também tinha um canal no YouTube famoso, o que havia lhe rendido um convite para aquele evento. Apesar de focar mais em sua carreira como influencer, de primeira já vi como ela entendia bem do assunto quando se tratava de direito e acabamos falando mais sobre isso. Obviamente não focamos em falar de trabalho, mas usamos aquele tópico em comum para guiar nossa conversa.

Fernanda parecia ser bem mais séria que eu, nesse quesito ela me lembrava de Emília, - não, eu não não estava pensando nela nesse momento... Ou estava? -, eu quero dizer, ela era mais séria que eu. Eu, volta ou outra, fazia uma das minhas piadas malucas e ela sempre acabava rindo.

"Você é muito engraçada, Andi. Confesso que quando te vi ali apoiada no balcão, te achei linda, mas achei que você seria séria demais e logo me daria um fora," ela disse rindo.

"Vou agradecer o elogio e dizer que séria só sou quando é preciso. Rir da vida é a melhor maneira de viver," respondi.

"Acho que você tem razão, mas me diz, o que uma mulher da capital faz perdida em Monterrey?"

"Vim a trabalho, na verdade," disse tentando não entrar naquele assunto. "Mas o que me trouxe até aqui é mais interessante..." falei em um tom de voz mais baixo que o meu normal, encarando seus lábios. Eu podia até ser boba e tímida para algumas coisas, mas quando eu queria algo, eu não esperava acontecer, eu ia atrás.

Aquilo fez um sorriso de canto nos lábios de Fernanda crescer e ela aproximou seu rosto do meu lentamente. Seus olhos azuis encaravam os meus, buscando saber minha reação. Eu me mantive firme e decidi levar uma das minhas mãos até a sua a cintura, em um convite silencioso. Ela, entendendo, levou uma das suas até a minha nuca e arranhou aquela região suavemente com suas unhas.

"Você é direta," ela disse rindo baixo quando as nossas bocas estavam quase coladas.

"Só quando eu quero," respondi acabando com a distância entre a gente e colando minha boca na dela.

O beijo começou lento, apenas um roçar de bocas, até que eu senti suas unhas cravando mais forte em minha nuca e aquilo me fez arfar. Fernanda aproveitou meu gesto para aprofundar o beijo e envolver meu lábio inferior nos seus. Senti ela sugando minha boca na sua e instintivamente apertei meu corpo contra o dela, de maneira que ela ficasse presa entre meu corpo e a parede. Fernanda beijava bem e nossas bocas se encaixavam e se encontravam em um ritmo que aparentemente estava bom para as duas. Deixei então minha mente se perder no momento e apenas aproveitei as sensações que os toques da mulher me causavam.

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