Capítulo 16

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- Bom dia Nessa, Atchim! - meu nariz já devia estar vermelho do tanto que o assoava e espirava

- Olha só, não diga que ficou resfriado depois que entrou no mar congelante de ontem

- Não digo - rimos

- Achei que a roupa fosse feita para isso

- É, só que faltaram as mangas né? - ri e lembrei-me daqueles braços musculosos com veias saltadas. Balancei a cabeça descartando a imagem

- Teve febre? Não prefere passar o dia no hotel?

- Estou bem juro! E foi muito divertido, valeu a pena!

- O café da máquina não presta, mas o chá é até bom - rimos e ela me trouxe uma xicara - muito mãe? - sorri com a preocupação

- Não, muito meiga - nos olhamos - Obrigado - tomei

- Vou dar uma saidinha e em 15 minutos estou de volta. Estou no celular caso precise. Trago-te ante gripais na volta

- Obrigado! - vi ela saindo e me concentrei nas minhas tarefas

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- Vanessa?

- Surpreso? - ironizei

- Um pouco!

- Tem um tempinho ou prefere que conversemos aqui na frente do pessoal? - tinha ido até a vinícola do Ian

- Não prefere esperar até a noite? Vou deixar o Noah lá

- E é justamente por isso que vim agora. Não adianta você querer se esconder atrás do Noah. Nós precisamos conversar - não me importei com os olhares curiosos dos colaboradores e até achei graça quando ele tentou despistar o assunto

- Vamos pra minha sala - subimos em silêncio e chegando lá me ofereceu um whisky

- Estou trabalhando

- Eu também - sorriu de lado - Um copo não faz diferença vai... aceita! - peguei o copo - veio me falar do colega do trabalho né?

- Por que esse tom? - estranhei - e por que conversaríamos sobre colegas de trabalho?

- Se não é sobre o novo funcionário ilustre da People é sobre o que? - fiquei pasma

- Sobre o beijo absurdo que me deu na empresa - era óbvio não?!

- Foi só um beijo, por que ainda está irritada com isso? - ele revirou os olhos e ali não precisei me conter

- Escuta aqui Ian, existem limites quando se trata de relacionamento e achei que os nossos em questão já estivessem bem claros

- Eles estão

- Então por que me beijou?

- Por que se importa tanto? Foi só um beijo - ele evitava me olhar

- Não Ian, não foi só um beijo - suspirei - quando nós optamos por manter as coisas na amizade ficou entendido que não tínhamos nada de romântico ou sentimental um com o outro. Me preocupa pensar que isso possa ter mudado e claro preciso entender quando.

- Nada mudou - falou baixo

- Olha pra mim quando estivermos conversando, por favor. Só assim posso saber que estamos sendo sinceros um com o outro - segurei seu rosto - existe algo que eu precise saber?

- Foi um impulso - segurou minha mão no seu rosto - é difícil ouvir seu filho ficar falando 24 horas sobre um desconhecido e ainda ver a forma como ele te olha. Tive ciúmes - suspirei aliviada e ele riu

Zanessa - It'll be okayOnde histórias criam vida. Descubra agora