They Don't Know About Us

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Kim Sunoo

Sete anos atrás

A neve caía cada vez mais forte do lado de fora do trem, eu estava parado em frente a uma janela enquanto observava árvores que eram deixadas para trás, mas parecia que tudo estava se movimentando mais rápido conforme o tempo passava, tão rápido que eu estava começando a ficar confuso e enjoado.
Era possível um trem se movimentar tão rápido assim?

A não ser que... eu estivesse sonhando.

Meu Deus, aquilo era realmente um sonho.
E eu estava consciente disso. Que incrível.

Parei de encarar a janela quando me virei para o outro lado do vagão, começando a caminhar até a porta que dava acesso até outro setor. Estava tudo vazio, parecia que eu realmente era o único presente ali. Será que por ser um sonho, eu poderia controlar o que iria acontecer daqui para frente?

Mas o vazio durou pouco tempo, porque quando cheguei no último vagão, avistei uma pessoa.

Era um garoto.

— 'Pra onde esse trem vai? — perguntei com certo receio, era estranho a sensação de estar ciente de que aquilo não era real.

O garoto se virou para mim no mesmo segundo, ele parecia tão perdido quanto eu. E ele não me respondeu de imediato, pelo contrário, ele tombou a cabeça para o lado como se estivesse me analisando e, então, arqueou as sobrancelhas antes de falar:

— Eu não sei, não lembro como cheguei aqui. — a voz dele saiu tão baixa que precisei fazer um esforço para escutar, além de que o barulho do trem dificultava um pouco. — Quem é você? — ele pergunta.

— Sunoo, meu nome é Kim Sunoo. — falei enquanto me aproximava dele. — E o seu?

Recebi um olhar dos pés a cabeça, ele parecia estar me julgando. Imediatamente aquilo me fez entortar os lábios em uma breve careta.

— Eu sou apenas alguém que quer sair daqui. — ele volta a olhar para frente, e agora eu estava ao lado dele, observando a mesma coisa que ele: a neve lá fora.

— E por que você quer sair daqui? — perguntei com certa curiosidade, ignorando se eu iria soar estranho por tentar continuar uma conversa.

— Você sempre faz tantas perguntas assim? — ele questiona e, mais uma vez, eu fiz uma careta.

O garoto então começou a mexer na janela, parecia que ele estava procurando alguma forma de abri-la. Eu particularmente achava aquilo estúpido já que, se ele abrisse a janela, o vagão todo se encheria de neve. Mas eu não diria nada a ele por enquanto.

— Foi mal, eu só 'tô tentando entender esse sonho. — dei de ombros, não ligando em falar o que eu pensava, afinal, nada daquilo era real. — O que você 'tá fazendo?

Só então eu reparei que havia feito mais uma pergunta, recebendo um olhar de poucos amigos do menino.

— Desculpa... — sussurrei, resolvendo ficar em silêncio a partir daquele momento.

— Você disse sonho? — ele desiste da janela, voltando a me encarar.

— Sim, isso é um sonho, certo? — perguntei. — Se eu quiser, a neve vai parar nesse exato momento.

Deu tempo apenas de eu finalizar a frase para que realmente acontecesse o que eu havia falado. Quando encarei o lado de fora do trem, a neve começou a ficar mais fraca, até que parou.

DEJA VU | SUNSUNOnde histórias criam vida. Descubra agora