Foi a última visão que tive de Ian antes da explosão do carro. Senti meu corpo sendo arremessado pra longe e a perda dos sentidos me apagou
- Vanessa? - ouvi de longe - amor? - tinha medo de abrir os olhos e ver que estava alucinando, no entanto a dor no corpo indicou que era verdade. Levantei em um sobressalto
- Onde está o Noah? - não liguei para os cabos e curativos espalhados, se quer lembrava do ocorrido só meu filho vinha a mente. Fui abraçada
- Calma morena - relaxei um pouco sentindo Zac - ele está bem. O pegamos com a Rosa e agora estão em segurança - ele me olhou passando a mão pelo meu rosto
- E o Ian? Ele estava muito ferido - o vi abaixando o rosto e me assustei
- Zac?
- Sinto muito - o silêncio foi mortal e seus olhos molhados já me deram a resposta
- Ele se foi? - as lágrimas já desciam sem controle e a tristeza virou companhia
- Quando localizamos o carro o encontramos em cima de você desacordado - ele segurava minha mão e deixava a emoção fluir enquanto me contava - Os paramédicos chegaram, mas não havia mais nada a ser feito - solucei desmoronando - ele foi atingido em cheio pela explosão e - parou um tempo - te protegeu Vanessa - colocou a mão no meu rosto - pelo que a perícia indicou não era possível haver sobreviventes
Com ele abraçado a mim chorei incontáveis horas me lembrando a todo segundo da última vez que nossos olhos se encontraram. Seu rosto ferido e sua força para continuar, para no fim partir sem uma despedida ou uma piada de mal gosto. Já doia imenso e as lembranças de todas as risadas e bons momentos me atingiam como lanças
- Eu só queria tirar essa dor de você amor - Zac me abraçava com força e suportava meus soluços quieto.
Os acontecimentos seguintes não me pouparam da tristeza de viver a vida sem o Ian. Acordar com o Noah chorando no meio da noite chamando pelo pai era meu pesadelo e nos primeiros dias foram frenquentes. Eu as vezes conseguia segura-lo e passavamos pela crise juntos, já em outras Zac era nosso suporte que nos abraçava e aguardava enquanto ambos chorávamos até apagarmos de exaustão.
Depois de estar recuperada fisicamente do acidente Zac me contou que Megan também havia sido atingida pela explosão e pelo laudos das perícias possívelmente em virtudade de seus machucados e vendo a situação ao redor tirou a própria vida com um tiro na cabeça. Nem com essa informação me sentia em paz. Noah não voltou para creche e eu agora não sabia administrar o medo de ficar sem medo. Até o fato do Zac ir trabalhar mexia com meu psicológico me deixando em pânico.
- Amor? - Zac entrou no quarto pela manhã com Nathan no colo
- Oi?
- Tem um rapazinho desersperado por leite aqui - Nathan se jogou no meu colo e esses eram os momentos de alegria do meu dia. Quando os tinha por perto e preenchiam o vazio
- Vai trabalhar hoje? - estava dando o peito para o pequeno que ora brincava de morder e hora mamava
- Chegaram algumas correspondências sobre a empresa do Ian e estão pedindo para que vá olhar
- Não consigo - embarguei a voz - não dá
- Amor - ele se aproximou e eu ja chorava sendo observada pelos olhinhos do Nathan
- É muito pra mim. Não tem um dia sequer que eu passe sem esperar meu celular tocar e ser ele. Eu quero que ele entre aqui, venha buscar o Noah e dê risada do susto que me deu - estava desesperada desabafando e soluçando- quero que o meu filho pare de chorar a noite e quero te-lo comigo para tomar uma taça de vinho enquanto eu falo sobre nossa vida. Eu não quero lembrar do seu rosto ferido e com dor tendo medo de não vir para casa. Ele não veio Zac - ele correu e me abraçou apertado - Não é justo, como ela pode ? - chorei mais ainda fazendo o Nathan chorar junto e o Noah acordar e vir para o quarto
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Zanessa - It'll be okay
Fanfiction''Um encontro por acaso da circunstância Talvez ele seja um mantra, mantém sua mente em transe Ele pode ser o silêncio nessa confusão mas digo de novo Ele nunca vai ter amar como eu posso''