Jamais Vu

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Notas Iniciais:
OLÁ, voltei com mais uma atualização de DEJA VU!!!!! 💗

Só quero passar aqui antes de vocês lerem para avisar que esse capítulo vai ser um pouquinho diferente, vocês vão saber o porque assim que começarem a ler, mas eu espero de coração que vocês gostem. Os capítulos iniciavam com um nome por um motivo e, bem, agora vocês vão saber qual é! 💗 Aproveitei o feriado de carnaval para escrever tudo com mais calma, eu espero que gostem! Eu prometi que voltaria em algum momento, não é? Perdoem qualquer erro pf.

Não esqueçam da tag no twitter: #AttDejaVu <3

Boa leitura!

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"Jamais Vu" — É o oposto de déjà vu, jamais vu é a sensação de que algo familiar é totalmente desconhecido.

Park Sunghoon

Seul, 08 de dezembro de 2014.

Ainda não era natal, mas como estávamos em dezembro, a cada canto que se olhava era possível enxergar variações de enfeites natalinos. E era isso que eu observava enquanto caminhava por uma rua estreita de Seul, há poucas quadras da minha casa. Na cabeça, eu usava um fone de ouvido que eu conectava em um celular antigo da minha mãe já que eu não podia ter um. Ela não sabia que eu o pegava, mas eu duvido que tenha notado. Eram poucas as memórias que eu tinha sobre ser notado.

Quando eu tinha cinco anos, a minha mãe dizia que os enfeites natalinos nas ruas eram por conta do meu aniversário, eu achava aquilo incrível, eu me sentia especial de alguma forma. Mas naquele dia, em mais um aniversário meu, a única coisa que recebi dela e do meu pai foi um simples ''Feliz aniversário, filho! Vamos te recompensar em outro dia, é uma promessa.''

Eu gostaria que adultos parassem de prometer coisas que não fossem cumprir.

O relacionamento da minha família mudou muito, e eu nunca fui de me importar com esse tipo de coisa, não até a situação se tornar tão frequente e confusa para mim. Quando eu percebi, os meus pais já não tinham tempo para mim e eu passava mais tempo com uma babá do que com eles que, todos os dias, apareciam cansados depois de um longo dia de trabalho, sem nenhum tempo para mim e nem para eles. Parecíamos qualquer coisa, menos uma família. Com o foco apenas no trabalho, os meus pais já nem agiam mais como um casal, eu me perguntava se eles percebiam isso.

E como eu sempre era o último dos meus amigos da escola a fazer aniversário, eu passei a observar a diferença de tratamento entre cada família. Ganhar uma festa, sair para comer com os pais e aguardar ansiosamente a chegada da meia noite para receber felicitações de sua família era para ser algo normal, não era? Eu sempre desejava por isso, mesmo quando fingia que não.

Mas foi assim que, com doze anos, eu já odiava fazer aniversário.

— Não era para você estar na escola, Sunghoon? — Haru me chamou a atenção quando passei pela porta da biblioteca, sendo nada discreto por conta do sino que indicava a minha entrada.

Nos últimos meses, eu acabei descobrindo aquela biblioteca no meu bairro, ela pertencia à uma família japonesa. Como o lugar ficava há apenas algumas quadras da minha casa, eu passei a usá-lo como o meu estúdio de desenhos, ou um lugar secreto que não era tão secreto assim. Haru, o filho da dona, sempre me deixava vir para cá e prometia não contar para a Sra. Narumi que eu não alugava nenhum livro. Em troca, eu o ajudava a organizar as coisas de vez em quando. Ou de vez em sempre, afinal, Haru era um jovem adulto um pouco preguiçoso. E eu, como uma criança enérgica de doze anos, estava sempre à disposição.

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