CAPÍTULO TRÊS

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Uma competição. Uma porcaria de competição entre criminosos para o vencedor ser conhecido como Campeão do Rei e fazer o trabalho sujo dele. E tinham corrido o risco de tirar a maior e mais famosa assassina da prisão apenas para isso! Eles estão mesmo muito desesperados.

Esses eram os pensamentos que passavam na cabeça de Aries Hamel naquela manhã fria na capital. Era extremamente cedo, estavam acordados apenas quem realmente trabalhava para sobreviver, e ela , com seu filho a tiracolo, atrás de um emprego de mentira para conseguir concluir um trabalho no seu emprego de verdade.

Ela estava mais animada do que deveria. A excitação só a deixaria descuidada e ela não tinha esse luxo; se infiltrar no Castelo de Vidro sendo ela mesma, era um risco, e ela odiava estar levando o filho para o meio desse risco, mas ela não tinha escolha. Orion era um meio de entrar, mas mesmo que ele não fosse, ela o traria junto; não tinha coragem de se separar dele, mesmo que ele fosse a maior fraqueza dela.

Aries esperava que o coração do Capitão ainda fosse tão bom quanto era da última vez que se encontraram. Se ainda o conhecesse, mesmo que superficialmente, ele jamais deixaria ela e uma criança desamparadas. Mesmo que estivesse com raiva dela.

Quanto mais perto do palácio ela chegava mais agitado ficava. Carregamentos de comida entravam e saiam, guardas trocavam de turno, haviam pessoas limpando as calçadas e os jardins, e logo ela estaria ali entre eles.

Ela quase nunca ficava nervosa em missões, mas essa tinha muita coisa em jogo. Ela estava tremendo e não se sentia enjoada assim desde que estava grávida do filho. Ela se aproximou de dois guardas que estavam próximo de um entrada lateral, um tinha uns dois metros de altura, tinha cabelos loiros na altura dos ombros e olhos verde escuro; o outro também era bem alto, com a pele marrom, olhos pretos e cabelos castanhos cacheados. Ambos com olhar sério e postura rígida, assistiram Aries em silêncio até ela falar:

- Bom dia, eu gostaria de falar com o Capitão Westfall.

O loiro ergueu as sobrancelhas, como em deboche, já o outro deu um pequeno sorriso e disse gentilmente:

- Perdão, senhora. Não sei se o Capitão Westfall está disponível, ainda mais tão cedo e sem aviso prévio.

- Por favor, eu sou uma conhecida dele e eu... - fiz uma pausa dramática - estou desesperada.

O loiro revirou os olhos e Aries o encarou, tentando gravar o seu rosto para um dia lhe dar uma surra. Ela até pensou em chorar mas não se humilharia até aquele ponto. O de cabelos cacheados hesitou, como se ponderando o que seu Capitão poderia fazer por uma moça aleatória e desesperada. Ela estava prestes a pedir novamente quando Orion disse:

- Mamãe, estou com frio. - aquilo não fora combinado, mas Aries quase sorriu com a declaração do filho, instantes depois se sentiu um pouco culpada por se aproveitar da situação, mas era exatamente o que eles precisavam para ganhar o coração do guarda bondoso.

- Eu sei meu amor. - ela acariciou as costas do filho para aquecê-lo - Já vamos sair do frio.

O guarda olhou para Orion e depois olhou para o chão, como se sentisse culpado por hesitar deixá-los lá fora sem nem sequer entregar a mensagem. Quando ele voltou o olhar para ela, perguntou:

- Como é o seu nome, senhora?

- Meu nome é Aries. - ela conteve um sorriso - O Capitão saberá quem eu sou.

- Me acompanhe.

Aries começou a segui-lo. O guarda loiro olhou para o colega, mas não fez mais nenhum comentário e retornou a sua posição.

BLOOD CROWN | trono de vidroOnde histórias criam vida. Descubra agora