CAPÍTULO SEIS

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Seu turno já havia acabado há uma hora, mas depois de sua discussão com Chaol, estava se enrolando para ir treinar com os outros. Havia despistado Ress e Chaol não iria procurá-la por enquanto, Ethan e Tristan já deveriam estar no treino.

Ou seja, era uma ótima oportunidade de procurar por Celaena.

Calmamente, foi subindo para o sexto andar, enquanto se fazia de desentendida, podendo dar a desculpa de que se perdeu, caso a pegassem no caminho.

Ao chegar ao andar, era visível que os quartos eram maiores, já que as portas ficavam mais espaçadas, então, consequentemente, eram mais acomodações nobres que as outras nos andares abaixo. Ela foi contando as portas para fazer uma marcação, talvez fosse útil se precisasse vir aqui a noite. Mesmo que durante a noite a guarda fosse mais rigorosa.

Já estava quase no final do corredor, onde, supostamente, era o quarto da irmã, quando a porta se abriu. Aries congelou quando viu Dorian sair do quarto que, ao olhar para ela, congelou também.

Eles ficaram se encarando por alguns segundos em um silêncio constrangedor, até que Aries se lembrou que estava cumprindo um papel e fez uma reverência. Aquilo pareceu tirar o príncipe de seu estupor.

— O quê está fazendo aqui?

— Eu me perdi.

— Achei que você fosse uma melhor mentirosa, senhorita Hamel. Como descobriu que Celaena estava aqui? Sei que é sua irmã de criação.

— Ouvi falarem por aí, notícias como essa correm rápido. — ela jamais entregaria Tristan e Ethan — E Vossa Alteza não deveria estar aí sem uma guarda, é muito perigoso. O senhor dispensou os guardas da porta? Pelo que eu saiba eles eram quatro.

Dorian franziu o cenho, lendo que ela queria algo nas entrelinhas.

— Não conte ao Capitão que estive aqui.

— Me perdoe, Vossa Alteza, mas meu emprego estaria em jogo se omitisse essa informação, eu ganharia mais contando ao Capitão e o senhor, apesar de deixar o Capitão enfurecido com sua atitude, sairia ileso de ambas as formas...

Dorian riu.

— Que pestinha você. O que quer para não contar a Chaol?

— 15 minutos com Celaena. — ela estava sendo ousada ao tentar manipular o príncipe, mas ele também havia se colocado em uma posição comprometedora — Só tive 5 minutos com ela outro dia, passei um ano sofrendo a sua perda, vivi o luto, e agora ela está de volta. Só quero abraçá-la, falar com ela, contar que nosso irmão mais velho morreu. Ela tem o direito de saber também.

— Hum, não sei não... Vocês podem fugir, podem me matar...

— Eu poderia te matar agora mesmo, Vossa Alteza, assim não precisaria ficar barganhando com você. Mas não quero a sua morte, nem a de ninguém, só quero ver a minha irmã e ouvir o que ela tem a dizer.

Ele ponderou por alguns instantes, pensando se valeria a pena arriscar. Mas acabou que acreditou nela e sua curiosidade o venceu. Estivera frente a frente com ambas e nenhuma das vezes uma ameaça pareceu real.

— 15 minutos. E estarei lá dentro, após isso, nenhuma palavra sequer a ninguém.

Aries sorriu aliviada, não acreditou que havia conseguido.

— Será nosso segredinho, Vossa Alteza.

Ele deu um sorriso malandro e abriu a porta, deixando-a entrar primeiro. Seu olhar foi em direção a cama de dossel, onde Celaena bisbilhotava em uma pilha de livros que estava ali. Ao erguer o olhar e se deparar com Aries, ela pulou da cama e abraçou a irmã.

BLOOD CROWN | trono de vidroOnde histórias criam vida. Descubra agora