In My Head

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Kim Sunoo

Uma das coisas que eu nunca soube ser algo positivo ou negativo em mim é que: meu rosto vai sempre entregar se eu gostei de algo ou não, eu só não consigo fingir minhas expressões e sou sempre transparente quanto a isso. Fica mais difícil de perceber esse detalhe em mim quando não temos muita intimidade? Sim. Mas quando se trata dos meus melhores amigos, bem, eu sempre acabo passando por situações difíceis ou até constrangedoras.

Desde que aquele garoto entrou na nossa sala eu não consegui fingir que aquilo não mexeu comigo. Eu não conseguia parar de olhar para ele, eu realmente espero que ele não tenha notado, mas meu olhar ficou preso em seu rosto de uma forma que eu não conseguia parar. Ele não parecia estar prestando atenção em nada que o professor estava dizendo, ele apenas estava com a cabeça baixa enquanto desenhava em seu caderno sem parar, desde que ele chegou, eu não o vi trocar uma única palavra com ninguém da classe. Não parecia nada acessível.

Isso parece tão estranho e tão surreal, não é? Quais eram as chances de você ter sonhos frequentes com alguém que você jurou ser apenas uma criação em sua cabeça, e depois, descobrir que ele realmente existe?

Quem é Park Sunghoon? E por que diabos sonhei com esse garoto por tanto tempo? E por que diabos ele apareceu na minha vida assim? Tantas perguntas, nenhuma resposta.

Imagine-se: em um determinado momento da sua vida você começa a sonhar com uma pessoa, você sabe que está sonhando e tudo que você vivencia em seus sonhos parece real, essa pessoa então começa a conversar com você e vocês trocam experiências juntos, é como se todo sonho você estivesse vivendo em um universo paralelo. E então tudo acaba, por meses você não tem sonhos como esses e de repente... BOOM! A pessoa dos seus sonhos aparece na sua frente, mas desta vez você está acordado, e ela, não sabe nem seu nome.

E não posso falar sobre isso com ninguém, principalmente com o aluno novo. Estou apenas confuso no momento, é claro. Isso claramente vai passar e as coisas voltarão ao normal.

Só não sei se isso é verdade ou apenas eu, mais uma vez, tentando me convencer de algo irreal.

— Falar com ele é menos bizarro do que ficar secando, Sunoo. — a voz de Heeseung me assusta e então eu desperto de meus pensamentos, arregalando os olhos quando notei que fiquei esse tempo todo encarando o garoto novo.

— Hein? — balancei a cabeça rapidamente e arrumei minha postura na cadeira, torcendo para que eu não tenha passado nenhuma vergonha. — Eu só estava pensando, não estava encarando ele.

— Não foi o que pareceu. Mas o garoto parece um modelo mesmo. — Jay comenta, o encarando de longe.

— Eu não estava encarando ele, meu Deus. — revirei os olhos; eu queria enfiar minha cabeça dentro de um buraco e me enterrar.

— Se você ficar na defensiva desse jeito eu vou começar a achar que estava sim, hein? — o mais velho do trio me provoca e apoia as duas mãos em sua mesa, se inclinando até mim para cochichar. — Aliás, eu e o Jake vamos mostrar a escola 'pra ele no intervalo e depois eu vejo vocês no refeitório, pensei em chamar eles também.

— Não. — falei imediatamente, não percebendo o quão desesperado e um pouco alto eu estava soando até ver Heeseung e Jay me encarando com as sobrancelhas arqueadas, então abaixei meu tom de voz. — Quer dizer... Eu... Não posso ficar com vocês no refeitório hoje, preciso devolver algumas coisas na biblioteca.

— Você vai demorar o intervalo inteiro na biblioteca? — Jay questiona.

— Ah, é que vou pegar mais alguns livros que eu tenho na minha lista. Lembram daquela minha meta de livros para ler esse ano? — sorri amarelo, tentando convencer meus amigos daquela baboseira que eu havia inventado.

DEJA VU | SUNSUNOnde histórias criam vida. Descubra agora