BLOOD CROWN | trono de vidro

A NOITE DA FESTA

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Aries Hamel nunca conseguiu ficar parada. Desde pequena quando corria pelos jardins do Castelo de Orynth até os dias atuais, quando se esgueirava pelos becos e tavernas escuras de Forte da Fenda. Sempre procurando uma festa, diversão ou encrenca; geralmente ela arrastava as irmãs consigo e a noite terminava com elas ganhando alguns sermões dos pais, e até dos irmãos.

E aquela noite, tinha tudo para ser maravilhosa. Era uma festa que envolvia assuntos de trabalho, mas é claro que se divertir era um quesito obrigatório, até mesmo para conseguirem se misturar em meio aos véus da decoração, os vestidos extravagantes, as bebidas e os corpos dançantes no salão.

Aries, seus pais e seus irmãos, exceto Evangeline e seu filho Orion, foram convidados justamente pelo status de Arobynn de Rei dos Assassinos. Mas eles estavam ali justamente para investigar a anfitriã da festa, que aparentemente traficava e vendia pessoas para fazê-las escravas. Eles foram contratados pelo ex-marido da mulher, para derrubá-la e matá-la.

Exterminar redes de tráfico de pessoas era o trabalho mais difícil que eles faziam. Aquilo requer muito tempo de investigação e dedicação, e era uma festa quando o trabalho era devidamente cumprido.

Acontece que Aries não estava no clima de festas nem comemorações. Seus pais a obrigaram a estar ali, disseram que seria bom para ela se distrair por algumas horas e deixar que uma babá cuidasse de seu filho.

Ele só tinha seis meses, era um bebezinho! E era a primeira vez que o deixava sozinho. Na verdade era a primeira vez que saía desde a morte de Dominic. Ela só queria fugir e voltar para casa, proteger seu filho. Seus pais garantem que seu filho está seguro, com todos os guardas e o fato de que eles não estavam a três ruas de distância de sua casa, mas mesmo assim ela morria de medo de Rourke Farran tentar algo.

Provavelmente estava sendo paranóica — algo que ela nunca foi — mas não conseguia tirar isso da cabeça. Então ela estava ali, sentada em uma poltrona perto da parede observando os convidados.

Celaena, já meio bêbada, rodava na pista de dança, com Sam a observando igual uma águia, para que ninguém mexesse com ela. Lysandra e Wesley provavelmente estavam em algum canto da casa buscando por documentos e informações; e seus pais estavam por aí, interagindo como convidados normais.

Sua bebida já estava quente em sua mão. Era apenas uma festa normal com convidados normais. Chato, Aries poderia dizer, até que algo começou a chamar atenção das pessoas.

Muitos olhos se voltaram para as escadas, inclusive os dela. Um estranho grupo se aproximava. Quatro homens mascarados, três com espadas a tiracolo e um rapaz no centro; com seu cabelo preto, sorriso confiante e três pessoas o guardando, Aries o reconheceu como o Príncipe Dorian de Adarlan.

Era uma burrice ele estar ali. Principalmente quando mais da metade dos convidados ganhava a vida do crime.

Um dos guardas parecia estar ciente do perigo. Ele tinha cabelos castanhos, um olhar carrancudo e andava grudado no príncipe, avaliando qualquer um que se aproximasse o suficiente. Os outros dois guardas imitavam os movimentos do primeiro, porém com um pouco mais de distância.

O Capitão. Aries pensou. Com certeza o Capitão da Guarda.

Ela continuou observando quando Dorian tomou a atitude mais idiota que poderia cometer, se aproximou de Celaena, que dançava igual uma boba, na pista de dança. Ele tocou em seu pulso e começou a falar com ela, com um olhar sedutor. Ela olhou para o irmão. Sam parecia um gato eriçado, pronto para a briga, e proteger Celaena que era tudo, menos uma irmã para ele.