Amor de Inverno (CONCLUÍDO)

Me deixe vê-lo

-O que vocês acharam da comida?

-Kakashi, pra mim se é comestível é bom! - Bradava Naruto.

-Disso já sabemos - Falava Sasuke soltando um sorriso que fez com que o loiro ficasse de bochechas avermelhadas.

-Para de falar besteira Sasuke. - Falava Sakura entrando na conversa.

-É muito bom passar um tempo com vocês, seus desastrados! Mas amanhã eu já tenho trabalho.

-Ah! Está ficando cada vez mais responsável! - Dizia Sakura.

-Talvez seja porque tenha coisas interessantes em seu trabalho para que ele se empenhe, né? Kakashi sensei? - Respondia manhosamente o Uchiha.

-Você não perde uma né?

-Também preciso ir, preciso organizar algo e terei de partir novamente.

-De novo? - Perguntava a rosada ao amigo.

-Sim, há algo que quero confirmar.

-Então, boa noite a todos!

-Kakashi Sensei, é impressão minha ou você já quer sair?

-Não diga bobagens Naruto, agora preciso ir, espero que esses momentos continuem.

-Nós também sensei! - Falava Sakura sorrindo e agarrando o braço esquerdo de Naruto, isso fez com que Sasuke se afastasse e, de certa maneira se sentisse mal.

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-O que achou?

-Do que?

-Da primeira reunião com os Hyugas, como futura representante.

-Parece ser uma responsabilidade grande e que precisa de bastante prudência.

-Viu?

-Mas isso não significa que quebrarei a promessa que fiz ao Hokage de ser sua conselheira.

-Hinata! Você realmente continua com essa ideia?

-Por que não continuar? Eu nunca volto atrás com a minha palavra, esse é meu jeito ninja de ser.

-Se continuar assim vai terminar como um zumbi!

-Entendo, isso é preocupação de sua parte e....

-O que? Não! Não com você, mas com nosso clã!!

-Por que apenas pensar no clã quando posso pensar na nação do fogo inteira?

-Você!! Não posso conviver com alguém que me desafia a esse ponto e...

-Está desconfortável comigo?

-Isso é óbvio!

-Entendo. Pai, me perdoe a insolência.

-Que bom, me parece que você está finalmente cedendo e.....

-Não dormirei em casa hoje, na realidade, eu não dormirei enquanto o senhor não se sentir confortável comigo - Respondia a perolada dando as costas e indo na direção oposta a seu pai.

-Amanhã pegarei minhas roupas! Dormirei em uma pousada! - Ela estava de costas e Hiashi conseguiu ver a determinação da filha através da chuva fina de neve.

A perolada continha o sorriso e mantinha seus pés o mais firme possível na camada branca que ficava no chão. O frio era ruim, mas era pior ainda conviver com alguém que não respeitava seu modo de ser e agir, ela já era de maior e precisava "cortar as asinhas" e isso incluía desobedecer seu pai quando este estava tentando controla-la.

Quando Hinata chegou à pousada ela se desesperou, fora a roupa do corpo (o casaco marrom, as calças de frio e o cachecol) ela não tinha mais nada, todo o dinheiro estava em seu quarto.

"Droga Hinata! O que eu faço agora?". Ela, confusa por ser a primeira vez desobedecendo seu pai e tomando atitudes pensando mais em si mesma pediu desculpas ao dono da pousada e saiu dali. A perolada teria de voltar para casa para pegar o dinheiro. "Será uma coisa desconfortável!" Pensava ela indo na direção da mansão Hyuga.

Ela olhava para baixo, para o tapete de neve, para as arvores completamente secas e sem vida, para o céu nublado e para as nuvens pesadas de neve.

"Como será que é ser um floquinho de neve?" Se pegou pensando.

"Acho que eles são muito mais livres do que... Do que.."

-Eu - completava a morena em voz alta.

-Falando sozinha? - Uma voz masculina a trazia de volta para a realidade angustiante de não ser um floco de neve e sim, ser filha de Hiashi Hyuga.

-Kakashi... Digo... Hokage Sama.

-Que houve? Você parece angustiada Hinata?

Ele estava com um sobretudo cinza, calças de frio pretas e sua máscara, máscara que escondia um rosto que, estranhamente, Hinata queria desesperadamente ver.

-Ah? Nada.

-Não minta pra mim, sou seu chefe! - Ele aumentou a entonação de voz, mas isso não significou que ele estava sendo grosso, o grisalho ainda usava a roupa de trabalho por baixo do sobretudo e aquilo o deixava mais sexy. Ele era um homem mais velho era verdade, mas era algo que... Que Hinata queria desesperadamente provar.

-Eu... É algo pessoal então não diz....

-Diz sim. Lembra do que me disse? Se houvesse algo me incomodando, qualquer coisa. Que era pra contar pra você? O mesmo vale em situações invertidas, preciso da minha conselheira aqui, bem, comigo, nesse mundo, entendeu?

-É algo bem pessoal e...

-Ah - Suspirava ele fechando os olhos e virando o rosto para cima.

-Vamos fazer outra aposta?

-Outra aposta?

-Como é algo pessoal seu, então vamos fazer troca equivalente. Se você me fizer um pedido que eu sinta que precise recusar eu não toco mais no assunto, caso contrário, você me fala.

-Ah, eu não sei.

-Vamos! Duvido que você tenha um pedido pessoal assim e...

-Desculpe, mas não.

-Hinata, me deixa te ajudar, por favor.

Ela juntou os dedos, ficou envergonhada e disse:

-Kakashi, me deixe ver seu rosto!

*********

O grisalho ficou surpreso, ela queria ver seu rosto? Ele ainda lembrava da cena de ambos no escritório Hokage, será que Hinata sentia algo por ele? Kakashi não mostrava seu rosto, nem mesmo para seus alunos, ele não se sentia seguro, algo assim era um pedido no mínimo, inesperado.

-Hinata eu...

-Eu sei, por isso fiz o pedido!

Então era isso? Ela não queria responder à pergunta, por isso ela tinha feito o pedido.

"Hinata, você nunca vai sentir nada por mim né?"

-Quer saber? Tudo bem.

-O que?

-Vou te mostrar meu rosto, mas não aqui, vamos para um lugar mais calmo.

-Mais calmo que essa rua deserta?

-Tá, mais quente, estou congelando nessa roupa de frio.

-Onde vamos?

-Podemos ir para a minha casa e...

-Não! - Respondeu ela quase gritando.

-Podemos ir a mansão Hyuga e....

-Não!

-Droga então...

-Tudo bem, vamos a sua casa.

O grisalho ficou vermelho, ele iria levar Hinata a sua casa! Sozinhos!

"Mantenha a calma, foi você que propôs isso."

Sem pensar muito para que ela não mudasse de ideia, Kakashi pegou em sua mão e a levou o mais rápido que pôde a seu apartamento.