capítulo 21

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DOIS ANOS DEPOIS

- Acorda! - AG sacode Artur na cama, o loiro resmunga algo inteligível - Vamos, vai se atrasar e temos que dá exemplo pra eles.

- A voz de comando ainda não saiu da sua cabeça? Achei que já tínhamos passado dessa fase - Artur se levanta da cama a contra gosto, está apenas com uma cueca branca folgada.

- Mas essa é a melhor parte do nosso trabalho - AG vai até o espelho para um pequeno retoque no seu cabelo impecável.

Artur foi xingando o amigo até chegar no chuveiro e AG ria da preguiça alheia, foi até a porta e se encostou no batente observando o amigo através do box.

- Ele vem hoje? - AG perguntou e Artur pôs a cabeça para fora do box com o cenho franzido como se tentasse lembrar de quem AG falava e depois voltou para o banho e disse:

- Não sei, brigamos da última vez que nos falamos. Talvez venha, talvez não venha, eu não entendo ele AG - Foi sincero. André aparecia de surpresa quando Artur menos esperava, da última vez brigaram feio.

- Você também procura. Olha eu até que te entendo mas você precisa dar mais valor pra ele, Artur - AG disse.

- Ele não me assume! - Artur sai do box e se enrola numa toalha, passa pelo amigo e vai para o quarto se arrumar - Custa ele fazer isso? É tudo o que eu peço e ele ficar brigando comigo por causa da minha insistência, eu não vou ficar com um homem que não tem segurança no nosso relacionamento.

- Há dois anos atrás ele era hetero e de repente descobriu que gosta de homens. Dá um crédito e se ele vier mesmo diga a ele tudo o que sente e dê um ultimato.

- Eu tenho medo AG, eu tenho medo de colocá-lo contra a parede e ele... Eu amo ele.

- Mas você não sabe se ele nutri a mesma coisa que você. Não é isso ? - AG cruzou os braços ainda encostado no batente da porta. - Isso tudo é insegurança da sua parte Artur e com apenas uma conversa vocês dois podem resolver essa problema.

Artur não falou nada apenas terminou de se vestir e mudou de assunto. Ele e André tinham uma relação ardente e conturbada: ardente pois quando André se dava ao trabalho de sair do Brasil para passar um tempo ao lado do loiro e eles se encontravam faltavam quebrar todo o quarto de hotel, era uma sensação louca de que quando se viam necessitavam tocar o corpo um do outro, conturbada pois viviam brigando por "n" motivos; uma vez quando Artur bebeu até ficar inconsciente ou quando o loiro dava em cima de caras na balada em frente a André ou quando o moreno apresentava Artur como seu sobrinho, primo ou até mesmo filho. O loiro ficava humilhado e sempre jogava na cara de André que sentia vergonha dele.

Mas não era verdade, André nunca teria vergonha de Artur pois o loiro era a coisa mais importante de sua vida desde que se separou de Suzana. Ele dedicava seus carinhos ao loiro e só queria proteger ele de todo preconceito e humilhação que sabia que iam passar por isso sempre ficavam escondidos de preferência no quatro de hotel do Artur.

Sobrava tudo para AG que tinha que ouvir as lamentações do loiro depois de uma briga feia entre o casal. AG sabia que o problema seria resolvido quando eles entendessem o lado um do outro e quando André assumisse seus sentimentos em público, o moreno sempre diz a Artur que o medo é uma barreira entre o amor dos dois.

×××

Já eram 18 horas quando AG resolveu sair para um barzinho com os colegas de trabalho, Artur não estava com saco para festejar então foi sozinho para o hotel.

Chegou no prédio e a recepcionista do hotel o chamou, ele foi intrigado até o balcão.

- Algum problema? - falou em inglês.

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