capítulo 08

189 2 1
                                    

Roberto Velásquez é um homem de cara fechada, alto, cabelo grisalho e com rugas no rosto mostrando o quão sofrido é, pastor muito conservador do interior de São Paulo, se casou com Maria Medeiros e teve três filhos com ela, duas meninas - Astrid, Vanessa e o orgulho da família, o primogênito Augusto - criou os filhos a ferro e fogo, passaram dificuldade no início mas logo Maria e Roberto foram ganhando espaço na cidadizinha pacada.

Toda a noite depois do jantar Roberto lia a Bíblia para a família e pediu que os filhos orassem antes de dormir, todo santo dia era assim.

Logo o homem ganhou voz na cidade e montou uma pequena igreja de fundo de quintal, foi ganhando amigos e a sua comunidade foi crescendo.

Maria sempre fora tratada com mandos e desmandos, a mulher parecia cansada, exausta de cuidar do marido, dos três filhos, da casa e ainda trabalhar como custeira. Sua aparência era de uma senhora de 65 anos, pois sua cara nunca tinha um sorriso, seus cabelos mau trapilhos eram queimados e grisalhos em certas pontas, tinha apenas 42 anos.

Já Roberto passava dia e noite estudando a Bíblia, interpretando tudo da maneira que sabia que era correto e se baseava nisso para cuidar de seu rebanho.

A igreja cresceu e a maioria da cidade frequentava, Roberto já estava tão fluente na comunidade que baniu livros e filmes com a ajuda da prefeitura, ele se tornara importante e uma pessoa de opinião, para todos o que Roberto dizia era o certo a se fazer.

Ficou muito amigo do prefeito e das autoridades da cidadela, por isso fazia alguns trabalhos escassos e suspeitos. Maria desconfiou primeiro e Roberto deu um corretivo nela, Augusto viu tudo de seu quarto chorando, protegendo as irmãs mais novas.

Foi então que AG se rebelou e se virou contra o pai, o menino tinha 14 anos na época e descobriu que não sentia atração por meninas e quando o pai percebeu isso tratou logo de dar um jeito.

Não havia muitos lugares na cidade para se divertir, somente a praça mas havia um lugar secreto que só os homens sabiam e usavam, Roberto era o dono. Só os machos de verdade que poderiam comer as melhores bucetas que ele trazia, AH ficava horrorizado com o pai.

Se o mais velho tinha um bordel, então ele fazia coisas piores, como desviar dinheiro da igreja e da prefeitura, o que sua mãe tinha desconfiado era verdade.

Sentaram-se em uma mesa próxima ao palco e Roberto pegou duas cervejas.

- Agora sim tu vai virar macho de verdade - Roberto falou - Pra depois tu cuidar de tudo pra mim quando eu morrer, mas primeiro tu tem que ser batizado com uma bucetinha quentinha.

AG estava prestes vomitar.

As dançarinas tinham apenas uma saia tomara que caia com babados, sem calcinha, sem sutiã e se esfregavam no poste de pole dnace ao som de uma música brega dos anos 90.

Logo um amigo de Roberto chegou, ele também tinha uma família e era da igreja, estava bebêdo que chegava a cair, ele se sentou do lado de AG.

- E ai pastor, tudo beleza?

- Tudo sim, trouxe meu filhão pra dar uns tratos nessas vagabas.

- Tá certo, homem nasceu pra três coisas meu jovem, presta atenção: beber, comer e FODER. - Roberto e seu amigo se lavaram de rir.

AG riu junto com eles pra ir na onda.

- E ai Augusto, gosta de qual?

- Qualquer uma, mulher é mulher - falou uma coisa que sabia que seu pai estava esperando.

- Esse é meu garoto - Roberto segurou no ombro do filho e com a outra mão chamou uma mina.

Roberto depositou cinco notas de 100 no bolsa da calça do filho.

Os EstagiáriosOnde histórias criam vida. Descubra agora